Folha de S. Paulo
Se abandonarem a CPI mista do INSS, governistas entregarão o governo às fabulações bolsonaristas
Senadores experientes estão inconformados com
a rasteira da oposição na perda do comando da CPI mista do INSS e por
isso querem deixar
a comissão.
Demonstram aí que não sabem brincar e, assim,
não deveriam descer ao play, como reza um dito para mau perdedor. O governo
está mal-arranjado com aliados desse tipo, que o deixam na mão na hora
da adversidade.
Não querem compactuar com o que veem como jogo de cartas marcadas para atribuir ao Planalto a responsabilidade pelas fraudes. Esta, realmente, é a ideia dos oposicionistas, que se ficarem livres para agir alcançarão o intento.
Pelo jeito, os senadores desistentes optaram
por deixá-los produzir um espetáculo em que importam mais as versões do que os
fatos a serem investigados, certamente contando com a desmoralização dos
trabalhos circenses.
Poderia até dar certo, caso houvesse algum
tipo de preocupação com o dano de reputações. Gente que ocupa os plenários, se
acorrenta à Mesa do Senado e
impede o presidente da Câmara dos
Deputados de assumir sua cadeira não está exatamente ligada na
preservação de imagem.
PUBLICIDADE
Esse pessoal não quer explicar o que
aconteceu, vai à CMPI para confundir. E se é confusão que querem, confusão é o
que conseguirão fazer na cabeça das pessoas que ainda não entenderam o que
aconteceu nas entranhas do INSS: quem roubou, quem deixou roubar e para onde
foi o dinheiro.
Familiarizados que estão com as manhas do
regimento e conhecedores da inaptidão dos articuladores governistas, os
senadores não deveriam se surpreender nem se irritar por receio de se queimar.
Se realmente abandonarem a comissão, deixarão
o Planalto à matroca e o presidente Lula (PT)
sujeito a toda sorte de manobras na condução dos depoimentos.
Ficando, dariam uma chance ao governo. Senão
de livrar-se da responsabilidade que têm por ter fechado olhos ao conluio
fraudulento da Previdência com organizações mal-intencionadas, ao menos de se
defenderem de fabulações destinadas a inocentar os parceiros no delito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.