segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Em Barretos, Tarcísio leva boneco de Bolsonaro e alega 'injustiça' contra aliado

Por Samuel Lima / O Globo

Governador de São Paulo participou da abertura do evento ao lado dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou da abertura da 70ª edição da Festa do Peão de Barretos na noite deste sábado, 24 de agosto. Diante de um público formado por produtores rurais e majoritariamente conservador, levou ao palco um boneco do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), e alegou que o padrinho político estaria sofrendo uma "injustiça" no inquérito da trama golpista.

— Entrei aqui pela primeira vez com o presidente Bolsonaro — lembrou Tarcísio em seu discurso, antes de receber o objeto das mãos do deputado estadual Lucas Bove (PL). — Essa pessoa que fez tudo por mim, que me abriu portas e está passando por uma grande injustiça. Mas, se a humilhação traz tristeza, o tempo vai trazer justiça, e eu tenho certeza que a justiça chegará — completou ele.

Em outro momento, Tarcísio declarou que "não dá para aceitar e respeitar quem não gosta do agronegócio".

A visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) era esperada neste sábado, mas a ida a Barretos não foi confirmada. O roteiro gerou reação negativa entre alguns apoiadores, como o ex-secretário de Assuntos Fundiários de seu governo, Nabhan Garcia, para quem a visita não teria "proveito político" a Bolsonaro, e sim "desgaste" por estar preso em casa.

O evento teve ainda a participação dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Diferentemente de Tarcísio, os dois estão completando o segundo mandato e anunciando publicamente pré-candidaturas à presidência da República em 2026. Já o governador de São Paulo evita se posicionar dessa maneira enquanto Bolsonaro, mesmo inelegível e prestes a ser julgado por golpe de estado no STF, mantiver a intenção de se registrar no pleito.

— No momento em que o PT criava o MST, aqui nós criamos também a nossa UDN para defender o produtor rural no Brasil e cada vez mais consolidar o direito de propriedade — bradou Caiado, resgatando o histórico de proximidade com o setor rural.

Tarcísio, por sua vez, foi celebrado pelo cerimonial da festa como um "militar de carreira, o homem que mexeu com a infraestrutura do país".

— Podem ter certeza que vamos trabalhar duro e, daqui a 14 meses, um de nós vai estar ocupando o Palácio do Planalto e nós vamos devolver o Brasil aos brasileiros — acrescentou o goiano.

Zema fez um breve convite aos rodeios de Minas Gerais que acontecem "de janeiro a dezembro" e afirmou que, no ano passado, as exportações do agronegócio do estado superaram pela primeira vez as da mineração.

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