Folha de S. Paulo
O presidente enquadra Haddad, que assim se
enfraquece como alternativa eleitoral
Não tem jeito, Luiz Inácio da Silva é
daqueles políticos que só confiam no próprio taco. Intuitivo, parece ter
confiado nessa característica para desenhar o anúncio das ditas medidas de
contenção de gastos em molde eleitoral, na certeza de que tudo se ajeita
na economia desde
que o "mercado" entenda o cálculo e se submeta às suas motivações.
Quando foi eleito presidente a primeira vez, intuiu que não governaria se adotasse o lema do gasto é vida. Entregou a condução da economia a Antonio Palocci sob os auspícios das bases da estabilidade definidas por Fernando Henrique Cardoso, enquanto no palanque discursava contra a "herança maldita".
Deu certo, mas, assim que Lula acreditou
se ver livre das amarras —Palocci fora e popularidade alta—, no segundo mandato
iniciou trajetória oposta. Exacerbada por Dilma
Rousseff, deu em desarranjo das contas e perda de apoio político.
Não por coincidência isso aconteceu quando
ambos, Lula e Dilma, assumiram o leme da economia. Eram eles na prática os
ministros da área. Quando os profissionais do ramo são atropelados em sua
autoridade, ou se deixam atropelar, não se chega a bom resultado.
O próprio Lula teve o exemplo em seu
governo. Henrique
Meirelles no comando do Banco Central, ainda sem autonomia
legal, impôs a barreira da não interferência sob pena de se demitir. Assim
também correu com FHC em relação a Itamar Franco, que queria introduzir
congelamento de preços no Plano Real.
Como ministro da Fazenda, Fernando
Haddad travou dura batalha interna na qual, viu-se logo, estava
com a razão ao defender
que não se misturasse isenção de Imposto de Renda com contenção de gastos.
Rendeu-se, no entanto, à evidência de que o
Lula 3 percebe o cenário de modo diferente da visão do Lula 1.
A rendição pode até tê-lo credenciado para a
sucessão, em 2026 ou 2030, mas o enfraqueceu em sua tarefa de preservar a
economia de cujo sucesso depende a manutenção da confiança conquistada com
dificuldade. Condição que projetou Haddad como alternativa eleitoral do campo
governista, mas pode se perder por excesso na presunção personalista de Lula.
De um lado, um imbrochável, incomível, imorrível...; um Mito, verdadeiro e único Messias...
ResponderExcluirDe outro, um oráculo dos deuses, Pai dos Pobres e Guia-Mor dos Povos do Universo
Não é todo povo que tem essa sorte.
Verdade! E por aqui, um papagaio bolsonarista semianalfabeto que tortura o português e nossos olhos.
ExcluirSei.
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