O Estado de S. Paulo
Internet
mudou o mundo, para o bem e o mal, e está por trás de jogatina, golpes, crimes
e manipulação
A prisão da “influencer” Deolane Bezerra joga luzes sobre
as apostas esportivas, ou bets, seus bilhões, aviões, iates e carrões. Quando
você puxa o fio, vem um novelo, ficando claro o poder avassalador da internet
no mundo, para o bem e para o mal, sob o risco de ficar acima de constituições,
leis e instituições, até assumir o controle de estados nacionais e sociedades.
Assim como a ministra Marina Silva teme o fim do Pantanal até 2050, pode-se
imaginar a destruição do Estado pelo poder paralelo da internet lá adiante?
Organizações criminosas e pessoas inescrupulosas usam intensamente a internet para atrair pessoas fragilizadas para jogos em que acabam se viciando e jogando fora o que têm e o que não têm. Também usam algorítimos para capturar vítimas potenciais de golpes bancários e financeiros e se embolam com esquemas políticos e organizações ideológicas para transformar “outsiders” em candidatos, manipular o eleitor com Fake News, fraudar eleições e, em última instância, articular atentados à democracia.
A onda de “influencers” sobre qualquer coisa
gera dependentes imbecilizados numa ponta e milionários oportunistas na outra,
com uma curiosidade. Vocês já notaram que as moças “influencers”, mesmo que não
sejam da área de beleza e maquiagem, têm a mesma cara? Mesmo cabelo, bochecha,
nariz, sobrancelha e, principalmente, a mesma boca. Incautos se submetem a
substâncias ilegais e aventureiros sem qualificação e acabam morrendo!
Há, ainda, os “coachs” de internet que
“orientam” as pessoas sobre finanças, modos, felicidade, sei lá mais o quê.
Tornam-se famosos, com milhares ou milhões de seguidores, e chegam à audácia de
disputar até de disputar a Prefeitura da principal capital do País, apesar de
condenações na Justiça e graves suspeitas nas costas. O céu é o limite.
A internet veio para ficar e não apenas
compete com a propaganda de TV e rádio, mas já se torna fundamental nas
campanhas eleitorais e no debate político, para divulgar biografias, equipes,
padrinhos, planos de governo, projetos legislativos, e, também, denúncias
confirmadas, reais, contra adversários. É legítimo, do jogo eleitoral... se
ficasse nisso. Mas não fica. Na prática, serve para mentir, mistificar,
endeusar e demonizar candidatos.
Avanços científicos e tecnológicos são sempre
bem vindos e é fato que a internet mudou para melhor a vida de todo o mundo,
literalmente, com informação em tempo real, integração entre regiões, países e
pessoas, pesquisa nas diferentes áreas, consultas essenciais para o trabalho, a
escola, a rotina da sua própria casa e, inclusive, diversão e brincadeiras.
Como há, sim, “influencers” do bem, “coachs” qualificados para o que se
pretendem fazer, muita gente ganhando prestígio e dinheiro honesta e legitimamente.
Dito isso, é preciso separar o joio do trigo,
o jogo do roubo, a Fake News da informação, o enganador do candidato legítimo.
Como? Com regulamentação. Essa é a palavra-chave, com regras para empresas
nacionais e estrangeiras que atuem no Brasil, para cobrança de impostos de quem
use a internet para ganhar dinheiro e, óbvio, para que todos respeitem as leis
e a soberania do País. Quem não o fizer, deve sofrer multas, suspensão de
serviços ou até banimento, em última instância.
O objetivo maior, ao fim e ao cabo, é
prevenir e impedir que a internet engula governos, países, sociedades, assim
como prevenir e impedir que a seca, a crise climática e as ações criminosas
destruam não só o Pantanal, mas o ambiente e o próprio futuro. Não é possível,
depois, remediar o irremediável.
Excelente análise! Paulo Feldmann também escreve sobre isto aqui neste blog. Ótimas e imperdíveis leituras.
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirO que resolve o problema apontado pela colunista é a educação de qualidade.
ResponderExcluirE o que desespera a colunista é que fora da redoma e do controle de narrativas da imprensa tradicional quem toca melhor o gado atualmente está mais a direita…
Povo sem educação está condenado ao populismo! Seja ele de esquerda ou de direita, digital ou analógico….
Quem nada souber de politica sempre votará como abestalhado... portanto sempre se informe e vote pois seu voto poderá eleger a pessoa certa para ainda salvar realmente a nossa democracia!!!
ResponderExcluirSou ivan o terrivel do www.recantodasletras.com.br estão convidados a ler diariamrnte o que escrevo sobre politiva e poesias
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