quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Moraes diz que nunca foi ao Banco Central e nem telefonou a Galípolo

Por Giullia Colombo / Valor Econômico

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes informou na noite dessa terça-feira (23), por meio de nota divulgada pela Corte, que realizou em seu gabinete duas reuniões com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky. Segundo a nota, em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à negociação de aquisição entre o BRB o Banco Master. Ele também negou que isso tenha ocorrido por meio de ligação telefônica.

Essa é a segunda nota divulgada por Moraes nesta terça-feira. A primeira não negava explicitamente que tivesse conversado com Galípolo sobre o caso do Master.

Os posicionamentos foram divulgados depois de o jornal “O Globo” revelar que ele teria encontrado Galípolo para falar a favor do Banco Master. Reportagem anterior mostrava também que sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, foi contratada pela instituição para prestar serviços por cerca de R$ 130 milhões.

Segundo a colunista Malu Gaspar, de “O Globo”, os contatos com Galípolo teriam sido feitos em julho, antes, portanto, da prisão do banqueiro Daniel Vorcaro e de o BC decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, em novembro. O ministro teria dito ao presidente do BC que gostava de Vorcaro e que o Master era combatido por estar tomando espaço dos grandes bancos. Moraes teria pedido que o BC aprovasse o negócio com o BRB.

Ainda de acordo com a reportagem, Galípolo teria respondido a Moraes que técnicos do BC haviam descoberto fraudes no repasse de R$ 12,2 bilhões em créditos do Master para o BRB. Diante dessa informação, segundo a publicação de O Globo, o ministro teria dito então que, se a fraude ficasse comprovada, não teria mesmo como o negócio ser aprovado.

“O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o Presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnistiky”, afirma a segunda nota divulgada pelo Supremo, acrescentando que a primeira reunião ocorreu no dia 14 de agosto, após a primeira aplicação da lei. E a segunda reunião em 30 de setembro, após a sanção do governo americano ter sido aplicada contra sua esposa.

“Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master”, diz a nota. “Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central.”

 

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