Correio Braziliense
Nesta quarta-feira, o governo do Líbano
informou que, nas últimas duas semanas, mais de 1 mil pessoas morreram e 6 mil
ficaram feridas em ataques israelenses no país
Comida, som, oração, reflexão, celebração e
bombas, muitas bombas, em Beirute e no sul do Líbano marcam este ano novo
judaico, o Rosh Hashaná, o início do ano 5785 no calendário hebraico, celebrado
entre esta quarta e quinta-feira. Shanah tovah é a saudação que significa um
feliz ano novo para a comunidade judaica! O povo judeu comemora em setembro ou
outubro, não em janeiro, em observância ao calendário hebreu lunissolar, que se
originou com a criação bíblica do universo, uma semana mais curta do que o calendário
gregoriano, que conta os anos antes e depois do nascimento de Jesus Cristo.
Segundo a tradição religiosa, o Rosh Hashaná é uma oportunidade de olhar para a frente. Não apenas celebrar o futuro. É preciso considerar o passado e rever o relacionamento com Deus. Também marca o primeiro dia de um período conhecido como os Dez Dias de Temor, ou Dias de Arrependimento, durante o qual as ações de uma pessoa são consideradas capazes de influenciar tanto o julgamento de Deus quanto o plano de Deus para com ela.
Chalá redonda, maçãs e mel simbolizam Deus,
os ciclos do ano e o sustento que está por vir, respectivamente. O chalá é um
pão arredondado, semelhante às nossas roscas, muitas vezes cravejado de passas,
que geralmente é mergulhado em mel e comido como uma refeição simbólica,
comemorativa. As maçãs representam a esperança de um ano doce pela frente.
Acredita-se que a tradição de comer maçãs no Rosh Hashaná tenha se originado
com judeus ashkenazi na Europa, que usavam a fruta do outono em suas refeições
de ano novo.
Celebrado há milhares de anos, as origens do
Rosh Hashaná são obscuras. Na passagem bíblica Levítico 23:24-25, Deus diz a
Moisés que o povo de Israel deveria observar o primeiro dia do sétimo mês como
um dia de descanso e marcá-lo com o toque de chifres de carneiro, o shofar, que
ocorre regularmente nas sinagogas, mas no ano novo são executados cerca de 100
toques. Seu som é um chamado para se arrepender dos pecados e buscar o perdão
de Deus. O trabalho é proibido em Rosh Hashaná, e muitos judeus passam o feriado
participando de serviços especiais em suas sinagogas e, depois, celebrando com
refeições festivas. Neste ano, para muitos, o serviço especial é ir à guerra.
Esses dias sagrados culminam no Yom Kippur,
um tempo de expiação que é considerado o dia mais sagrado do ano. Ocorre
anualmente no dia 10 de Tishrei, o primeiro mês do calendário hebraico, que
será comemorado no próximo dia 12 de outubro. O que virá até lá ninguém sabe, o
destino está nas mãos de Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, e o
aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. Vale lembrar que a Guerra do Yom
Kippur começou em 6 de outubro de 1973, quando tropas egípcias e sírias atacaram
bases israelenses na região do Suez, e tem esse nome porque se iniciou no
feriado em que os judeus comemoram o “dia do perdão”. Desde então, Gaza e
Cisjordânia, na Palestina, e as Colinas de Golan, na Síria, estão ocupadas por
Israel.
Destruição
Enquanto a comunidade judaica comemora o ano
novo, as Forças de Defesa de Israel (FDI) avançam contra o Hezbollah no sul do
Líbano e bombardeiam Beirute como quem lança fogos de artifícios. Nesta
quarta-feira, o governo do Líbano informou que, nas últimas duas semanas, mais
de 1 mil pessoas morreram e 6 mil ficaram feridas em ataques israelenses no
país. Entre as vítimas, estão 156 mulheres e 87 crianças. Nos últimos 12 meses,
o conflito entre Israel e o Hezbollah resultou em 1,6 mil mortes no Líbano e deixou
milhares de feridos. Nesta quarta-feira, em meio às comemorações do Rosh
Hashaná, Israel bombardeou o centro de Beirute, onde a maioria é cristã, a
pretexto de matar mais um líder do grupo.
De nada adiantaram os apelos do encarregado
de negócios interino do Líbano, Al-Sayyid Hadi Hashim, durante a Conselho de
Segurança da ONU, segundo os quais seu país já vive uma crise humanitária
grave, com milhares de pessoas desabrigadas. São 1 milhão de libaneses que
precisaram deixar suas casas por causa do conflito. O país também abriga 2
milhões de sírios deslocados e 500 mil palestinos refugiados, além de uma
comunidade brasileira que chega a 12 mil pessoas. “O que está acontecendo
agora, com essas mortes, pessoas desabrigadas e destruições sem precedentes não
pode ser mais tolerado ou ignorado. As crianças dos subúrbios do sul de Beirute
estão dormindo nas ruas”, disse.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quer
destruir o Hezbollah e, para isso, utiliza a mesma estratégia de terra arrasada
adotada em Gaza, que foi destruída. Em 23 de setembro, Israel lançou um
bombardeio aéreo que provocou a morte de 569 pessoas, incluindo 50 crianças e
94 mulheres. Esse dia foi o mais sangrento desde 2006, quando Israel também
travou uma guerra contra o Hezbollah. Em 29 de setembro, um ataque contra uma
área residencial resultou na morte de 71 pessoas, incluindo mulheres e crianças
que ficaram presas nos escombros. Hashim chamou o episódio de “massacre”.
Até agora, 50 soldados israelenses morreram
em confrontos envolvendo o Hezbollah no Líbano. Oito foram assassinados nesta
quarta-feira. O representante de Israel na ONU, Danny Danon, ao justificar as
ações militares, afirmou que o país enfrenta ataques diretos à própria
existência. “Essa é a realidade que enfrentamos todos os dias: terror nas
fronteiras, mísseis sobre nossas cabeças, balas nas ruas. O Conselho precisa
entender o cenário em que Israel é forçado a viver”, disse. Shalom, Inshalá!
O genocida Netanyahu e o Estado terrorista de Israel afrontam o mundo (e seus antigos cúmplices: EUA, França, Inglaterra e Alemanha) e seguem com os crimes de guerra no Oriente Médio. Mas esta arrogância e violência não durarão pra sempre.
ResponderExcluirMeu Pai!
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