quarta-feira, 3 de maio de 2017

Opinião do dia - Fernando Henriques Cardoso

O que é asfixiante hoje é o desemprego no Brasil. E o Congresso tem que votar leis necessárias para o Brasil. O resto é para ver depois. Nós não temos um horizonte.


-------------
Fernando Henriques Cardoso, sociólogo e ex-presidente da República, sobre candidatura às eleições de 2018, O Globo, 3/5/2017.

STF solta Dirceu, na 4ª derrota da Lava Jato em uma semana

Por 3 votos a 2, ministros determinam libertação do quarto preso na operação ou em seus desdobramentos em uma semana; Gilmar Mendes desempata julgamento

Rafael Moraes Moura, Breno Pires e Beatriz Bulla | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira, 2, revogar a prisão preventiva do ex-ministro José Dirceu, preso desde agosto de 2015 na Operação Lava Jato. O resultado do julgamento, por 3 votos a 2, marcou uma nova derrota para o ministro Edson Fachin, relator da operação na Corte, e para a investigação conduzida pela força-tarefa em Curitiba.

A decisão sobre Dirceu é a quarta prisão de alvos da Lava Jato ou de seus desdobramentos revogada por ministros da Corte em uma semana. Além de nova derrota para a Lava Jato, o julgamento evidenciou uma espécie de disputa velada que vem sendo travada entre os procuradores, o juiz Sérgio Moro, e alguns ministros sobre o entendimento em relação a prisões preventivas. Para investigadores, o sinal foi claro de que outros presos devem ser soltos.

Destruição lenta de investigação séria, rebate procurador

Esperamos que o período dele fora da prisão seja curto’, diz procurador da Lava Jato

Decisão do Supremo de soltar ex-ministro José Dirceu é considerada por decano da força-tarefa, Carlos Fernando dos Santos Lima, uma 'destruição lenta' das investigações do maior escândalo de corrupção do Brasil

Ricardo Brandt, Julia Affonso, Luiz Vassallo e Fausto Macedo | O Estado de S. Paulo

“Esperamos que o período dele fora da prisão seja curto.” A afirmação é do procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, um dos autores do pedido de prisão que levou o ex-ministro José Dirceu para a cadeia, em agosto de 2015.
A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), desta terça-feira, 2, de revogar – por três votos a dois – a prisão preventiva que pesava contra Dirceu foi o mais duro golpe contra a mega investigação de corrupção do escândalo Petrobrás, iniciada há três anos, em Curitiba.

“O que está acontecendo é a destruição lenta de uma investigação séria. Infelizmente acreditam que a população não está mais atenta, talvez anestesiada pela extensão da corrupção”, afirmou Carlos Fernando.

Votaram pela liberdade de José Dirceu, os ministros Gilmar Mendes, voto decisivo, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Contra a revogação da prisão, os ministros Celso de Mello e Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.

'Jovens' sem experiência, diz Gilmar sobre procuradores

Ministro do Supremo chama de 'brincadeira' nova denúncia do MPF-PR contra Dirceu no dia de julgamento de habeas corpus

Breno Pires, Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou duramente a força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná, que conduz os processos da Lava Jato na primeira instância, por ter apresentado uma nova denúncia contra o ex-ministro petista justo no dia em que o pedido de liberdade feito pela defesa seria analisado na Segunda Turma do STF.

"A imprensa publica que as razões que os valorosos procuradores de Curitiba dão para a data de hoje é porque nós julgaríamos o habeas corpus hoje, ministro Fachin. Já foi dito da tribuna (pelo advogado de defesa, Roberto Podval). Se nós devêssemos ceder a esse tipo de pressão, quase que uma brincadeira juvenil, são jovens que não têm a experiência institucional nem vivência institucional, então eles fazem esse tipo de brincadeira... Se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos, ministro Lewandowski, de ser 'supremos'. Nem um juiz passaria a ser 'supremo'. Seriam os procuradores. Quanta falta de responsabilidade em relação ao Estado de Direito. O Estado de Direito é aquele em que não há soberanos, todos estão submetidos à lei", afirmou Gilmar.

STF solta Dirceu e expõe embate com Lava-Jato

No dia em que o MPF apresentou a terceira denúncia contra o ex-ministro José Dirceu e afirmou que ele recebeu propina mesmo após ser condenado no mensalão, a Segunda Turma do STF determinou a soltura do petista, preso desde 2015 e condenado a mais de 32 anos de prisão. Por 3 votos a 2, os ministros consideraram que, embora as denúncias sejam graves, Dirceu não pode ficar preso porque foi condenado só em 1ª instância. O procurador Dallagnol disse que faltou coerência ao STF. O ministro Gilmar Mendes criticou o MPF.

De volta para casa

STF decide que José Dirceu, condenado em primeira instância, pode recorrer em liberdade

Carolina Brígido, Cleide Carvalho e Amanda Audi* | O Globo

-BRASÍLIA, SÃO PAULO E CURITIBA- Nem os apelos da força-tarefa da Lava-Jato, nem uma nova denúncia apresentada à Justiça de última hora contra o ex-ministro José Dirceu convenceram os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Por três votos a dois, a Segunda Turma determinou a libertação do ex-ministro da Casa Civil, que está preso preventivamente desde agosto de 2015 em decorrência de investigações da LavaJato. Para os ministros, apesar de serem graves as acusações contra Dirceu, ele não poderia continuar preso, porque foi condenado apenas pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, sem que a sentença tenha sido confirmada pelo tribunal de segunda instância. Este foi o quarto julgamento da Segunda Turma, em uma semana, contrário a decisões de Moro.

Investigadores veem ‘o mais duro golpe’ até agora contra Lava-Jato

Coordenador da força-tarefa critica decisão do STF de soltar Dirceu

Thiago Herdy, Gustavo Schimitt | O Globo

-SÃO PAULO- Advogados de presos na Lava-Jato em Curitiba devem levar ao STF pedidos de extensão da decisão que beneficiou José Dirceu a seus clientes. A tendência de libertação de presos sem dupla condenação, ontem na Segunda Turma do Supremo, foi tratada nos bastidores da força-tarefa e da Justiça como o mais “duro golpe” contra a operação.

Em sua página do Facebook, o coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol disse ter faltado coerência aos ministros do STF e argumentou considerar que a prisão “é um remédio amargo”, porém “necessário para proteger a sociedade contra o risco de recidiva, ou mesmo avanço, da perigosa doença exposta pela Lava-Jato”, numa referência à corrupção.

O procurador descreveu três habeas corpus julgados pelos mesmos ministros nos últimos seis meses — dois envolvendo acusados de tráfico de drogas e um envolvendo corrupção no interior do Piauí. Para ele, situações em que a Segunda Turma teria votado “para manter presas pessoas em situação de menor gravidade”.

Supremo condena deputado a 12 anos de prisão

Paulo Feijó, do PR do Rio, perde mandato em ação ligada à Operação Sanguessuga, de fraudes no sistema de Saúde

Leticia Fernandes | O Globo

-BRASÍLIA- O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ontem a perda de mandato do deputado federal Paulo Feijó (PR-RJ), ligado ao ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Ele foi condenado a 12 anos, seis meses e seis dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado.

A ação penal na qual o deputado federal é investigado é um desmembramento da Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, que desvendou um esquema de compras superfaturadas de ambulâncias e equipamentos médicos por prefeituras de vários estados como uma forma de desvio de recursos públicos. O grupo criminoso usava as licitações fraudulentas, segundo a denúncia, para favorecer o grupo empresarial Planam.

Supremo segue tendência e decide soltar José Dirceu

STF decide libertar ex-ministro José Dirceu, preso pela Lava Jato

Letícia Casado | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu poucas horas depois de o Ministério Público Federal no Paraná apresentar nova denúncia contra o petista.

A decisão de soltar o ex-ministro, preso desde agosto de 2015, foi tomada nesta terça (2) pela Segunda Turma do tribunal por 3 votos a 2.

Votaram pela soltura Gilmar Mendes (que desempatou), Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Mendes classificou o gesto dos procuradores que atuam em Curitiba de uma "quase brincadeira juvenil" por tentarem pressionar o tribunal a manter o petista preso.

Os ministros Celso de Mello e Edson Fachin, relator da operação no STF, se manifestaram pela manutenção da prisão preventiva.

Caberá agora ao juiz Sergio Moro, que havia determinado a prisão preventiva na primeira instância, analisar quais medidas cautelares - como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar e pagamento de multa, por exemplo – serão aplicadas a Dirceu.

O petista já tem duas condenações na Lava Jato, que somam juntas 32 anos de prisão. O HC a seu favor segue tendência do Supremo nos últimos dias de conceder liberdade a pessoas presas sob determinação de Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância.

Acabou o terror penal, diz advogado de Lula e Palocci

Mario Cesar Carvalho | Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci na Operação Lava Jato, usa metáforas fortes para definir a decisão da 2ª turma do Supremo de libertar o também ex-ministro José Dirceu: "O Supremo fez chegar ao Brasil o 9 de Termidor da Revolução Francesa", comemora. "É a Justiça pairando acima da turba ululante das ruas".

O 9 de Termidor, que corresponde a 27 de junho de 1794 no calendário gregoriano, foi o fim do período do terror, o basta à guilhotina e o fim do seu principal símbolo, Robespierre, que acabou guilhotinado no dia seguinte.

Segundo Batochio, "a decisão do Supremo muda a situação do direito penal de terror no Brasil". Nessa metáfora, o juiz Sergio Moro seria o Robespierre da Lava Jato.

A decisão não deve mudar todo o direito penal no país, que tem como fregueses habituais não apenas empresários e políticos, mas fere num grau inédito a Operação Lava Jato.

BENEFICIADOS
Lula e Palocci são os primeiros beneficiados por essa decisão, segundo analistas ouvidos pela Folha. Todos os presos da Lava Jato podem surfar na decisão do STF.

Dirceu recebeu 'tratamento diferenciado' do STF, diz Dallagnol

- Folha de S. Paulo

CURITIBA - Coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol afirmou que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de soltar o ex-ministro José Dirceu é "incoerente".

Em publicação nas redes sociais, Dallagnol disse que "chama a atenção" que os mesmos ministros que decidiram pela saída de Dirceu da prisão –Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski– "votaram para manter presas pessoas em situação de menor gravidade, nos últimos seis meses".

O procurador citou três casos: o de um ex-prefeito do Piauí acusado de corrupção "em menor vulto e por menos tempo" que Dirceu, o de um acusado por tráfico preso com "162 gramas de cocaína e 10 gramas de maconha" e o de um réu primário, "encontrado com menos de 150 gramas de cocaína e maconha".

Precedente aberto pode afetar 90 prisões

André Guilherme Vieira | Valor Econômico

SÃO PAULO - A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de revogar a prisão preventiva do ex-ministro da Casa Civil no governo Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu, tomada ontem por três votos a dois, abriu precedente para que todos os réus processados ou condenados em primeira instância na Lava-Jato possam ter suas detenções revistas pelo Supremo. Até agora, são 90 pessoas condenadas em primeira instância pelo juiz federal Sergio Moro desde o início da Lava-Jato, deflagrada em março de 2014. Desse total, três foram absolvidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que por ora confirmou a condenação de primeiro grau da doleira Nelma Kodama e do empreiteiro e sócio da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro - sentenciado a 26 anos e que, preso, busca fechar sua delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ontem, em uma rede social, o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol, afirmou que a decisão do STF frustrou a esperança dos cidadãos ao dar espaço para que políticos presos há mais tempo do que José Dirceu deixem a cadeia. Segundo ele, podem sair da prisão, a partir do precedente aberto pelo decisão do Supremo, os ex-diretores da Petrobras condenados em primeira instância por corrupção, Renato Duque e Jorge Zelada, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, também condenado, e o próprio ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht - que apesar de ter negociado acordo de delação premiada já homologado, ainda está preso por força de uma prisão preventiva.

MPF fez tentativa de influenciar Supremo

Por Rafael Moro Martins | Valor Econômico

CURITIBA - Para tentar influenciar o julgamento do habeas corpus em favor de José Dirceu, a força-tarefa da Operação Lava-Jato no Ministério Público Federal (MPF) convocou a imprensa ontem e apresentou a terceira denúncia contra o ex-ministro e homem forte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O MPF quer que Dirceu responda a 33 crimes de lavagem de R$ 2,4 milhões, que o político é acusado de receber entre 2011 e 2014 das empreiteiras Engevix e UTC, em propinas pagas em contratos delas com a Petrobras. Boa parte do dinheiro considerado ilícito pela acusação foi paga durante e depois do julgamento da ação em que o petista foi condenado por envolvimento no chamado mensalão petista.

"[A denúncia] estava para ser oferecida e, em razão da análise pelo STF de um habeas corpus referente a José Dirceu, houve a precipitação com objetivo de trazer a tona informações que são relevantes, que são pertinentes e que podem ou não ser consideradas pelo STF dentro da [sua] ampla independência", afirmou o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato no MPF do Paraná.

Petista acumula duas condenações em três denúncias

Por Fernando Taquari | Valor Econômico

SÃO PAULO - Solto por determinação da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro José Dirceu (PT) acumula até o momento três denúncias no âmbito da Operação Lava-Jato. Em duas o petista já foi condenado pelo juiz Sergio Moro, titular da 13ª Vara de Curitiba, a penas que somam 32 anos de prisão.

O tempo de reclusão pode aumentar ainda mais, já que o magistrado ainda analisará a terceira acusação, oferecida ontem pelo Ministério Público Federal (MPF). Já a condenação no julgamento do mensalão foi extinta em outubro de 2016 por determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do STF.

Dirceu foi preso pela força-tarefa da Lava-Jato em agosto de 2015. Na ocasião, o ex-ministro cumpria prisão em regime domiciliar pela pena imposta no mensalão. Em maio de 2016, Moro condenou o petista a 20 anos e 10 meses de reclusão por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Reforma da Previdência deve ser votada hoje

Para tentar aprovar a reforma da Previdência hoje na comissão especial da Câmara, o governo montou operação que inclui a liberação de emendas, a edição de uma MP para refinanciar dívidas de agricultores e a substituição de deputados infiéis. Ministros e líderes fizeram corpo a corpo com parlamentares.

Esforço Concentrado

Planalto substitui deputados em comissão e faz concessões para aprovar reforma da Previdência

Geralda Doca, Martha Beck, Bárbara Nascimento e Renata Mariz | O Globo

-BRASÍLIA- O governo montou uma operação de guerra para votar, hoje, o texto final da reforma da Previdência na comissão especial que discute o tema na Câmara dos Deputados. Para garantir a vitória, o Palácio do Planalto atuou em várias frentes: começou a punir os deputados infiéis com as exonerações de indicações políticas, liberou emendas e escalou a tropa de choque comandada por ministros, líderes governistas dos partidos e parlamentares alinhados para fazer um corpo a corpo com todos os membros da base que integram a comissão. Também estão previstas algumas concessões pontuais.

Reforma da Previdência pode ter mais mudanças

Servidores reforçam pressão por regras mais brandas; projeto pode ser votado hoje na Comissão Especial da Câmara dos Deputados

Idiana Tomazelli e Igor Gadelha | O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Às vésperas da votação do texto da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, diferentes categorias de trabalhadores intensificaram a pressão por regras mais brandas. Servidores públicos e representantes dos aeronautas fizeram ontem um corpo a corpo durante a sessão do colegiado para tentar convencer os deputados a alterar o texto em benefício desses trabalhadores, enquanto agentes penitenciários invadiram o Ministério da Justiça. O relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), garantiu que nada muda. Enquanto isso, integrantes da base aliada reconhecem alguns “ajustes” que devem ser feitos.

A votação do texto na comissão está prevista para hoje, mas depende do fim da fase de discussões, que foi suspensa no fim da tarde de ontem, assim que foi dado início à pauta do dia no plenário da Câmara. Mas o presidente do colegiado, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), manteve a votação para hoje, a partir das 9h30.

Governo desiste de regime de urgência para reforma trabalhista

Por Fabio Murakawa e Vandson Lima | Valor Econômico

BRASÍLIA - Líderes partidários reunidos ontem decidiram que o projeto de lei que modifica mais de cem artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados, tramitará sem regime de urgência no Senado nas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAE), presididas respectivamente por Marta Suplicy (PMDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Tasso anunciou Ricardo Ferraço (PSDB-ES) relator na CAE. Marta ainda não decidiu quem será o relator na CAS.

Ficou decidido também que a matéria não passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Os governistas tentam reduzir, com isso, a influência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre a tramitação da matéria na Casa - diante do temor de que o presidente da CCJ, Edison Lobão (PMDB-MA), aliado de Renan, o nomeie relator da reforma trabalhista na comissão.

FH diz que ascensão de Bolsonaro deve ter limite em 2018

Ex-presidente minimiza também melhora de Lula nas intenções de voto

Luiza Souto | O Globo

SÃO PAULO - Ao comentar a pesquisa Datafolha divulgada neste domingo pelo jornal “Folha de S.Paulo”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ao GLOBO que torce para que as intenções de voto no deputado federal Jair Bolsonaro tenham um teto, que possa inviabilizar uma eventual vitória sua numa eleição presidencial.

No levantamento, os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin caíram na preferência dos eleitores enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) melhoraram o desempenho na corrida presidencial de 2018.

- Claro que preocupa. Bolsonaro vai ter um limite, eu espero - afirma o tucano, questionado sobre a rejeição a Alckmin e Aécio — disse FH.

Ele ainda ponderou que a eleição ainda longe e procurou minimizar a melhora de Lula:

Brasil vê golpe na Venezuela

Brasil vê golpe na Venezuela e teme que fuzis chavistas entrem no País

Chanceler Aloysio Nunes diz que que a tendência é a crise política no país vizinho se agravar, o que pode trazer “consequências nefastas” para o Brasil

Lu Aiko, Brasília | O Estado de S.Paulo

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse nesta terça-feira que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deu um “golpe” ao convocar uma AssembleiaCconstituinte. O chanceler avaliou que a tendência é a crise política no país vizinho se agravar, o que pode trazer “consequências nefastas” para o Brasil. Uma delas é o risco de parte dos 500 mil fuzis distribuídos aos milicianos atravessarem a fronteira e irem parar nas mãos do crime organizado brasileiro.

“Foi um golpe, em vários sentidos”, afirmou o chanceler ao Estado. Ele explicou que a única saída “tranquila” para o impasse político instalado na Venezuela, onde governo e oposição se chocam de maneira “irremediável”, seriam eleições. “Eleições municipais, regionais e, no ano que vem, eleições gerais”, especificou. “Isso pressupõe um clima de normalidade democrática.”

A formação do primeiro grupo dirigente do PCB - Michel Zaidan


Sumário

1. Introdução..........................................................pag. 1
2. A origem ideológica do primeiro grupo dirigente
comunista brasileiro..........................................................pag. 9
3. Questões de método...........................................pag.14
4. A formação ideológica do primeiro grupo dirigente
comunista brasileiro.........................................................pag. 23
5. O pensamento político do Partido Comunista do
Brasil nos anos 20............................................................pag. 36
6. A política de alianças do Partido Comunista do Brasil
nos anos 20......................................................................pag. 77
7. O desfecho político (a destituição do primeiro grupo
dirigente do PC do B)......................................................pag. 87
8. Á guisa de conclusão.....................................pag. 97
9. Notas.............................................................pag.102



Embate decisivo | Merval Pereira

- O Globo

Disputa é decisiva para o futuro da investigação. Estamos diante de um embate decisivo para o futuro da Operação Lava-Jato: juízes de primeira instância contra o Supremo Tribunal Federal. As prisões preventivas que até agora vinham funcionando como uma demonstração de eficiência da Justiça contra criminosos de colarinho branco, fossem políticos ou empresários, passaram a ser contestadas por uma maioria formada na Segunda Turma do Supremo.

Embora derrotados nas últimas decisões — a mais emblemática a soltura de José Dirceu ontem —, o relator dos processos, ministro Luiz Edson Fachin, e o decano Celso de Mello demonstram com seus votos que não há nada de descabido na manutenção da prisão preventiva de um condenado como Dirceu, seja pela multiplicidade dos crimes de que é acusado, como ressaltou Fachin, seja pela gravidade da atividade criminosa que tomou conta do Estado brasileiro, como afirmou Celso de Mello.

Missão: Italiano | Vera Magalhães

- O Estado de S. Paulo

O habeas corpus concedido pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal a José Dirceu reacendeu a esperança da defesa de Antonio Palocci e do PT de que o “Italiano” também terá a prisão preventiva, decretada em setembro de 2016, revogada em breve.

O HC de Palocci está desde janeiro no gabinete do relator da Lava Jato, Edson Fachin. Nele, a defesa do ex-ministro refuta as quatro razões elencadas pelo Ministério Público Federal e acolhidas pelo juiz Sergio Moro para a sua prisão: suposta ocultação de provas, dado o suposto sumiço de computadores em seu escritório; a existência de créditos em haver em nome de Palocci na planilha “Italiano” da Odebrecht; a ameaça que o petista representaria à sociedade, e o risco de ele usufruir ou esconder recursos provenientes de propina.

Em busca do candidato perdido | Hélio Schwartsman

- Folha de S. Paulo

Teremos mesmo Lula contra Bolsonaro no segundo turno do pleito de 2018? Improvável.

Em condições normais, pesquisas eleitorais feitas com muita antecedência indicam mais o "recall" de cada candidato do que uma real intenção de voto, que só costuma materializar-se nas poucas semanas que antecedem o pleito. No caso específico desta eleição, que ocorrerá sob o impacto da Lava Jato, as sondagens servem ainda para tentarmos inferir o que vai na alma dos cidadãos.

O movimento geral é de descrença na política. À exceção de Lula, do qual falaremos mais adiante, candidatos "mainstream" como Aécio e Alckmin sofreram pesadas perdas. Até Marina, vista como "pura", registrou declínio nas intenções de voto.

Vem pro Palácio | Rosângela Bittar

- Valor Econômico

O presidente do Brasil em 2018 ainda não existe

Definitivamente, é o que pensam intelectuais e políticos de diferentes ideais, o Brasil não vai ter que se angustiar diante de uma cédula de disputa presidencial que mandará escolher entre Lula, Bolsonaro, Marina, Alckmin e Ciro, entre outras mesmices desanimadoras da esperança alheia. Nessas hostes, há convicção que o novo vai surgir, apesar de todos os Datas - Folha, Ipsos, Vox, MDA, Ibope, seus métodos e perguntas dirigidos ao que se ouviu falar, não ao que quer ou acha o eleitorado. Institutos, a cada eleição, são os vilões de boa parte das distorções.

Já estão sendo agora: entre os que analisam os dados, constata-se que não estão trabalhando com a teoria da intencionalidade, mas do que rola por ai, qual o barulho que faz - é a teoria de encostar o ouvido no asfalto para saber o que diz.

Como o recente Vem pra Rua, começa a se mover a partir de Brasília o Vem pro Palácio, para criar o novo, rejuvenescer, sair da crise. Forma como o sociólogo e ex-deputado do PT, Paulo Delgado, define o movimento a favor da candidatura avulsa que ele próprio, com 20 outros constituintes de 88, levam adiante.

Os quadrantes de 2018 | Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

Na geometria, quadrante é qualquer das quatro partes iguais em que se pode dividir uma circunferência. Na navegação, isso corresponde a um arco de 90º, ou seja, um quarto do círculo. Num esquema tradicional de distribuição de forças políticas, teríamos uma divisão teórica do eleitorado em direita, centro-direita, centro-esquerda e esquerda. Na prática, porém, muitas vezes, essa divisão é atropelada pela polarização antecipada, digamos, esquerda versus direita, como, às vezes, acontece na Europa. Nos Estados Unidos, ela é inerente ao sistema bipartidarista, isto é, ocorre sempre entre republicanos e democratas.

No Brasil, durante o período que vai da redemocratização ao golpe de 1964, a polarização era muito pautada pela guerra fria, embora houvesse três grandes partidos se digladiando, o PSD, o PTB e a UDN, os dois primeiros aliados de Vargas e o terceiro, de oposição empedernida. A quarta força política era o Partido Comunista, que atuava na clandestinidade. Havia outros partidos menores, como o PSB e o PRP. Durante a ditadura, com a reforma partidária imposta pelos militares, tentou-se impor um sistema partidário americanizado, com a Arena, o partido governista, e o MDB, de oposição, mas no fundo o regime queria “mexicanizar” a política brasileira. Após sucessivas derrotas eleitorais da Arena, os militares aceitaram uma anistia negociada e promoveram nova reforma partidária, em 1979.

A travessia de maio | Eduardo Cucolo

- Folha de S. Paulo

Maio não será apenas o mês da efeméride de um ano de governo Michel Temer, mas também um período decisivo para o futuro da atual gestão. Serão pouco mais de 30 dias entre a greve geral de estratégia e resultado duvidosos da última semana e a divulgação do que deve ser o primeiro resultado positivo para a economia após dois anos de recessão, em 1º de junho.

No meio do caminho, o presidente terá de mostrar que realmente tem a base parlamentar nas mãos para aprovar de maneira definitiva a reforma trabalhista no Congresso e ainda vencer pelo menos um turno de votação da nova Previdência na Câmara.

Reparo de Temer | Míriam Leitão

- O Globo

Temer responde a crítica e diz que retrógrado é quem não quer reformas. O presidente Michel Temer enviou carta para fazer o que chamou de “reparo essencial” à coluna em que o critiquei pela sua declaração sobre o governo precisar de “ter marido” para não quebrar. No texto ele disse que pensamento retrógrado têm aqueles que não querem a reforma da Previdência, aqueles que não querem a modernização da legislação trabalhista”. Temer explicou o contexto em que disse a frase.

A explicação do presidente é a de que foi o apresentador Ratinho quem fez a analogia. “Foi o entrevistador que comparou a reforma do teto dos gastos a uma casa em que o marido perde o emprego e a mulher, também desempregada, precisa ajudar o marido na economia doméstica. Não eu. Apenas concordei com a comparação de que o Estado poderia ser visto, nesta metáfora, como o marido. O Estado precisaria gastar menos, já que arrecada menos — assim como a família que perde renda. Precisamos de austeridade, rigor fiscal e compromisso”.

As rosas eram todas amarelas | Monica de Bolle

- O Estado de S. Paulo

Visto de longe, o Brasil é país desconfigurado e distorcido, um Picasso sem harmonia. País onde as rosas estão todas amarelas, mas ninguém ousa dizê-lo

“O adolescente
O ofendido
O jogador
O ladrão honrado
Todos sabiam... mas ninguém falava
Esperando a hora de dizer, sorrindo (?)
Que as rosas eram todas amarelas”
Jorge Ben Jor, 1972

Já não leio os artigos dos poetas. Já não acompanho a mitologia contemporânea. Sofisticado não é o debate sobre as reformas e a conjuntura brasileiras. Mas, para não dizer que não falei das flores, vejo o Brasil no embalo da música de Jorge Ben Jor: o quadro é amarelo, não róseo, não azul, não esperançoso. Sob o risco de irritar torcedores e de ser acusada de pessimista, para quem olha de fora, o Brasil ainda vai mal. E as reformas necessárias feitas no afogadilho e já desfiguradas não permitem tanta satisfação e conforto.

O peso das incertezas na economia | Cristiano Romero

- Valor Econômico

Incerteza diminuiu com Temer, mas ainda está bem acima da média

Um dos temas que mais têm intrigado os analistas dedicados à economia brasileira é a lentidão que o país vem demonstrando para sair da pior recessão de sua história. Evidentemente, não se esperava recuperação vigorosa ou mesmo sustentável enquanto Dilma Rousseff estivesse no poder. Desde seu afastamento da presidência, há um ano, vários indicadores mostraram sensível melhora e há indícios de que a retomada começou no primeiro trimestre. Ainda assim, a recuperação parece lenta e um tanto vacilante.

Reeleita em 2014, quando a recessão já tinha começado, Dilma mudou, em 2015, a orientação da política que arruinou a economia, mas desistiu do caminho escolhido poucos meses depois, levando país a perder o selo de bom pagador (o grau de investimento) em setembro daquele ano. Quando decidiu alterar novamente a estratégia, prometendo fazer as reformas que seu sucessor vem tocando, já não tinha apoio da sua base de sustentação no Congresso - sim, ninguém se lembra, mas é verdade: a ex-presidente defendeu reforma da previdência e Nelson Barbosa, seu derradeiro ministro da Fazenda, quis criar um teto para os gastos públicos.

Previdência é uma usina de injustiças sociais – Editorial | O Globo

Além de graves desequilíbrios nas contas fiscais, o sistema realimenta disparidades entre benefícios de servidores e de assalariados do setor privado, inclusive entre estes

Com sua grande capacidade de criar situações inusitadas, a política brasileira gerou um presidente improvável, Michel Temer, em decorrência do impeachment da titular do governo, e colocou à frente dele a missão de empreender uma operação político-parlamentar vital, a fim de viabilizar no Congresso reformas sem as quais o país não terá horizonte positivo previsível. E, sem isso, a economia não voltará a decolar, a gerar empregos.

Há, como em toda situação como esta, uma dura guerra de informações. E vale tudo, até garantir que a Previdência, em vez de déficit, tem superávit, mágica realizada ao se destinarem ao sistema do INSS receitas já gastas em outras despesas.

A imprevidência brasileira

A maioria absoluta dos brasileiros – 90% – não investe em previdência privada e apenas 38% têm alguma forma de poupança ou investimento, mostrou recente pesquisa do Datafolha. Esses números são o retrato de um país em que poucos se preocupam em poupar para o futuro. Não é por outro motivo que, na mesma pesquisa, mais de 70% dos entrevistados se disseram contrários à reforma da Previdência, pois essa reforma tornará um pouco mais restrito o acesso à aposentadoria. Pode-se inferir que a maioria dos contrários às mudanças são justamente aqueles que não se precaveram para o momento em que deixarão de trabalhar e ter renda.

O atual modelo de Previdência – bancado pelo conjunto dos trabalhadores na ativa e também pela sociedade em geral, quando há déficit a ser coberto – desestimula a poupança porque há a expectativa de usufruir, precocemente, de benefícios que deveriam ser reservados àqueles sem condições de trabalhar em razão da idade avançada. A idade média dos homens brasileiros que se aposentam é de 59,4 anos, enquanto nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a média é de 64 anos. No México, são 72 anos, e no Chile, 69.

Barbáries – Editorial | Folha de S. Paulo

Os recentes episódios de extrema violência no campo voltaram a expor a crônica incapacidade do Estado brasileiro de promover a regularização fundiária do país.

Em Colniza, no noroeste de Mato Grosso, nove posseiros e trabalhadores agrícolas foram mortos a tiros e golpes de facão em 19 de abril; 11 dias depois, no interior do Maranhão, um ataque brutal a índios gamelas deixou mais de dez feridos, um deles com risco de perder as mãos.

Em comum nos dois casos, além de covardia e barbárie, evidencia-se a impotência —ou omissão— do poder público, a preceder ambos.

Num exemplo, órgãos agrários dos governos federal e estadual têm informações divergentes a respeito da propriedade da área em disputa no Mato Grosso, estimada em cerca de 47 mil hectares.

Após 100 dias de governo, não se sabe para aonde vai Trump – Editorial | Valor Econômico

Os 100 dias do governo de Donald Trump foram uma amostra em câmera rápida do que podem ser os próximos 1.300 em que, em tese, ele permanecerá na Casa Branca. O noviciado de Trump, que nunca se elegeu para nada nem tem experiência de governo, foi marcado por um início caótico esperado e por reviravoltas sob duros choques com a realidade do poder. Trump é o presidente que assumiu com a menor popularidade desde os anos 1940 e terminou 100 dias com ela ainda mais baixa. Ele pode ter desagradado à maioria dos americanos, mas não aos republicanos - 84% deles acham que o presidente está fazendo o que, como candidato, disse que faria.

Para um mandatário ruidoso, que dá curtos circuitos no próprio governo via twitters, é um pouco mais difícil separar a contínua propaganda de si mesmo de Trump daquilo que ele conseguiu de fato fazer. Na política doméstica, o ativismo das ordens executivas, o maior desde Franklin Roosevelt, dedicou-se basicamente a tentar desfazer tudo que o Obama colocou de pé. Na prática, houve avanço da retrógrada plataforma republicana sobre o ambiente e uma estrondosa derrota na tentativa de eliminar o Obamacare, a universalização obrigatória dos planos de saúde. O presidente não conseguiu acordo nem entre republicanos sobre o que pôr no lugar.

A Aranha - Fernando Pessoa

A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.