O Globo
O caminho jurídico escolhido pelo governo foi
inteligente e respeitoso ao Congresso. Ele vai
ao STF para perguntar se o seu decreto do IOF respeita à Constituição. Se
for constitucional, o que se conclui que se é privativo do chefe do Executivo
essa decisão, não cabe portanto o Projeto de Decreto Legislativo (PDL).
O ministro chefe da AGU, Jorge Messias, disse que é seu dever de entrar no Supremo quando há um problema na separação dos Poderes.
— As portas da política estão abertas e
sempre estiveram abertas — repetiu várias vezes o ministro.
O que Messias quis dizer com isso, é que não
é para brigar com o Congresso, mas um ato jurídico e técnico. E destacou que o
presidente Lula fez
questão de separar a condução política, da jurídica. Ele informou ainda que os
presidentes da Câmara e do Senado foram informados previamente sobre a decisão
do governo. O ministro disse ainda que essa não foi uma decisão tomada no
"calor da emoção":
- Ele (Lula) refletiu bastante, essa é uma
decisão madura, refletida e muito bem formada. Ela não é uma decisão adotada
ali no calor da emoção, fruto de um embate político, não. O presidente Lula fez
questão de separar a condução política da questão que continua a cargo da sua
ministra-chefe das Relações Institucionais, dos seus líderes, da questão
jurídica. O que ele pediu é que nós adotássemos as medidas jurídicas para
preservar uma atribuição que a Constituição Federal incumbiu ao presidente da
República. E não é outra razão, se não essa que nos levou a, de fato,
recomendar esta medida ao presidente da República.
E acrescentou
- O que nós estamos realizando aqui, na
verdade, é um ato absolutamente necessário com uma preocupação e um enfoque
estritamente jurídico. É um aspecto que não pode ser desconsiderado ante a
política. Obviamente que há um espaço da política e também há um espaço do
direito. Neste momento, falará o direito. Obviamente que a política poderá
chegar a soluções próprias, poderá chegar a arranjos próprios e tudo isso é
legítimo. E o Poder Executivo está aberto a manter um diálogo em alto nível com
todos os chefes de poderes - afirmou.
O ministro destacou que o PDL tem um uso
legítimo, mas que não pode ser feito por motivos políticos. Para Messias, ao
recorrer ao STF o Executivo está protegendo também governos futuros, a
institucionalidade. Messias explicou que a ação no STF pede ainda uma decisão
liminar, apontando a insegurança jurídica causada pelo PDL, já que em junho o
decreto já teve efeito.
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