O Estado de S. Paulo
Gilberto Kassab viu o que o também craque
Luiz Inácio Lula da Silva não viu, talvez por velhas idiossincrasias: o eleitor
que estava dando sopa, solto, sem rumo, era o do PSDB, que oscilava entre a
centro esquerda e a centro direita. Kassab adaptou o PSD e está moldando o
governador Tarcísio de Freitas ao gosto do freguês – leia-se: do eleitorado
tucano. Lula teve a grande sacada de atrair Geraldo Alckmin para sua vice, mas
ficou por aí.
O erro original continua cegando os líderes de PT e PSDB e os dois partidos que reuniram os melhores quadros a favor da abertura política nos anos 1980, ao lado do MDB, continuam para todo o sempre como inimigos e, num abraço de afogados, afundam juntos e deixam a direita nadando de braçada.
Lula conquistou Alckmin para sua chapa e o
apoio dos melhores quadros tucanos contra Jair Bolsonaro em 2022, mas encheu os
ministérios com o Centrão, inclusive com os bolsonaristas PP e Republicanos.
Ok, o sistema e a governabilidade exigem, mas e o eleitor, os votos? Foram
dados de bandeja para o pragmatismo e a sagacidade política de Kassab.
Dois anos depois da volta de Lula ao poder, o
PSD coleciona troféus nas eleições municipais: maior número de prefeituras do
País (887), 206 das 645 de São Paulo, cinco das 26 capitais, o controle de
orçamentos de R$ 234 bilhões. E mais: domina o “triângulo das Bermudas”
político e econômico do País.
Reelegeu Eduardo Paes já no primeiro turno no
Rio, Fuad Noman no segundo em Belo Horizonte e quem, afinal, esteve por trás o
tempo todo da aliança entre Tarcísio e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São
Paulo? Kassab. Tarcísio, chamado de “líder maior” por Nunes na festa da
vitória, continua no Republicanos, mas já recusou entrar no PL de Bolsonaro e
seu caminho natural parece ser o PSD.
Já a esquerda só levou duas capitais: João
Campos (PSB) em Recife, no primeiro turno, e Evandro Leitão (PT) em Fortaleza,
numa disputa nervosa até o último minuto do segundo turno, contra o PL. Ok, os
petistas não venceram em nenhuma capital nas duas últimas eleições, mas não dá
para comemorar. No placar geral, ficou atrás até do moribundo PSDB.
Bolsonaro alavancou nomes desconhecidos por
aí afora, mas todos os cinco candidatos que chegaram na frente no primeiro
turno e perderam no segundo das capitais eram apoiados por ele. Significa que
tem força, não maioria. Uma superbolha, mas ainda assim uma bolha.
Quem está de olho nela, desde já, é Kassab,
que sabe operar politicamente as máquinas e os orçamentos, inclusive os
secretos, Pix e outros do gênero. O que estará em jogo em 2026 será a corrida
ao centro, ao Centrão e, evidentemente, ao seu eleitorado. Com que musculatura
Lula, seu governo, o PT e a esquerda entram nesse jogo? O PT está perdendo o
bonde, mas Lula precisa compreender, se é que já não sabe, que não só o futuro
do PT, mas da própria esquerda, está nas suas mãos.
A menos de uma semana das eleições dos Estados Unidos, que vai mexer não só com o Brasil mas com o mundo, Quase nenhum jornalista ousa dar a sua opinião porque sabe a candidata Kamala Harry está naufragando, então é melhor não tocar nesse assunto
ResponderExcluirTudo caminha para a vitória do Trump para o bem dos Estados Unidos e dos países ocidentais democráticos inclusive o nosso
Entre a direita e esquerda,eu ainda prefiro seguir à esquerda,mas torcendo para o centro triunfar.
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