sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Kassab defende Tarcísio para a Presidência e descarta aliança com Flávio no primeiro turno. Por João Gabriel

Folha de S. Paulo

Presidente do PSD disse que seu partido deve ter nome independente dos bolsonaristas

Ele desconversou sobre possível apoio a Lula mesmo no segundo turno

O presidente do PSDGilberto Kassab, defendeu que o atual governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos), concorra à Presidência em 2026, mesmo diante da candidatura de Flávio Bolsonaro (PL), e indicou que uma aliança nacional com o filho de Jair Bolsonaro não deve acontecer no primeiro turno.

"Eu ainda entendo que o Tarcísio é o melhor candidato para o Brasil", disse nesta quinta-feira (11), durante um evento do Todos pela Educação, em Brasília.

"Desejo boa sorte a ele [Flávio], que ele possa fazer uma boa campanha. Mas o PSD sempre teve a sua posição muito clara. O PSD tem como uma decisão apoiar o Tarcísio caso ele seja candidato. E se ele não for candidato, nós temos dois pré-candidatos dentro do partido", completou em referência a Ratinho Júnior, do Paraná, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.

Atual secretário de relações governamentais do governo Tarcísio, Kassab disse à rádio CBN nesta quarta-feira (10) que deixará o posto para se dedicar às eleições do ano que vem, mas a data do desligamento ainda não foi definida.

"Pode ser hoje, pode ser amanhã, ainda não tem nada. Isso pode ser até março. Já estou delegando funções", afirmou.

Nesta quinta, questionado sobre sua saída, ele desconversou.

"Não é que vou ficar [no cargo]. Eu nunca tive essa conversa. Sou secretário, o cargo é do governador [...]. Acho que as pessoas confundiram um pouco porque existe muita especulação se eu posso ser candidato a governador ou não", afirmou.

"Não tenho nenhuma obstinação em ser candidato, eu tenho muita noção de que em politica existe liderança, e nosso líder em São Paulo é o Tarcísio. Ele definindo candidato, nós estaremos com esse candidato. Se for eu, ficarei muito feliz, mas esse calendário não é meu. Estou muito tranquilo. Meu papel é estar ao lado do Tarcísio, seja [ele] como candidato à reeleição, seja [ele] como candidato a presidente", completou Kassab.

Seu partido, o PSD, tem três ministérios na Esplanada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Kassab, porém, desconversou sobre a possibilidade de apoio ao petista, mesmo que no segundo turno.

"Nem no segundo turno o partido fechará a questão. Mas, como eu acredito que o nosso candidato vai para o segundo turno, […] então eu acho que o nosso candidato vai enfrentar o Lula no segundo turno", disse.

Desde o anúncio de que pretende concorrer à Presidência com apoio do ex-presidente e hoje inelegível Jair Bolsonaro (PL), no início do mês, Flávio não conseguiu apoio de nenhuma outra grande sigla da direita.

Em entrevista à Folha, o líder do PP na Câmara, o deputado doutor Luizinho Teixeira (RJ), afirmou que a decisão dos bolsonaristas aconteceu sem conversar com as demais siglas e que deve trabalhar por uma outra candidatura de centro-direita.

Kassab afirmou ainda que caso, estivesse no Congresso, votaria a favor do PL da Dosimetria, que reduz penas de acusados de golpismo. Ele disse, no entanto, que o PSD não irá impor uma posição aos seus parlamentares sobre o tema. A matéria ainda tem que passar pelo Senado.

Hugo Motta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também compareceu ao evento do Todos pela Educação, mas se recusou a atender os jornalistas.

O parlamentar ainda não esclareceu a censura ao trabalho da imprensa na Casa na última terça, durante a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da cadeira da presidência.

Na ocasião, a sessão deixou de ser transmitida pela internet, a imprensa foi obrigada a deixar o plenário pela polícia legislativa, e houve tumulto com empurra-empurra e agressões contra jornalistas e deputados.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.