segunda-feira, 12 de maio de 2025

Aécio critica ida Leite para PSD e minimiza pré-candidatura presidencial

Cristiane Agostine / Valor Econômico

Ex-presidente do PSDB, deputado diz que governador trocou de legenda por um 'projeto regional'

Ex-presidente nacional do PSDB e atual integrante da Executiva tucana, o deputado federal Aécio Neves (MG) criticou a saída do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do partido para se filiar ao PSD. Aécio disse que Leite trocou de legenda por um “projeto regional” e minimizou a pré-candidatura presidencial do ex-tucano.

“Vejo nessa decisão do governador, na verdade, a opção por um projeto regional, já que o partido ao qual ele se filia, como todos sabem, provavelmente terá outras opções na disputa presidencial”, disse Aécio em nota divulgada à imprensa.

Leite anunciou nessa quinta-feira (8) sua saída do PSDB e filiou-se ao PSD nesta sexta-feira (9), em evento em São Paulo, com a presença do presidente nacional do partido, GIlberto Kassab. Leite disse ter o desejo de liderar um projeto nacional pela nova legenda e colocou-se como pré-candidato à Presidência. No PSD, o governador do Paraná, Ratinho Junior, também é presidenciável.

Aécio refutou, mais de uma vez, a eventual candidatura presidencial de Leite, que também foi presidente nacional do PSDB. “Lamento que, nesse momento de tantas incertezas, a política nacional tenha perdido um ator importante e qualificado para 2026. Desejo sucesso ao governador Eduardo [Leite] no seu novo caminho, mas lembro que, na política, nem sempre o caminho que nos parece mais fácil é aquele que nos leva mais longe.”

Na nota, Aécio disse que o PSD tem “uma outra concepção da política” e “não tem dificuldades, por exemplo, em apoiar e participar ao mesmo tempo de governos bolsonaristas e petistas”. “Essa é a nova realidade com a qual o governador do Rio Grande do Sul terá que conviver daqui para frente”, afirmou.

“Estive ao lado de Eduardo [Leite] em todos os seus embates travados no PSDB e, por conhecê-lo, sei que ele não é um político que consegue ser, ao mesmo tempo, de esquerda, de centro e de direita, como é o partido ao qual acaba de se filiar. Não sendo, portanto, uma decisão tomada por afinidade ideológica, parece claro que ele optou por um partido que, na sua avaliação, lhe dê melhores condições estruturais para as disputas locais”, afirmou Aécio. “É o que, para mim, explica essa decisão”, disse o tucano, presidente do Instituto Teotônio Vilela.

Aécio disse ainda ter recebido ontem um telefonema de Leite e ressaltou que o PSDB não concordou com a proposta defendida pelo governador do Rio Grande do Sul, de fusão do partido com o PSD. Os tucanos devem se fundir com o Podemos – decisão criticada por Leite.

Apesar de colocar-se como candidato à Presidência, Leite disse nesta sexta-feira que poderá concorrer ao Senado se o PSD decidir lançar outro nome, como o de Ratinho Junior, ou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se ele disputar a eleição presidencial em 2026.

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