‘Esperamos que o período dele fora da prisão seja curto’, diz procurador da Lava Jato
Decisão do Supremo de soltar ex-ministro José Dirceu é considerada por decano da força-tarefa, Carlos Fernando dos Santos Lima, uma 'destruição lenta' das investigações do maior escândalo de corrupção do Brasil
Ricardo Brandt, Julia Affonso, Luiz Vassallo e Fausto Macedo | O Estado de S. Paulo
“Esperamos que o período dele fora da prisão seja curto.” A afirmação é do procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, um dos autores do pedido de prisão que levou o ex-ministro José Dirceu para a cadeia, em agosto de 2015.
A decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), desta terça-feira, 2, de revogar – por três votos a dois – a prisão preventiva que pesava contra Dirceu foi o mais duro golpe contra a mega investigação de corrupção do escândalo Petrobrás, iniciada há três anos, em Curitiba.
“O que está acontecendo é a destruição lenta de uma investigação séria. Infelizmente acreditam que a população não está mais atenta, talvez anestesiada pela extensão da corrupção”, afirmou Carlos Fernando.
Votaram pela liberdade de José Dirceu, os ministros Gilmar Mendes, voto decisivo, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Contra a revogação da prisão, os ministros Celso de Mello e Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.