Por Giullia Colombo / Valor Econômico
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes informou na noite dessa terça-feira (23), por meio de nota
divulgada pela Corte, que realizou em seu gabinete duas reuniões com o
presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para tratar dos efeitos da
aplicação da Lei Magnistiky. Segundo a nota, em nenhuma das reuniões foi
tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à negociação
de aquisição entre o BRB o Banco Master. Ele também negou que isso tenha
ocorrido por meio de ligação telefônica.
Essa é a segunda nota divulgada por Moraes nesta terça-feira. A primeira não negava explicitamente que tivesse conversado com Galípolo sobre o caso do Master.
Os posicionamentos foram divulgados depois de
o jornal “O Globo” revelar que ele teria encontrado Galípolo para falar a favor
do Banco Master. Reportagem anterior mostrava também que sua esposa, a advogada
Viviane Barci de Moraes, foi contratada pela instituição para prestar serviços
por cerca de R$ 130 milhões.
Segundo a colunista Malu Gaspar, de “O
Globo”, os contatos com Galípolo teriam sido feitos em julho, antes, portanto,
da prisão do banqueiro Daniel Vorcaro e de o BC decretar a liquidação
extrajudicial do Banco Master, em novembro. O ministro teria dito ao presidente
do BC que gostava de Vorcaro e que o Master era combatido por estar tomando
espaço dos grandes bancos. Moraes teria pedido que o BC aprovasse o negócio com
o BRB.
Ainda de acordo com a reportagem, Galípolo
teria respondido a Moraes que técnicos do BC haviam descoberto fraudes no
repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. Diante dessa
informação, segundo a publicação de O Globo, o ministro teria dito então que,
se a fraude ficasse comprovada, não teria mesmo como o negócio ser aprovado.
“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que
realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o Presidente do Banco Central para
tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky”, afirma a segunda nota
divulgada pelo Supremo, acrescentando que a primeira reunião ocorreu no dia 14 de
agosto, após a primeira aplicação da lei. E a segunda reunião em 30 de
setembro, após a sanção do governo americano ter sido aplicada contra sua
esposa.
“Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer
assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco
Master”, diz a nota. “Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e
que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer
outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais
atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central.”

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