O que está posto? Penso que:
1) Ascensão da extrema-direita;
2) Reglobalização;
3) nova geopolítica;
4) Nova revolução tecnológica com a IA;
5) Crise do Clima.
Que fazer?
1) Frente ampla democrática nos planos nacional e internacional para isolar a
extrema-direita;
2) Política externa não-alinhada e sem retórica anti-Ocidente;
3) Trabalhar contra uma nova Guerra Fria, pelo multilateralismo, pelo
fortalecimento e criação de órgãos de governança global, pela negociação dos
conflitos internacionais e pela cooperação econômica;
4) Incorporar o Brasil nos grande centros dinâmicos do capitalismo;
5) Modernizar o capitalismo brasileiro para abrir um novo ciclo de expansão de
modo a criar riqueza e renda;
6) Diante do Estado deficitário, atrair investimentos privados nacionais e
estrangeiros para um novo ciclo de desenvolvimento;
7) Investir pesadamente em pesquisa, ciência e tecnologia, buscando os
diferenciais do Brasil principalmente na biotecnologia (não conseguiremos
concorrer com a China na produção em larga escala de fogão e geladeira, mas
poderemos concorrer com produção de vacinas, remédios, por exemplo), em
tecnologias de fontes renováveis de energia, etc;
8-Reformar o Estado e a tributação para garantir o financiamento sustentável do
Estado do Bem-Estar Social (a distribuição da riqueza não deve estar focada em
transferência de rendas pelo Estado, por seus limites evidentes, mas no aumento
da produtividade na economia privada e uma boa tributação).
O nacional-desenvolvimentismo de há muito não consegue responder a essas
tarefas da realidade da economia global. Tão pouco o Estado brasileiro tem bala
suficiente para ser o centro de uma nova expansão e modernização econômica como
foi o Plano de Metas de JK.
Diferentemente dos anos 1950/1960/1970, temos uma crise demográfica pela frente
e possivelmente teremos de atrair mão de obra imigrante como a Europa.
O grande salto para frente de Mao foi um desastre. A China se desenvolveu
atraindo investimentos e capitais internacionais, enquanto Fidel fazia
discursos de 6 horas contra o imperialismo e a URSS faliu.
Quais são as forças políticas capazes de agregar partidos, coesionar a
sociedade em torno desse projeto modernizador? Como forjar um grande bloco
político democrático e progressista capaz de realizar essas tarefas impostas
pela realidade? Ao meu ver, eis os desafios.
*Cláudio de Oliveira, jornalista e
cartunista, é autor dos e-books “Lênin, Martov, a Revolução Russa e o Brasil” e
“Era uma vez em Praga – um brasileiro na Revolução de Veludo”, disponíveis na
Amazon.
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