Cristiane Agostine / Valor Econômico
Ex-presidente do PSDB, deputado diz que
governador trocou de legenda por um 'projeto regional'
Ex-presidente nacional do PSDB e atual integrante da
Executiva tucana, o deputado federal Aécio Neves (MG) criticou a saída
do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite,
do partido para se filiar ao PSD. Aécio disse que Leite trocou de legenda
por um “projeto regional” e minimizou a pré-candidatura presidencial do
ex-tucano.
“Vejo nessa decisão do governador, na verdade, a opção por um projeto regional, já que o partido ao qual ele se filia, como todos sabem, provavelmente terá outras opções na disputa presidencial”, disse Aécio em nota divulgada à imprensa.
Leite anunciou nessa quinta-feira (8) sua
saída do PSDB e filiou-se ao PSD nesta sexta-feira (9), em evento em São Paulo,
com a presença do presidente nacional do partido, GIlberto Kassab. Leite disse
ter o desejo de liderar um projeto nacional pela nova legenda e colocou-se como
pré-candidato à Presidência. No PSD, o governador do Paraná, Ratinho Junior, também é
presidenciável.
Aécio refutou, mais de uma vez, a eventual
candidatura presidencial de Leite, que também foi presidente nacional do PSDB.
“Lamento que, nesse momento de tantas incertezas, a política nacional tenha
perdido um ator importante e qualificado para 2026. Desejo sucesso ao
governador Eduardo [Leite] no seu novo caminho, mas lembro que, na política,
nem sempre o caminho que nos parece mais fácil é aquele que nos leva mais
longe.”
Na nota, Aécio disse que o PSD tem “uma outra
concepção da política” e “não tem dificuldades, por exemplo, em apoiar e
participar ao mesmo tempo de governos bolsonaristas e petistas”. “Essa é a nova
realidade com a qual o governador do Rio Grande do Sul terá que conviver daqui
para frente”, afirmou.
“Estive ao lado de Eduardo [Leite] em todos
os seus embates travados no PSDB e, por conhecê-lo, sei que ele não é um
político que consegue ser, ao mesmo tempo, de esquerda, de centro e de direita,
como é o partido ao qual acaba de se filiar. Não sendo, portanto, uma decisão
tomada por afinidade ideológica, parece claro que ele optou por um partido que,
na sua avaliação, lhe dê melhores condições estruturais para as disputas
locais”, afirmou Aécio. “É o que, para mim, explica essa decisão”, disse o
tucano, presidente do Instituto Teotônio Vilela.
Aécio disse ainda ter recebido ontem um
telefonema de Leite e ressaltou que o PSDB não concordou com a proposta
defendida pelo governador do Rio Grande do Sul, de fusão do partido com o PSD.
Os tucanos devem se fundir com o Podemos – decisão criticada por Leite.
Apesar de colocar-se como candidato à Presidência, Leite disse nesta sexta-feira que poderá concorrer ao Senado se o PSD decidir lançar outro nome, como o de Ratinho Junior, ou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se ele disputar a eleição presidencial em 2026.
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