Folha de S. Paulo
Quantos vereadores ligados às facções
criminosas não têm sido eleitos no país?
Cidades brasileiras com até 15 mil habitantes elegem nove vereadores. As que têm cerca de um milhão elegem 33. São Paulo, com seus mais de 11 milhões, elege 55. Tire a média e multiplique pelos, segundo o IBGE, 5.570 municípios do Brasil. A pergunta é: quantos dos quase 200 mil vereadores em exercício no país não fazem parte de alguma forma do crime organizado ou foram cooptados por ele?
A pergunta é irrespondível, porque nenhum
deles se elege pelo PCC ou por
seus satélites, mas por um dos 33 partidos legalmente constituídos,
reconhecidos pela Justiça
Eleitoral e com direito ao fundo partidário provido pela União
para financiar suas campanhas. Os próprios cartolas dos partidos talvez nem
desconfiem da ligação deste ou daquele de seus filiados com uma organização
criminosa nem ele sobe ao palanque com o button da sua facção. Mas, assim que é
eleito, já começa a trabalhar para os interesses do crime, propondo ou
revogando leis, nomeando aliados ou facilitando o controle da polícia.
Para que serve um vereador infiltrado? Para o
mesmo que um deputado estadual, federal ou senador, ou, se chegarmos a isso, um
juiz, desembargador ou ministro —para a lenta costura interna do tecido
jurídico, de modo a pôr o Estado a serviço do crime. Essa trama já começou há
muito, com a diplomação anual de advogados saídos das facções e sua escalada a
promotores ou defensores públicos.
Muitos candidatos a vereador a serviço delas
terão sido eleitos há duas semanas, e talvez até alguns prefeitos. O TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), presidido pela ministra Cármen Lúcia, formou um núcleo de
especialistas do Ministério Público e da Polícia Federal para cruzar os pedidos
de registro de candidaturas com um possível envolvimento com o crime. É uma nova
e poderosa prática de varredura, mas ainda embrionária. Não impede que as
facções apontem como candidatos seus membros recém-admitidos, ainda sem nódoa
na ficha.
O submundo descobriu que é melhor trabalhar
sem balbúrdia, execuções, tiros, balas perdidas e arranca-rabos entre eles. Sai
o crime organizado, entra o crime legalizado.
Muito bom! O DESgoverno Bolsonaro despontou com o crime legalizado, com o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles legalizando exportações de madeira ilegal (e sendo hoje processado por isto) e ativamente enfraquecendo a legislação ambiental com mudanças que dificultavam e enfraqueciam a fiscalização e normas mais permissivas que interessavam os agrotrogloditas do agronegócio e a indústria de agrotóxicos.
ResponderExcluirO próprio ex-capitão miliciano tentou legalizar as vendas das joias públicas que ministros militares muambeiros trouxeram como presente e que seus assessores militares venderam pra aumentar o já vasto patrimônio obtido criminosamente pelo GENOCIDA.
Quantos vereadores ligados às facções criminosas não têm sido eleitos no país????? Ué, só ver o número de vereadores que o PT/PSOL elegeu.....
ResponderExcluirNão é fácil.
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