domingo, 25 de maio de 2025

As tarefas que a realidade nos impõe - Claudio de Oliveira*

O que está posto? Penso que:
1) Ascensão da extrema-direita;
2) Reglobalização;
3) nova geopolítica;
4) Nova revolução tecnológica com a IA;
5) Crise do Clima.

Que fazer?
1) Frente ampla democrática nos planos nacional e internacional para isolar a extrema-direita;
2) Política externa não-alinhada e sem retórica anti-Ocidente;
3) Trabalhar contra uma nova Guerra Fria, pelo multilateralismo, pelo fortalecimento e criação de órgãos de governança global, pela negociação dos conflitos internacionais e pela cooperação econômica;
4) Incorporar o Brasil nos grande centros dinâmicos do capitalismo;
5) Modernizar o capitalismo brasileiro para abrir um novo ciclo de expansão de modo a criar riqueza e renda;
6) Diante do Estado deficitário, atrair investimentos privados nacionais e estrangeiros para um novo ciclo de desenvolvimento;
7) Investir pesadamente em pesquisa, ciência e tecnologia, buscando os diferenciais do Brasil principalmente na biotecnologia (não conseguiremos concorrer com a China na produção em larga escala de fogão e geladeira, mas poderemos concorrer com produção de vacinas, remédios, por exemplo), em tecnologias de fontes renováveis de energia, etc;
8-Reformar o Estado e a tributação para garantir o financiamento sustentável do Estado do Bem-Estar Social (a distribuição da riqueza não deve estar focada em transferência de rendas pelo Estado, por seus limites evidentes, mas no aumento da produtividade na economia privada e uma boa tributação).
O nacional-desenvolvimentismo de há muito não consegue responder a essas tarefas da realidade da economia global. Tão pouco o Estado brasileiro tem bala suficiente para ser o centro de uma nova expansão e modernização econômica como foi o Plano de Metas de JK.

Diferentemente dos anos 1950/1960/1970, temos uma crise demográfica pela frente e possivelmente teremos de atrair mão de obra imigrante como a Europa.

O grande salto para frente de Mao foi um desastre. A China se desenvolveu atraindo investimentos e capitais internacionais, enquanto Fidel fazia discursos de 6 horas contra o imperialismo e a URSS faliu.

Quais são as forças políticas capazes de agregar partidos, coesionar a sociedade em torno desse projeto modernizador? Como forjar um grande bloco político democrático e progressista capaz de realizar essas tarefas impostas pela realidade? Ao meu ver, eis os desafios.

*Cláudio de Oliveira, jornalista e cartunista, é autor dos e-books “Lênin, Martov, a Revolução Russa e o Brasil” e “Era uma vez em Praga – um brasileiro na Revolução de Veludo”, disponíveis na Amazon.

 

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