sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Louco ou golpista? - Hélio Schwartsman

Folha de S. Paulo

Bolsonaristas se apressam a pintar autor de ataque como lobo solitário; apenas investigações dirão se ele agiu só ou se teve apoio material

Só o aprofundamento das investigações dirá se o homem que desferiu o ataque com bombas a Brasília e morreu numa das explosões é um louco que agiu sozinho ou se fazia parte de uma trama golpista mais ampla.

O vídeo do sistema de segurança do STF que mostra os instantes finais do agressor é sugestivo de uma ação suicida, o que favorece a hipótese do desequilíbrio mental. Mas as imagens não descartam a possibilidade de ele ter contado com apoio logístico e/ou financeiro de atores com uma agenda mais política que psicológica. O homem tinha história de militância na extrema direita. É preciso aguardar o resultado das apurações.

Bolsonaro e seus sequazes não querem esperar. Eles se apressam em pintar o perpetrador como um desvairado que agiu só. Fazem-no por um motivo bem concreto. Não querem ser relacionados a mais um ataque contra a democracia.

Não acredito em deuses, mas reconheço que eles têm um fino senso de ironia. O ex-presidente se agarra agora à tese do lobo solitário, a mesma que rejeitara com veemência quando do atentado por ele sofrido na campanha eleitoral de 2018.

O ministro do STF Alexandre de Moraes também parece ter queimado a largada ao afirmar que o ataque não foi um ato isolado. Eu também acho que não foi. Se a ideia é fazer análises que incorporem o clima político reinante no país, não dá para ignorar o longo histórico de pregação de Bolsonaro e seus asseclas contra o STF e as instituições.

Só que Moraes, ao contrário dos demais cidadãos, deveria se abster de fazer observações sobre o caso, já que existe uma boa chance de ele, por prevenção, vir a supervisionar o inquérito que vai apurar as circunstâncias do ataque.

Louco ou títere de uma ideologia extremista, o perpetrador produziu uma série de consequências que provavelmente não desejava. Suas ações praticamente inviabilizam a anistia a Bolsonaro e aos golpistas do 8/1 —o que é ótimo. Mas elas também dão argumentos para que o STF prolongue suas heterodoxias —o que vai minando a própria credibilidade da corte.

 

 

 

7 comentários:

  1. Adélio bispo afilhado PSOL tentou matar o ex-presidente Bolsonaro Imediatamente a imprensa passa a tratar-lo como um louco lobo solitário agora esse pobre infeliz desesperado protestando contra injustiças e a ditadura implantada pelo STF é um terrorista de Bolsonaro , mas deixa que a batata deles STF está assando

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    1. Que batata cara pálida? O bolsonarismo é um instrumento da brutalidade e sem noção de realidade.

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    2. Que batata cara pálida? O bolsonarismo é um instrumento da brutalidade e sem noção de realidade.

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  2. Que Deus tenha piedade do homem-bomba!

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  3. Fiquei na dúvida com o título da coluna: seria sobre Trump ou sobre Bolsonaro? Na verdade, é sobre os 2, e seus seguidores!

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  4. O anônimo que encabeça a lista não foi apresentado à vírgula em seu cursinho de redação.

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  5. Economia de atentados

    O custo do método de Lee Harvey Oswald para assassinar o presidente John F. Kennedy em 1963 foi relativamente baixo em termos financeiro. 500 dólares, aproximadamente 2.500 reais hoje .
    Isso inclui armas (um rifle italiano Carcano M91/38, revólver 38) munições e transporte. O baixo custo financeiro, combinado ao fato de Oswald agir sozinho e sem recursos de terceiros, fez com que o planejamento tivesse um custo bem modesto.

    No caso do terrorista de chanchada, devemos somar o valor do veículo, alugueis, alimentação, artefatos , etc, por anos; tudo não fica menos que 100 mil reais. Pra que? Pra nada!

    Participação de terceiros, apoio logístico,etc, para uma merda dessa? Pensamento bem, tratando-se de método brasuca...

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