domingo, 21 de setembro de 2025

Trump inicia novo ataque contra a democracia; o que diz Tarcísio MAGA de Freitas? Por Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Se eleito presidente, governador seria fiel a autocratas ou faria só acordão brasileiro?

Presidente americano ameaça mídia, pede cabeças dos críticos e quer aterrorizar oposição

O resultado da eleição de 2022 deveria ser respeitado, dizia gente do governo de Joe Biden a gente de Jair Bolsonaro e das Forças Armadas, em 2021 e 2022. Talvez jamais saibamos qual o tamanho do efeito da pressão americana. Alguma mãozinha deve ter dado, ajudando talvez a virar um ou outro voto no Alto Comando do Exército.

Agora, quem manda é Donald Trump, que arruína a república americana de acordo com o conhecido roteiro de assassinato da democracia em prestações. Os próximos presidente e Congresso do Brasil tomam posse no meio do mandato de Trump.

A maioria do próximo Congresso não deve ser muito diferente do que atualmente é, essa casa de tolerância de bandidagem e golpe, de "blindagem" e "anistia". O presidente pode ser um representante do "bolsonarismo de resultados", como diz certa elite financeira paulista cínica sobre Tarcísio de Freitas.
Tarcísio usa aquele boné MAGA. Foi cúmplice do ataque bolsonarista contra a saúde pública e a decência na epidemia. Diz que Bolsonaro é inocente. Aquela ficha corrida.

"É pragmatismo", diz o clichê sobre o governador de São Paulo, como dizem também pessoas muito ricas que têm nojo de bolsonaristas, mas que acreditam no "bolsonarismo de resultados", que ajeitaria as contas públicas, conteria impostos, privatizaria, desregulamentaria. Aquela conversa.

Sim, é pragmatismo. Sendo pragmático, até onde iria? Quem sabe o governador se flagele em uma cela recôndita do Palácio dos Bandeirantes, culpado de ora vender sua alma ao diabo em nome de um bem maior, sua causa secreta. No mais, seu pragmatismo inclui bajular um adepto da tortura, do assassinato político, do genocídio e da ditadura. Importante não é, pois, uma fantástica vida faustiana de Tarcísio, mas a influência do homem para quem o governador abana o bonezinho, Trump.

Na onda mais recente de ataque à república americana, Trump ameaça redes de TV, de propriedade de grandes conglomerados de mídia. Quer a cabeça de críticos ou satiristas de seu governo, sob ameaça de cassar licenças de operação (Bolsonaro fez isso com a Globo), impedir fusões e aquisições ou de processar por valores bilionários.

Trump quer favorecer empresas amigas, de mídia ou big techs, na compra de empresas jornalísticas e do Tik Tok. As big techs, as "magníficas", se renderam, por medo e interesse. Trump mete a mão em empresas de chips. Etc. É uma ameaça conglomerada. A ameaça vai da economia à liberdade de expressão, o que fica mais fácil pelo fato de que a "expressão" da mídia e megacorporações é cada vez mais conglomerada.

Trump quer tirar isenções fiscais e atazanar ONGs de "esquerda", das miúdas às grandes, como as fundações Ford e Open Society (de George Soros), além de seus doadores. Talvez qualifique algumas como terroristas. É o próximo rapa.

Vimos isso nas extorsões contra universidades —Columbia, Harvard e UCLA. No ataque a grandes escritórios de advocacia, que agora temem processar o governo ou defender inimigos de Trump, que persegue funcionários públicos, quer dominar o Banco Central e manda tropas federais para intervir em cidades governadas por democratas.

Até onde vai Tarcísio? Vai "apenas" participar do recorrente acordão brasileiro, a transação que sempre dá um jeito de livrar a cara da elite do poder? Ou vai também ser MAGA, seguir os passos de Trump, o senhor do "líder" de Tarcísio, Bolsonaro? A conjuntura pode favorecer a morte a crédito da democracia também por aqui.

 

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