Inflação de
serviços continua um entrave para BC atingir meta
Valor Econömico
Preços dos
serviços subiram 6,18% nos doze meses encerrados em junho
A inflação de serviços continua oferecendo resistência à queda
da inflação, e seu nível se mantém incompatível com a meta de 3%. O Copom se
reúne hoje e deve manter o forte aperto monetário, com taxa de juro real de
quase 10%, por um período prolongado. A sustentação dos preços dos serviços tem
suporte na política oficial de correção do salário mínimo acima da inflação —
INPC mais a variação do PIB de dois anos antes, com ajuste real garantido de 3%
neste e no próximo ano.
A política de reajuste real do salário mínimo influencia a
elevação de outras faixas salariais, a remuneração dos servidores públicos e
até dos trabalhadores informais e sem carteira assinada, além da correção das
aposentadorias e pensões — de resto sustentados também pela baixa taxa de
desemprego e pelo mercado de trabalho aquecido. Estudo da LCA4Intelligence
constatou que o reajuste dos salários tem forte impacto na demanda de serviços.
Em números, quantifica o estudo — ele justifica quase 70% da inflação de
serviços (Valor, 24/7), que costuma subir mais lentamente e é difícil de ser
reduzida depois.
A inflação de serviços está rodando em patamar superior ao do IPCA geral, segundo o IBGE. Após subir 0,26% em maio e 0,24% em junho, o IPCA acumula 2,99% no semestre. Em 12 meses, ficou em 5,35%, pelo sexto mês consecutivo acima da banda perseguida pelo BC, que tem centro em 3% e teto em 4,5%. No agregado especial de serviços, porém, a inflação mais que dobrou, de 0,18% em maio para 0,40% em junho, acumulando 6,18% em 12 meses, quase 1 ponto acima do índice geral.