O Globo
Flávio Bolsonaro teve uma ideia. Quer
convencer os americanos a bombardearem embarcações brasileiras na Baía de
Guanabara. O senador se animou ao ver imagens de um ataque aéreo no Pacífico.
“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro”,
escreveu, em mensagem ao secretário da Guerra do governo Trump.
Ex-apresentador da Fox News, Pete Hegseth
trocou a telinha pelo Pentágono. Viciado em autopromoção, comanda a maior força
militar do planeta como se estivesse num reality show. Nos últimos dias,
publicou vídeos fazendo flexões na praia e voando num caça F-18, fantasiado de
Tom Cruise no filme “Top Gun”.
Ontem o secretário divulgou a gravação de um ataque que teria matado três pessoas. Ele não informou a identidade das vítimas nem apresentou provas de que elas estariam a serviço do narcotráfico. O detalhe não constrangeu o senador, que vibrou com o vídeo e sugeriu uma ação semelhante em águas cariocas. Deve sonhar com um novo Vietnã na Ilha de Paquetá.
Os filhos do capitão têm um conceito peculiar
de patriotismo. O Zero Um não se envergonha de incitar um ataque estrangeiro a
seu próprio país. O Zero Três julga aceitável articular sanções políticas e
econômicas contra cidadãos brasileiros.
Eduardo Bolsonaro está prestes a completar
oito meses nos Estados Unidos. Abandonou o mandato de deputado, mas continua
recebendo salário à distância. Nesta quarta, o Conselho de Ética da Câmara
arquivou o processo que pedia sua cassação por quebra de decoro.
O Bananinha fez questão de mostrar desdém
pelo caso e pelos julgadores. Não indicou advogado, não apresentou defesa e
ignorou o convite para participar da reunião por chamada de vídeo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, já indicou que deve cassá-lo por excesso de faltas. A gambiarra equivaleria a um prêmio por mau comportamento. Eduardo não precisará devolver o dinheiro que embolsou sem trabalhar. E ainda ficará livre para concorrer na próxima eleição.

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