Folha de S. Paulo
Chave da disputa estará no voto de última
hora, no eleitor silencioso e na abstenção
Três fatores vão desatar o nó da disputa pela
Prefeitura de São Paulo:
o voto de última hora, o eleitor silencioso e a abstenção. O apelo final dos
candidatos vai levar em conta quem são esses paulistanos e o que eles pensam.
As últimas pesquisas dão pistas importantes.
Há um atalho para entender esses votos e ausências que serão decisivos. É o grupo de entrevistados que, poucos dias atrás, não sabiam citar um candidato de forma espontânea, sem ver uma cartela com as opções. Segundo o Datafolha, eles eram 28% dos paulistanos na semana anterior à votação.
A indefinição do voto, representada por esse
segmento, é bem maior entre as mulheres (35%) do que entre os homens (20%),
assim como entre os mais pobres (39%) em comparação com os mais ricos (17%). O
grupo se distribui de maneira equilibrada pelas regiões da cidade, sem
distinção relevante entre católicos e evangélicos.
Quando observa a cartela com os nomes dos
candidatos, esse grupo de eleitores mantém o jogo embolado. Há apenas uma
desvantagem para Guilherme
Boulos e Pablo Marçal,
que pontuam abaixo da média nesse segmento.
A volatilidade desses eleitores é a chave da
questão. Uma maioria notável escolhe um candidato (82%) ou declara voto nulo
(8%) após ver a cartela, mas essa é uma decisão frágil: 72% do segmento diz que
pode mudar de ideia até o dia da eleição.
É uma tradição. Em disputas competitivas,
três de cada dez eleitores costumam escolher candidatos a prefeito na última
semana de campanha. Foi assim nas disputas de 2020 em São Paulo e no Rio.
Os candidatos têm uma barreira um pouco mais
baixa para tentar conquistar esses eleitores. A rejeição a Marçal cai de 48%,
na pesquisa geral, para 39% nesse grupo de indecisos. Boulos passa de 38% para
29%, e Ricardo Nunes marca
míseros 12% de rejeição.
O grupo que "não sabe" em quem
votar também oferece uma amostra dos eleitores envergonhados, um desafio para
as pesquisas de intenção de voto. Alguns se recusam a falar com os
entrevistadores, e outros omitem suas escolhas ou exibem uma indecisão maior.
Uma fatia do voto silencioso está nesse
segmento. A principal suspeita recai sobre potenciais eleitores de Marçal, uma
vez que esse comportamento costuma ter uma correlação maior com candidaturas de
questionamento à política tradicional e maiores índices de rejeição.
A característica final é a falta de
interesse: 36% desse grupo de eleitores dizem ter pouca ou nenhuma vontade de
votar. Cruzando os dois números, os indecisos e desinteressados representam 10%
do eleitorado total.
Nunes pode sofrer o grande desfalque da
abstenção no primeiro turno. Seus eleitores são os menos decididos e seu melhor
desempenho está entre os
paulistanos de baixa renda, grupo que tem, tradicionalmente, menores
índices de comparecimento.
Muito bom!
ResponderExcluirEu nunca pensei que fosse torcer para um candidato do Bolsonaro ganhar,sim,é que Boulos não tem chance de levar essa,o menos pior é o Nunes,rs.
ResponderExcluirDifícil saber quem é menos pior. Menos pior é a Tabata.
ResponderExcluir