O Globo
A vitória do prefeito Eduardo Paes no
primeiro turno redefine o futuro da política do Rio, origem do bolsonarismo. O
governador Cláudio
Castro terminou a campanha rejeitado pelo candidato Alexandre
Ramagem, que chamou sua administração de medíocre. Sem poder
responder, pressionado pelo ex-presidente Jair
Bolsonaro, perderá a pouca força política que tem. Pode vir a se
tornar um “pato manco”, gíria política que define um político que não tem mais
possibilidade de se reeleger.
A expectativa de poder é uma situação política importante que elimina quem a perde. Sendo disputadas duas vagas, pode ser que Castro venha a ser eleito. Mas vai ter que ter habilidade até para conseguir ser candidato.
O prefeito Eduardo Paes é um candidato
potencial ao governo do estado em 2026, e as forças partidárias se aglutinarão
em torno dele. Paes já conseguiu reunir em torno de si um grupo heterogêneo de
apoio que foi da esquerda, com Lula, ao bolsonarista Otoni de Paula. Na disputa
para governador, ele será instado pelas forças políticas a se candidatar para
enfrentar o candidato dos Bolsonaros.
Desde quando conseguiu indicar seu vice, sem
compromissos com os partidos que o apoiavam, Eduardo Paes pensava em seu
substituto quando saísse para disputar o governo. Como o tema foi mencionado na
campanha, Paes teve que negar essa possibilidade, o que não significa que não
será candidato.
Bolsonaro, por sua vez, terá que tentar se
recuperar da derrota na eleição municipal. Alexandre Ramagem não conseguiu
acrescentar eleitores ao bolsonarismo, foi uma escolha errada. Foi também uma
luta inglória contra uma gestão exitosa que, como mostraram as urnas, leva à
reeleição.
Essa, aliás, é uma marca dessa eleição. A
meritocracia sendo reconhecida pelo cidadão.
Uma vantagem da candidatura de Paes foi a não
polarização, uma capacidade de unir diversos espectros partidários, não aceitar
provocações de adversários. Eduardo Paes manteve a carioquice de sua persona
política, o que o difere de outros candidatos.
O clima político na cidade do Rio de Janeiro
foi de tranquilidade, não havendo registros de confrontos. A única peça do
museu de velhas novidades foi a compra de votos em dinheiro vivo, uma prática
que parecia ter sido já superado.
O segredo é não polarizar.
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