O Estado de S. Paulo
Amigos do vice veem suas andanças pelo interior como sinal de que ele pode disputar governo de SP
Enquanto a disputa para a Prefeitura de São
Paulo continua embolada, Geraldo escapa para “Lins” sempre que pode, nos fins
de semana, e dá um “baile” nos seguranças. Engana-se, porém, quem pensa que o
destino da viagem seja a cidade localizada a 430 quilômetros da capital
paulista, na região centro-oeste do Estado.
“Lins”, para o vice-presidente da República
Geraldo Alckmin, significa “Local incerto e não sabido”. Foi driblando os
seguranças que no fim do ano passado, por exemplo, Alckmin acabou dormindo num
posto de gasolina que vende pamonha, em plena Via Dutra.
O vice estava voltando de Pindamonhangaba para São Paulo quando decidiu estacionar o carro que dirigia para dar uma cochilada. Tinha capinado um lote de seu sítio por três horas e estava cansado. Perto de 18h30, parou embaixo de uma árvore do posto, reclinou o banco e dormiu.
De repente, acordou assustado com uma mão
batendo forte na janela de seu HB20 2018. “Aí, doutor! Que moleza, hein?”,
afirmou o homem. Mas era assalto? “Não. Era um caminhoneiro que queria tirar
retrato comigo”, disse o vice à coluna.
O susto não impediu que Alckmin continuasse
apelando para “Lins” uma vez por mês. O destino preferido é sempre Pinda,
cidade natal que já administrou como prefeito. “Lá, a minha academia é a
enxada”, resume.
Na capital paulista, Alckmin apoia Tabata
Amaral (PSB) para a Prefeitura, mas não participou de muitos atos ao lado dela.
O confronto deste mês, no seu diagnóstico, não terá impacto sobre 2026, ano em
que o presidente Lula deve concorrer a novo mandato. “Eleição municipal é
território. Não adianta querer misturar outras coisas”, observou o vice.
Nos bastidores, amigos de Alckmin veem suas
andanças pelo interior de São Paulo como um sinal de que ele poderá disputar
novamente o Palácio dos Bandeirantes, em 2026, ou até mesmo o Senado, e não ser
mais vice na chapa de Lula.
Tudo dependerá do cenário político até lá,
incluindo os movimentos do governador Tarcísio de Freitas. “Essa hipótese não
existe”, desconversa ele, que comandou quatro vezes o
Bandeirantes. “Cada coisa tem seu tempo.”
Desde que deixou o PSDB e fez aliança com Lula em 2022, porém, o vice perdeu
boa parte do eleitorado conservador do interior paulista.
Nesta temporada, Alckmin fez campanha em
apenas nove cidades, incluindo Recife. Despista, no entanto, quando o assunto
volta para suas pretensões, em 2026. Enigmático, recita versos de Martins
Fontes: “Tenho a paixão da gleba circunscrita/ Quero morrer ouvindo a voz
bendita/dos pausados cantares paulistanos”. Para bom entendedor, meia palavra
basta.
Muito interessante, gostei do texto leve.
ResponderExcluirConcordo
Excluir''Minha academia é a enxada'',adorei!
ResponderExcluirVera Rosa estava no Roda Viva entrevistando Cármem Lúcia.
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