sexta-feira, 1 de agosto de 2025

O túnel no fim da luz para Bolsonaro - Ruy Castro

Folha de S. Paulo

Cavalhadas, lanchaciatas, jet-skíadas e outras sugestões para os seus últimos 50 dias ao ar livre

Com ou sem Lei MagnitskyTrump espumando pelo canto da boca e sequestro da economia do Brasil orquestrado em Washington por repelentes traidores, o desfecho de todo esse bullying jurídico-econômico não se altera —a hora da condenação está chegando para Bolsonaro. Como a Justiça brasileira não se ajoelhará para Trump, os entendidos calculam que, em 50 dias, Bolsonaro estará apto a se mudar para as instalações que a lei lhe destinar. Aqui vão sugestões para que ele, ante o inevitável, relaxe e aproveite ao máximo seus últimos 50 dias ao ar livre.

Poderia usá-los para botar em dia seus negócios, compostos dos cento e tantos imóveis adquiridos nos 30 anos em que se dedicou a ficar rico na Câmara Federal. Como suas despesas na grade serão custeadas pelos contribuintes, leia-se nós, não há risco de seu patrimônio se esgarçar pela inatividade do titular. E pode até crescer caso seus seguidores, embora hoje em número minguante, contribuam via Pix com alguns milhões para seu conforto no albergue.

Enquanto pode, Bolsonaro deveria também fazer visitas de solidariedade a seus cúmplices de golpismo, civis e militares. Eles o acompanharão na sentença, mas não é provável que sejam mandados para o seu endereço —afinal, o objetivo é desbaratar a quadrilha. E o sensato seria já começar a tirar as medidas com seu alfaiate particular, para o caso de ter de usar um uniforme padrão do estabelecimento onde fixará residência.

A motociata a que se juntou em Brasília à guisa de despedida na terça-feira (29) foi um fiasco, mas nada impede Bolsonaro de promover uma cavalhada na Granja do Torto ou uma lanchaciata com jet-skíada no Lago Paranoá, esportes a que se dedicou vigorosamente entre uma e outra conspiração quando presidente e que não poderá praticar durante seus banhos de sol no pátio.

Bolsonaro já está vendo o túnel no fim da luz. E, no caso de achar isso um pouco lúgubre, ele deveria pensar positivamente. Afinal, ficará livre da tornozeleira eletrônica pelos próximos 43 anos.

 

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