Folha de S. Paulo
PIB dos EUA vai bem, salários nem tanto;
confiança econômica é das mais baixas em 30 anos
A economia americana
vai bem. Mas a popularidade de Joe Biden foi
mal e Kamala Harris pode
perder a eleição por uma ninharia de votos —ou ter mais eleitores do que Donald Trump no
país inteiro e perder a eleição por causa de umas dúzias de distritos em meia
dúzia de estados.
No entanto, "economia" é uma palavra vaga para pensar o que se passa na vida do eleitorado e nos seus tantos grupos diversos. Além do mais, vivemos em um tempo em que "economia", em qualquer sentido ou aspecto, pode fazer pouco efeito relevante. Para usar outra frase lunática de Trump como metáfora: "Poderia parar no meio da Quinta Avenida [Nova York], atirar em alguém e ainda assim eu não perderia votos", disse o candidato republicano em 2016.
A revista
britânica The Economist está animada com Kamala e com a economia. "A
gloriosa economia americana deve ajudar Kamala Harris. Eleitores começam a
notar as boas notícias bem a tempo da eleição", era o título de um texto
da publicação, no domingo (27). O modelo estatístico da Economist, que agrega
pesquisas diversas, indicaria que a candidata democrata subiu para algum lugar
mais perto da vitória, escreveram, nesta quarta (30).
A economia dos Estados
Unidos tem crescido bem mais do que a de seus pares ocidentais
ricos. De 2019 (inclusive) até o final desde 2024, a renda (PIB)
per capita americana terá aumentado 12%. O ritmo de aumento dos
salários, porém, é menos brilhante e menor do que nos anos melhores dos também
democratas Bill Clinton e Barack Obama.
O salário médio do pessoal empregado (na
produção e que não estão em cargos de supervisão) aumentou 4,4% de setembro de
2019 a setembro de 2024, em termos reais (além da inflação, aqui calculada pelo
CPI). Não é lá ruim. É o mesmo ritmo anual do período entre 2006 e 2019. Mas é
a metade do crescimento registrado de 2012 a 2019.
Salário médio também não é indicador lá
preciso —seria necessário considerar ainda impostos, transferências e outros
benefícios sociais em forma de renda direta ou indireta. É preciso levar em
conta a distribuição, social, regional etc.
Segundo nota de Abigail Wozniak e colegas, do
Fed de Minneapolis, o aumento de renda mais rápido dos 50% mais pobres, na
saída da pandemia, passou. Voltou o padrão dos anos imediatamente anteriores.
Os ganhos salariais para mais ricos ou mais pobres ficaram parecidos, "em
contraste com períodos como o final dos anos 1990 e 2010, quando pessoas de
salários mais baixos tiveram ganhos relativos", escrevem Wozniak e
colegas.
Enfim, houve o grande trauma inflacionário
pós-Covid. O salário médio passou a crescer em termos anuais e reais apenas a
partir de junho de 2023 (o mediano, um pouco antes). Uma inflação
inédita em 40 anos, desconhecida da maioria da população, comeu a
renda. Foi um choque, uma facada de cicatriz ainda aberta.
Sim, o desemprego é o mais baixo em meio
século. A proporção das pessoas empregadas e da "prime age" (25-54
anos) é das mais altas de que se tem notícia, segundo Bobby Kogan e Brendan
Duke, do Center for American Progress. Mesmo com a alta de juros, não houve
recessão ou nada perto disso.
Mas o índice de confiança econômica do Gallup
está em um dos menores níveis desde 1996. Apenas não é pior do que na Covid e
em 2008-09, da Grande Recessão e da catástrofe econômica, social e política
causada pela finança.
Quer dizer que Trump pode ser eleito novamente,misericórdia!
ResponderExcluirVai começar a temporada do Chororo,
ResponderExcluirdo ódio ao Trump e do ranger de dentes
A imprensa militante não se conforma, vai começar agora Trump É mal , Bolsonaro Também , Trump nazista , O mundo vai se acabar…
Vai ser ótimo estou esperando pra assistir de camarote