Valor Econômico
Candidata tenta fidelizar eleitor que Boulos - e Nunes - buscam atrair com ‘voto útil’
A definição do primeiro turno está, em grande
parte, nas mãos do eleitor de Tabata Amaral. Apesar de as pesquisas indicarem
que a candidata do PSB não tem chance de passar para o 2º turno, seu desempenho
na reta final pode privar tanto Guilherme Boulos (Psol), que é a segunda opção
de dois terços de seus eleitores, quanto de Ricardo Nunes (MDB), segunda opção
de um terço, dos votos de que precisam para assegurar a vaga. A Quaest de
segunda-feira mostrou a candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, pela primeira
vez, além da barreira dos dois dígitos (11%), na maior subida, a única fora da
margem de erro, da pesquisa.
A disposição em não abrir mão desse quinhão foi exposta pelo comportamento da candidata depois do debate do Flow na semana passada. Foram seis “merdas” e um “filha da puta” em três minutos. Despejou aborrecimento pela repercussão do murro no marqueteiro Duda Lima a ofuscar as propostas apresentadas. Antecipou, assim, as dificuldades que os adversários terão para conquistar o “voto útil” de seus eleitores.
O debate de segunda-feira (30) da Folha/UOL,
só as confirmou. Ela explorou as mudanças de posição de Boulos em relação a
aborto, drogas e Venezuela, mostrou que não está disposta a repetir a
desidratação da atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, no 1º turno da
disputa presidencial de 2022. E, finalmente, o manifesto lançado nessa terça
com 500 assinaturas de intelectuais, empresários e lideranças sociais
pró-Tabata dimensionaram a pedreira de Boulos na busca por seu eleitor.
Ao contrário de Simone Tebet, que estava
emparedada na política de seu Estado, Mato Grosso do Sul, no fim do mandato
como senadora, e tinha, na perspectiva de compor o governo Luiz Inácio Lula da
Silva, uma saída, Tabata está no início de sua carreira política, no exercício
do seu segundo mandato na Câmara. Daí porque esteja a marcar posição. Se a
polarização de 2022 relegou a terceira via à insignificância, o pós-Lula e o
pós-Bolsonaro lhe abrem outra janela.
Por isso uma arrancada de Boulos que o
distancie do tríplice empate evidenciado pela Quaest nessa segunda - Ricardo
Nunes (24%), Boulos (23%) e Marçal (21%) - é uma tarefa mais árdua. Ele não
passou recibo da agressividade da candidata - “somos dois candidatos do campo
progressista enfrentando dois representantes do bolsonarismo” - porque acredita
que o eleitor de Tabata se autonomize e aja por cálculo eleitoral para evitar
Boulos fora do 2º turno.
Há dúvidas, na campanha, sobre o potencial de
conversão de voto da caminhada com o presidente Lula no sábado. Daí a ampliação
de iniciativas como o manifesto de notáveis pelo voto útil lançado pelo
candidato do Psol nesta terça. Como o comparecimento de mulheres de ensino
médio completo é superior ao de homens, a campanha de Boulos pelo voto útil
está concentrada nesse segmento.
Nesta reta final, o prefeito Ricardo Nunes
(MDB) tem a máquina municipal, o horário eleitoral gratuito e o exército de
candidatos a vereador de 12 partidos, além da chance de disputar, pela direita,
o eleitorado, cada vez mais murcho - 6% na Quaest - de José Luiz Datena (PSDB).
Já Pablo Marçal (PRTB) tem um exército digital, que indica sinais de
esgotamento, e conta com um voto envergonhado e desconfiado das pesquisas, cuja
dimensão é desconhecida.
Ao partir pra cima de Nunes no debate, porém,
Marçal mostrou que a assertividade pública da extrema direita, da qual sua
própria candidatura é mostra, revela um eleitor mais desavergonhado de suas
opções. Ao candidato do PRTB, portanto, restaria tirar votos do candidato à
reeleição a quem, no último debate, dirigiu, 11 vezes, a mesma pergunta sobre
as razões que levaram a esposa de Nunes a registrar boletim de ocorrência, já
retirado, por violência doméstica.
Okays
ResponderExcluirTabata é bem educada e simpática, mas tem a boquinha "meio suja"...
ResponderExcluirPode ser apenas marketing,eu prefiro a Tabata-Sandy,rs.
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