Folha de S. Paulo
Prefeito entra de vez na campanha ao Palácio
Guanabara em 2026
Principal adversário está preso, acusado de vazar informações de operação contra o CV
A impressão é que de vez em quando Eduardo Paes se
lembra de que será candidato a governador do Rio de
Janeiro em 2026. Na verdade, ele trabalha na sombra, como gosta.
Gato escaldado pela derrota em 2018, procura fazer alianças no interior do estado, onde sua rejeição é maior do que na capital, e, sobretudo, negociar o voto evangélico, tarefa nada fácil para quem tem um perfil abertamente carnavalesco. Em 2022, o bolsonarismo levou, à exceção do Rio, a maioria entre as mais importantes prefeituras fluminenses.
No início da semana, Paes criticou a atuação
de Cláudio
Castro na segurança pública. Sem citar, contudo, a operação nos
complexos do Alemão e da Penha, a mais letal da história do país, que jogou o
combate contra a criminalidade no centro das campanhas eleitorais do ano que
vem:
"Se a segurança vai mal, a culpa é do
governador do Rio e de outros estados do país. É óbvio que o governo federal e
os municípios podem ajudar, mas o jogo de empurra tem de ser superado",
disse Paes, num recado aos governadores de direita.
A declaração repete a época da campanha a
prefeito. Na ocasião, Eduardo Paes enfrentou Alexandre Ramagem —o
ex-diretor-geral da Abin condenado a 16 anos de prisão pelo STF no processo da
trama golpista e hoje foragido nos Estados Unidos. Indicado por Bolsonaro,
Ramagem era a aposta linha-dura da vez, um ex-delegado da Polícia Federal em
cuja candidatura o PL investiu
mais de R$ 21 milhões.
Fraquíssimo de voto, Ramagem decepcionou, não
chegando nem ao segundo turno. Toda a culpa pela derrota humilhante recaiu
sobre a gestão de Cláudio Castro, ao longo da qual as organizações criminosas
cresceram e se fortaleceram.
A diferença em relação a 2022 é que Paes
ainda não sabe com quem irá concorrer. Um adversário dado como certo, Rodrigo
Bacellar, acaba de ser preso, acusado de vazar informações sigilosas de uma
operação policial contra o Comando
Vermelho. E a família Bolsonaro está em crise, pouco se importando com o
estado no qual nasceu o bolsonarismo.
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