O Globo
No dia seguinte ao primeiro turno, o ministro
Alexandre Padilha tentou atenuar as derrotas da esquerda nas urnas. Alegou que
“o conjunto de partidos que apoiam o governo” teria vencido as eleições
municipais.
O balanço cor de rosa contabilizava triunfos
de siglas do Centrão que ocupam ministérios, como PSD, MDB e União Brasil.
Faltou dizer que essas legendas não apoiaram Lula em 2022 e não se comprometem
a apoiá-lo em 2026.
Os partidos de esquerda e centro-esquerda disputavam o segundo turno em seis capitais. Perderam em cinco e venceram apenas em Fortaleza, onde Evandro Leitão (PT) bateu o bolsonarista André Fernandes (PL) por míseros 10 mil votos de diferença.
O PT também tinha esperança de levar Cuiabá,
onde Lúdio Cabral escondeu as bandeiras vermelhas e buscou o apoio de barões do
agronegócio. Apesar da mudança de figurino, ele perdeu para Abílio Brunini
(PL), um deputado folclórico que conseguiu ser expulso de uma CPI por mau
comportamento.
Em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) se
reelegeu com 60% dos votos, apesar dos erros que deixaram a cidade embaixo
d’água em maio. O resultado sugere que os eleitores tiveram mais medo do PT do
que de uma nova enchente.
A derrota mais dolorida para Lula deve ser a
de seu pupilo Guilherme Boulos (PSOL), que comeu poeira em São Paulo. Ele
repetiu a votação de 2020, apesar do apoio presidencial e do alto investimento
financeiro.
Após a divulgação dos resultados, Boulos
disse que sua campanha “recuperou a dignidade da esquerda brasileira”. O
psolista enfrentou golpes baixos e lutou até o fim, mas precisa tomar cuidado
para não deixar o fracasso subir à cabeça.
O mapa das urnas mostra que o discurso
antiesquerda continua dominante no país. Parte da explicação se deve à onda
reacionária que criminalizou os direitos humanos e levou temas como drogas,
aborto e sexualidade para o centro do debate político.
Mas seria ilusão desprezar o peso da
avaliação mediana do governo Lula. Segundo o último Datafolha, a gestão é
considerada boa ou ótima por 36% dos brasileiros. O desempenho é similar à de
Jair Bolsonaro à mesma altura do mandato, e o capitão não conseguiu se
reeleger.
No discurso da vitória em São Paulo, o
prefeito Ricardo Nunes (MDB) lançou informalmente a candidatura do governador
Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Planalto em 2026. Estavam no palanque os
presidentes nacionais de PSD e MDB — dois partidos que o ministro Padilha disse
estarem no “time do Lula”.
Ok
ResponderExcluir😏😏😏
Excelente e sintética análise!
ResponderExcluirÉ preferível o nome do colunista antes do título da coluna na árvore de navegação, facilita escolher o artigo!
ResponderExcluirSim, é verdade. Concordo muito com Calvin!
ResponderExcluirDevido a suas políticas sociais desastrosas e
ResponderExcluirgovernantes corruptos e viés autoritário Visando perseguir e censura a oposição a esquerda está em declínio não só em São Paulo , no Brasil como no mundo
Semana que vem vamos ter a vitória do Trump e aí vai ajudar a gente a botar ordem nesse galinheiro político que virou o Brasil que está sendo dominado pelos Ministros do STF e o PT , aviltando dia assim outro também a Constituição brasileira