sábado, 19 de maio de 2012

OPINIÃO DO DIA – Instituto Teotonio Vilela: consumo

Estamos diante do esgotamento de um modelo que, bem ou mal, mostrou resultados nos últimos anos: crescer pelo consumo, mediante abundante oferta de crédito. Os governos do PT apostaram nesta rota e jamais conseguiram fazer o que era realmente necessário: preparar o país para avanços mais robustos por meio de investimentos estruturantes.Em momentos de turbulência como o atual, prudência e responsabilidade são as palavras-chave. Medidas açodadas ou ações carcomidas - como os manjados incentivos à indústria automobilística, novamente em pauta - não serão suficientes para resolver problemas estruturais. Para vencer as dificuldades, será preciso bem mais do que continuar apostando em lotar shopping centers.

Carta de Formulação, Instituto Teotônio Vilela, 18 de maio de 2012.

Manchetes de alguns dos principais jornais do Brasil

O GLOBO
Mensalão devera ir a julgamento em agosto
BC: economia encolhe pelo terceiro mês seguido

FOLHA DE S. PAULO
Índice do BC revela que a economia vai demorar a reagir
Ministro omitiu carona em jato de empresário
Dilma veta a venda de medicamentos em supermercados
Governo vai lançar pacote para veículos e construção

O ESTADO DE S. PAULO
PIB do BC cai de novo e aponta baixo crescimento
Banco Central volta a intervir no câmbio, mas dólar passa de R$ 2
Apoio a Cabral pode tirar petista de CPI

CORREIO BRAZILIENSE
Brasília se indignou
Até o PT quer Vaccarezza longe da CPI
Economia vai crescer menos de 3%, aponta BC
Dilma proíbe remédio em supermercado

ESTADO DE MINAS
A guerra dos vinhos
Minas lidera abuso sexual em rodovias

ZERO HORA (RS)
Aperto do crédito eleva estoque de automóveis
PT da Capital quer manter Villaverde

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Menos exploração sexual nas estradas
Seca devastadora em 97 cidades
Comissão da Verdade é alvo de pressão
Infraestrutura do Nordeste terá R$ 4,8 bilhões

Mensalão devera ir a julgamento em agosto

O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski trabalha para concluir até meados de junho seu voto sobre o mensalão. Nesse caso, o julgamento do processo, o maior da história do Supremo, deverá começar em agosto. "Este ano ainda julgaremos. A expectativa é não só dos ministros, mas da sociedade e também minha", afirmou Lewandowski. O STF tem recesso marcado para julho, e o julgamento deverá durar pelo menos um mês. São 38 réus e mais de 50 mil páginas de autos. A ministra do STF Cármen Lúcia, que também é presidente do TSE, disse que está pronta para votar sobre o mensalão assim que entrar em pauta

Julgamento do mensalão em agosto

Revisor, Lewandowski quer concluir voto até junho e lembra expectativa da sociedade

Carolina Brígido

BRASÍLIA E CURITIBA - O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão, está tentando concluir seu voto até meados de junho. No gabinete dele, a maior parte dos assessores foi deslocada para trabalhar no processo. Se a expectativa for confirmada, o julgamento do processo poderia ocorrer em agosto, e não neste semestre. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) tem recesso marcado para julho, e o julgamento tem previsão de durar pelo menos um mês.

Uma solução para realizar o julgamento logo seria iniciá-lo na sequência da apresentação do voto de Lewandowski e estender as sessões pelo mês de julho. No entanto, muitos ministros se opõem a essa fórmula - inclusive o relator, Joaquim Barbosa, que planeja viagem de férias. Portanto, o mais provável seria o julgamento começar em agosto. Essa hipótese traz um detalhe: Cezar Peluso vai se aposentar e não deverá participar da votação.

Ritmo acelerado para ler processo

Ontem, no 3º Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, em Curitiba, Lewandowski comentou o andamento do processo e disse que tem trabalhado em ritmo acelerado para garantir o julgamento do processo ainda este ano.

- Este ano, ainda julgaremos. A expectativa é não só dos ministros, mas da sociedade e também minha - assinalou.

No entanto, ele mencionou que o processo é extenso, com mais de 60 mil páginas:

- É um trabalho complexo, que tem que ser feito com muita seriedade - disse.

Do outro lado, a ministra Cármen Lúcia disse estar de prontidão para o julgamento.

- Da minha parte, estarei habilitada a votar na hora em que ele for colocado em pauta - informou.

Para tentar concluir o trabalho, Lewandowski tem andado com um HD externo para todo lado. Também costuma levar consigo um pen drive com informações criptografadas do mensalão. Recentemente, o ministro foi à Suíça a trabalho e levou os apetrechos para adiantar o voto.

O presidente do tribunal, ministro Carlos Ayres Britto, disse na última quinta-feira que vai marcar para a próxima terça-feira uma sessão administrativa para discutir como será o julgamento do mensalão. Embora não tenha data marcada, o julgamento demandará uma logística fora do comum para os padrões da Corte, considerando-se o tamanho do processo, com mais de 50 mil páginas, e a quantidade de réus, 38.

- Avançaríamos alguma coisa em termos de cronograma, de logística, de formatação. Independentemente do dia que se marcar para o julgamento, já teríamos algumas coisas encaminhadas - disse o ministro.

Na semana passada, no julgamento de uma questão de ordem, os ministros definiram dois pontos sobre o julgamento. O primeiro deles foi o tempo de sustentação oral ao qual teria direito o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O prazo foi fixado em cinco horas. Também se decidiu que o relator, ministro Joaquim Barbosa, leria só resumo de três páginas do relatório - que tem, ao todo, 122 páginas.

Ainda há alguns pontos para serem debatidos. Por exemplo, os dias do julgamento. Normalmente, as sessões plenárias ocorrem nas quartas e quintas-feiras. Há possibilidade de haver sessões diárias no julgamento do mensalão. A primeira semana seria totalmente dedicada às sustentações orais dos advogados - que, ao todo, têm direito a 38 horas de defesa em plenário.

Outra possibilidade é estender o horário das sessões para o período da manhã e da tarde. Normalmente, o plenário funciona apenas à tarde. Os ministros estão preocupados também com a segurança no plenário. Devem discutir, por exemplo, medidas de segurança eficazes contra eventuais manifestações da plateia ao longo do julgamento. Embora proibida, a prática tem sido cada vez mais frequente em sessões do STF.

Também ontem, no congresso de Curitiba, Lewandowski falou da Lei da Ficha Limpa e disse que a legislação vai ser aplicada nas eleições municipais de 2012.

- A Lei da Ficha Limpa introduz um componente importante, que é a moralização da vida pública - disse o ministro, que voltou a defender a constitucionalidade da lei.

- Num primeiro momento, (a Ficha Limpa) foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal inconstitucional no que diz respeito à entrada em vigor no mesmo ano de sua edição. Quando foi examinado o mérito, o Supremo confirmou que a Lei da Ficha Limpa é inteiramente constitucional e se aplica às eleições municipais de 2012 - disse.

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, crê que a dificuldade da Ficha Limpa deve recair sobre os juízes.

- A lei terá plena aplicação nas eleições deste ano e compete ao juiz fazer com que seja plenamente eficaz jurídica e socialmente - afirmou.

Ela também garantiu que a Justiça Eleitoral está preparada para o eventual aumento de julgamentos de inelegibilidade.

- A Justiça Eleitoral brasileira é considerada uma das mais eficientes do mundo, porque consegue dar solução ao que lhe é demandado, e desta vez não será diferente. O TSE e todos os TREs do país estão altamente qualificados para que a lei seja cumprida no próximo pleito, deixando evidente que todos os políticos devem cumpri-la exatamente como qualquer cidadão brasileiro - prometeu.

Colaborou Ana Paula de Carvalho

FONTE: O GLOBO

Marchas em 15 cidades cobram julgamento

Juliana Castro

Movimentos contra a corrupção vão promover neste fim de semana um mutirão em 15 cidades para recolher assinaturas com o objetivo de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) celeridade no julgamento dos 38 réus do mensalão. Mais de 28 mil já aderiram ao abaixo-assinado e a intenção é aumentar o máximo possível esse número para pressionar os ministros a colocarem o tema em pauta.

Em meados de abril, 24 estados e o Distrito Federal fizeram manifestações com este propósito e, desde então, o número de adesões passou de 12 mil para as atuais 28 mil. As assinaturas já deveriam ter sido entregues no mês passado ao ministro Ricardo Lewandowski, com quem representantes dos grupos Transparência Brasil e Queremos Ética na Política tinham uma audiência marcada. Lewandowski é revisor do processo, que tem o Joaquim Barbosa como relator. Segundo o fundador do Movimento 31 de Julho no Rio, Marcelo Medeiros, o encontro foi desmarcado sem explicação do ministro. Ainda assim, eles tentarão entregar o abaixo-assinado a um ministro do STF ainda este mês. O grupo de Marcelo é o responsável por promover a manifestação no Rio. Será no posto 9 da Praia de Ipanema, de 11h às 14h de amanhã.

- Teremos uma jaula que vai representar a impunidade. Ela estará com uma bandeira do Brasil dentro. A ideia é mostrar que quem deveria estar lá dentro não está. Quem está aprisionado é o Brasil - disse Marcelo.

Estão programadas manifestações em Belo Horizonte, Belém, Vitória, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Campo Grande, Cuiabá e Cascavel (PR). Em São Paulo, além da capital, os grupos vão se reunir em São Bernardo do Campo, Botucatu, Dracena e Panorama. Segundo os movimentos que coordenam a petição, já aderiram ao abaixo-assinado o príncipe João de Orleans e Bragança, o ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira e os economistas Paulo Guedes, Elena Landau e Pérsio Arida.

FONTE: O GLOBO

Apoio a Cabral pode tirar petista de CPI

O envio de mensagem de apoio, via celular, de Cândido Vaccarezza (PT- SP) para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), irritou integrantes da CPI do Cachoeira e fez crescerem as pressões para que o deputado seja afastado da comissão. Lideranças petistas não falam abertamente, mas esperam que Vaccarezza tome a iniciativa de deixar a CPI

Aliados querem que petista deixe CPI

Mensagem de Vaccarezza a Cabral, insinuando proteção nas investigações sobre esquema Cachoeira, constrangeu PT e parlamentares

Eugênia Lopes, Denise Madueño

BRASÍLIA - Surpreendidos com o flagrante da troca de mensagens via celular entre Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira defenderam ontem o afastamento do deputado petista, ex-líder do governo, do colegiado.

O comportamento de Vaccarezza, de tentar blindar Cabral na CPI, irritou os aliados, em especial os petistas que, em conversas reservadas, consideraram "insustentável" a permanência do ex-líder do governo como um dos integrantes da comissão. O envio da mensagem, em que o parlamentar avisa ao governador que a relação entre o PT e o PMDB pode azedar na CPI, mas insinua que ele será protegido, foi flagrado por um cinegrafista da emissora SBT anteontem.

A CPI decidiu não convocar para depoimento nenhum dos governadores que supostamente teriam ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ao poupar governadores, instalou-se uma suspeita de clima de "pizza" na CPI.

O PT não vai, no entanto, pedir a cabeça de Vaccarezza em praça pública. Apesar de irritadas, lideranças do partido adotaram uma postura de defesa de Vaccarezza. Esperam que o próprio deputado decida deixar a CPI. "Espero que no bom senso dele ele avalie o que é melhor", resumiu o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA).

Publicamente, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), também defendeu Vaccarezza, tentando minimizar a troca de mensagens entre o deputado e o governador peemedebista. "A mensagem é a opinião que ele (Vaccarezza) pode ter. Não é motivo (de substituição na CPI), porque a opinião dele não tem efeito prático nenhum. O Cabral não está sendo objeto de convocação. É mais uma prestação de serviço de forma desnecessária", disse o líder petista. "Não vejo razão para ele sair", emendou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que tem feito dobradinha com Vaccarezza na CPI.

Mas enquanto o PT evita apregoar o desejo de ver Vaccarezza fora da CPI, o mesmo não ocorre com outros integrantes da Comissão. "A CPI não é o Vaccarezza", observou o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "Mas há a violação do princípio da impessoalidade. Acho que ele pode se declarar impedido de participar da CPI", defendeu.

Assim como o PT, o PMDB tentou minimizar o flagra da troca de mensagens entre Vaccarezza e Cabral. "Não tem nada contra o Cabral: não tem uma gravação em que ele aparece, não tem um malfeito dele. O Cabral não passa nem de raspão pela CPI", disse o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Os governistas calcam a defesa em torno de Cabral na falta de qualquer prova ou ligação direta entre o peemedebista e Cachoeira.

O próprio Vaccarezza rebate as acusações de que estaria blindando Cabral com o argumento de que não há nada contra o governador. E aproveita para atacar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que, segundo investigações da Polícia Federal, teria ligações com o esquema de Cachoeira. "Não estou blindando o Cabral porque ele não faz parte dos investigados."

A avaliação de integrantes da CPI é que Vaccarezza "desmoralizou" a CPI, além de dar "munição" para a oposição, ávida por convocar Cabral para dar explicações sobre sua relação com o proprietário da empresa Delta Construções, Fernando Cavendish. Depois da divulgação da mensagem, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse ontem que é "imprescindível" a convocação.

Justificativa. Vaccarezza passou o dia tentando justificar a mensagem, cujo conteúdo dizia: " A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe. Você é nosso e nós somos teu (sic)". "Não quero declarar a minha conversa com o Cabral. O Cabral não está sendo investigado", disse, em entrevista ontem à rádio Estadão ESPN.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Na CPI, torpedo expõe crise entre PT e PMDB e fragiliza Vaccarezza

Petistas se reúnem na segunda para decidir se deputado continua na comissão

Chico de Gois, Isabel Braga e Maria Lima

BRASÍLIA . O flagra da demonstração de fidelidade através de torpedos enviados pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) ao governador do Rio, Sérgio Cabral, expôs o azedume cada dia mais forte nas relações entre o PT e o PMDB por causa da condução dos rumos da CPMI do Cachoeira. O escorregão provocou a ira da oposição que liga as mensagens a uma articulação do PT para proteger Cabral e a construtora Delta, e pode ocasionar a destituição do deputado petista da comissão. Na segunda-feira, os petistas se reúnem para ver o que fazer com o petista e a crise de credibilidade na CPMI.

A mensagem foi enviada no momento em que os petistas amargavam a irritação por não terem conseguido arrastar o PMDB para a dobradinha que fazem com o senador Fernando Collor (PTB-AL) para atrair um jornalista para o centro das investigações da CPMI do Cachoeira. Segundo caciques peemedebistas, o líder do partido na Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o vice presidente Michel Temer foram bombardeados com ligações e pedidos de lideranças petistas - inclusive o ex-presidente Lula - para que o PMDB ajudasse na operação.

- Henrique deixou claro que o PMDB não entraria numa briga que não é sua. O partido defende a liberdade de imprensa. O PT não engoliu - contou um dos caciques peemedebistas.

Ontem, Vaccarezza, por meio de nota negou a intenção de blindar o amigo Cabral, mas deixou explícito que há um tensionamento entre o PT e o PMDB, que ele atribui a fatos pontuais, sem os esclarecer. Mas, se Vaccarezza manteve o silêncio público, o mesmo não aconteceu com seus companheiros de Congresso. No PMDB, o entendimento foi de que o PT está mais interessado em proteger o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish.

- Aí não tem ninguém bobo, não! O PT diz que está blindando o Cabral, mas na verdade quer proteger é o Cavendish - disse um cacique peemedebista do grupo de Henrique e Temer.

Também irritou os petistas o comportamento de alguns peeemedebistas na votação do requerimento de quebra de sigilo da empresa Delta. Alguns, como o senador Ricardo Ferraço (ES), defenderam a investigação mais ampla da empresa.

Desde a instalação da CPI, PT e PMDB vem se estranhando. Os peemedebistas esperaram que o PT obtivesse o número de assinaturas para a instalação da CPI e queriam que a responsabilidade fosse dos petistas. Na hora de indicar os membros, os líderes nas duas Casas não escalaram os nomes mais combativos, deixando para o PT a responsabilidade das blindagens.

Por isso, ao mandar o torpedo a Cabral, Vaccarezza não escondeu sua irritação. Um peemedebista confirmou que o vice-presidente Michel Temer foi comunicado da estratégia dos líderes peemedebistas de evitar o ataque frontal à imprensa, contrária à vontade do PT e que concordou. O gesto de Vaccarezza causou indignação entre a oposição e, mesmo entre os parlamentares do PT, há quem defenda que é melhor ele deixar a comissão, sob pena de espalhar as digitais do partido numa futura pizza da CPMI. Até aliados já falam que Vaccarezza deve se explicar.

- Ele criou uma confusão sem precedentes. Um membro da CPMI não deve discutir essas coisas, porque vai perdendo a credibilidade. Agora vai ter que dar explicações - disse a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM)

O senador Pedro Taques (PDT-MT) é outro que vai cobrar esclarecimentos:

- No mínimo, ele tem de explicar. Não queremos que a CPMI seja um instrumento para proteger amiguinhos. Vou cobrar.

Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, disse que o episódio da troca de torpedos demonstra que estão querendo esconder coisas na CPMI:

- Essa espécie de relação de amor através de torpedo joga mais luzes sobre o governador e amplia as suspeitas sobre ele. Esse cuidado todo, de blindar, pressupõe a existência de fatos que precisam ser esclarecidos.

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), defendeu o amigo, e disse que não pretende retirá-lo da comissão.

- Não tem pedido para trocá-lo. É a opinião dele e não representa a opinião da CPMI ou da bancada - declarou Tatto, para em seguida afirmar que, por enquanto, não há por que trazer Cabral para prestar depoimento pois não há indícios da ligação do governador do Rio com Cachoeira.

Cabral informou, por meio da assessoria, que não se pronunciaria sobre as mensagens.

FONTE: O GLOBO

Ministro omitiu carona em jato de empresário

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) omitiu em documento oficial que pegou carona em avião fretado por empresário na Itália em 2011. Ele alega que o Código de Conduta permite a carona.

Pimentel omitiu carona em voo para Roma

Relatório oficial diz que ministro usou "veículo oficial"; ele agora admite ter viajado em avião fretado por empresário

Código do governo ordena que carona seja divulgada previamente; pasta diz que consultou Comissão de Ética

Filipe Coutinho e Gabriela Guerreiro

BRASÍLIA - Em documento oficial, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, omitiu ter pego carona em avião fretado pelo empresário João Dória Jr. em viagem oficial à Itália, em outubro de 2011.

Relatório público de despesas disponível no site do ministério afirma que o trajeto de Sofia (Bulgária) a Roma foi feito em "veículo oficial", e não em avião privado.

O documento contraria a versão do ministro, que diz ter consultado a Comissão de Ética Pública da Presidência antes de aceitar a carona.

O uso do avião fretado também não constou da agenda pública de Pimentel.

Segundo o Código de Conduta da Alta Administração Federal, ele poderia participar de seminários com remuneração e transporte pagos pelos organizadores, mas teria de tornar pública essa informação, o que não ocorreu.

A oposição apresentou representação contra o ministro à Comissão de Ética Pública da Presidência.

"Não houve informação alguma sobre publicidade do pagamento das despesas. A conduta do representado, que, confessadamente, teria se deslocado em frete aéreo financiado por particulares para fins de atendimento de interesses também particulares, parece ir de encontro ao que dispõe o código ético", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
A viagem do ministro à Europa começou em 1º de outubro de 2011, quando ele chegou à Bulgária na comitiva da presidente Dilma Rousseff.

Cinco dias depois, foi para Roma no avião fretado e, no dia 7, palestrou em seminário do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), de Dória Jr.

No dia 8, pegou voo comercial, custeado pela União, para voltar ao Brasil. O caso foi revelado anteontem pelo site "Terra Magazine".

Pela semana de trabalho na Europa, o ministro recebeu R$ 5.593 em diárias para despesas de hospedagem e alimentação.

Explicações

O ministro e o empresário afirmam que a palestra foi gratuita. Eles dizem que Pimentel pegou carona porque não teria tempo hábil de, em avião de carreira, chegar a Roma para o evento.

O ministro Aloizio Mecadante (Educação), que era titular da Ciência e Tecnologia, se desligou antes da comitiva presidencial e participou do mesmo evento em Roma viajando em voo comercial.

Ontem, Pimentel disse em nota que a pasta questionou a Comissão de Ética sobre participações em seminários antes da viagem à Itália.

Segundo a resposta publicada pela assessoria do ministro, ele poderia participar "mediante registro na agenda de trabalho das condições de sua participação, inclusive remuneração".

Pimentel já é investigado pela Comissão de Ética por consultorias de 2009 e 2010, quando recebeu cerca de R$ 2 milhões.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Presidente cancela agendas para evitar grevistas

Kelly Matos, Catia Seabra

BRASÍLIA, PORTO ALEGRE - Temendo manifestações de grevistas em Diadema (SP) e em Porto Alegre (RS), a presidente Dilma Rousseff cancelou agendas públicas que cumpriria nas cidades.

Embora o governo não confirme a relação dos cancelamentos com as greves, assessores do Planalto reconheceram que a presença de Dilma poderia gerar uma "situação constrangedora".

Na agenda prévia de ontem da presidente em São Paulo havia a previsão de uma visita ao campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Diadema pela manhã, onde Dilma e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, inaugurariam edifício.

No entanto, a agenda foi cancelada por causa da greve nacional de professores de universidades federais, decretada no mesmo dia.

A equipe que visita antes os locais onde Dilma estará previu que haveria protestos. De fato, ontem estudantes fizeram manifestação.

Segundo a assessoria da Unifesp, os estudantes pretendiam conversar com a presidente sobre a greve. Mesmo sem Dilma, eles mantiveram a manifestação.

A presidente também cancelou visita a Porto Alegre, programada para segunda, para não colidir com grevistas. A cidade é uma das cinco onde está prevista a paralisação de metroviários. Com isso, na segunda Dilma deve visitar Laguna (SC), onde não há metrô.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Dilma e Lula socorrem Haddad

Meta é ajudar candidatura do petista, estacionada em 3% das intenções de voto

Gustavo Uribe

SÃO PAULO. Em sinal de que vai entrar de cabeça nas eleições municipais de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff levou ontem a tiracolo o pré-candidato do PT a prefeito, Fernando Haddad, em visita à exposição dos murais "Guerra e Paz", de Candido Portinari, no Memorial da América Latina. A ida de Dilma a São Paulo foi combinada previamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho político do pré-candidato do PT.

Haddad adotou postura discreta durante a visita, exceto no momento da fotografia com Dilma, quando foi puxado por Lula para ficar ao lado da presidente. O atual esforço dos petistas é alavancar a candidatura de Haddad, que tem 3% das intenções de voto segundo a última pesquisa Ibope, muito atrás de seu principal adversário, o ex-governador José Serra (31%). A visita de ontem foi o primeiro evento público, na capital paulista, em que Dilma e Lula estiveram ao lado de Haddad, depois que o ex-ministro da Educação se tornou pré-candidato do PT.

A programação inicial era que a presidente inaugurasse, ao lado de Haddad, um novo prédio do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mas a greve dos professores alterou os planos. Na chegada a São Paulo, Dilma reuniu-se com lideranças petistas em almoço num tradicional restaurante português. A presidente sentou-se entre Haddad e o ministro da Educação Aloizio Mercadante, e passou, aproximadamente uma hora, conversando com Lula. Em conversa privada, Lula expôs a Dilma o quadro eleitoral em São Paulo, com perspectivas de alianças com o PSB e o PCdoB. A presidente, que almoçou bacalhau cozido, avaliou que a crise europeia é preocupante, mas que a economia brasileira está bem preparada, e elogiou a disposição física do seu antecessor, que se recupera de tratamento contra um câncer.

- O ex-presidente Lula e a presidente Dilma são lideranças importantes no país, sempre vão ter um peso em qualquer eleição, e a opinião deles vai contar. Mas quero crer que, nos municípios em geral, sobretudo em São Paulo, a população vai se focar mais nas questões municipais. É óbvio que o apoio político conta, mas não é o ingrediente mais importante dessa eleição - afirmou Fernando Haddad.

FONTE: O GLOBO

Dilma entra com discrição na campanha de Haddad e preocupa petistas paulistanos

Evento no Memorial da América Latina reuniu pré-candidato do PT à Prefeitura, ex-presidente, presidente e ministros; a petista não fez nenhuma deferência especial ao ex-titular da Educação e seu antecessor também não deu entrevistas

Fernando Gallo, Bruno Boghossian

Na primeira participação pública de Dilma Rousseff na pré-campanha eleitoral paulistana deste ano, prevaleceu o estilo sóbrio e cauteloso da presidente, para preocupação de petistas que contam com a entrada efetiva dela para tirar o pré-candidato Fernando Haddad (PT) da rabeira nas pesquisas. Ontem, ela participou de eventos públicos na capital paulista de Haddad e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma viajou com uma comitiva de ministros. Porém, fez apenas um gesto político silencioso. Ela posou para fotos com o ex-ministro, mas não discursou para fazer elogios ao pré-candidato. A presidente visitou a exposição Guerra e Paz, de Candido Portinari, no Memorial da América Latina, com Haddad, Lula e os ministros Aloizio Mercadante (Educação), Ana de Hollanda (Cultura) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral). Haddad não recebeu da presidente nenhuma deferência especial. Os dois entraram e saíram separados e também separados se sentaram para assistir a um vídeo sobre a obra de Portinari. O ex-ministro permaneceu todo o tempo na segunda fileira, ao lado de sua mulher, Ana Estela.

Só para fotos. O pré-candidato e a presidente se juntaram publicamente apenas para fotos – símbolos da entrada de Dilma e de seu alto escalão na campanha. Petistas relatam que a presidente ainda hesita em mergulhar na campanha, a pouco mais de quatro meses das eleições. Ela deve beneficiar Haddad com pequenas a parições públicas para “colar” sua imagem e a figura de Lula ao pré-candidato antes do início da propaganda eleitoral na TV. A última pesquisa de intenção de voto do Ibope mostra que 65% dos paulistanos consideram a administração de Dilma ótima ou boa. Apenas 5% desse grupo, no entanto, declaram que pretendem votar em Haddad.

A equipe de campanha admite que um movimento mais significativo de Dilma neste momento impulsionaria a candidatura petista em São Paulo. Eles ressaltam, no entanto, que é a presidente quem vai decidir a hora de agir. Em fevereiro, Dilma avisou que não participaria de campanhas em cidades onde há mais de um candidato da base governista, mas o PT espera que a presidente reveja sua postura no caso de São Paulo. Para eles, a cautela de Dilma se contrapõe à ousadia de Lula, que chegou a subir três vezes na mesma semana ao palan-que de Marta Suplicy na eleição para a Prefeitura em 2004.

Petistas afirmam que Dilma mencionaria Haddad em um discurso que deveria fazer em outro evento programado para ontem. A presidente participaria da inauguração de um prédio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Diadema, na região metropolitana, mas desistiu quando soube que poderia enfrentar uma manifestação de professores grevistas. Para o partido, como o tema dessa solenidade era educação, uma citação ao ex-ministro era inevitável. Em um evento cultural, um gesto de apoio a Haddad era mais improvável. “Não dá pra fazer política com o Portinari, né?”, comentou um petista.

Lula na TV. Assim como os ministros, Dilma e Lula saíram do evento juntos e silenciosos para uma visita ao cardeal d. Paulo Evaristo Arns. Livre de cargo, Lula não corria risco de ser acusado de uso da máquina pública para promover Haddad, mas também não concedeu entrevista. O ex-presidente deverá citar o pré-candidato na segunda-feira, em uma homenagem que receberá na Câmara Municipal de São Paulo, e na terça, em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT. Haddad deu entrevista sozinho. “O presidente Lula e a presidenta Dilma são lideranças importantes no País. Em qualquer eleição a opinião deles terá um peso importante”, disse . Segundo o pré-candidato, Dilma fez uma visita “de cortesia” a São Paulo.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

‘Também sou candidato do Lula e da Dilma’, diz Chalita

Pré-candidato do PMDB afirma ser tratado com carinho por ex-presidente e minimiza aparição dele ao lado de Haddad (PT)

Débora Álvares

No dia em que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareceram pela primeira vez juntos em São Paulo em um evento público ao lado do pré-candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad, o peemedebista Gabriel Chalita procurou vincular também sua pré-candidatura aos apoiadores do concorrente.

Chalita tem a expectativa de se tornar uma espécie de “plano B” do Planalto e de Lula na eleição paulistana caso a candidatura de Haddad não decole.

Carinho. “O presidente Lula tem me tratado com muito carinho e disse que também sou candidato dele. A presidente Dilma diz a mesma coisa”, disse Chalita ontem, após uma reunião com a direção da Associação Paulista de Medicina, em que ouviu demandas e sugestões para melhorar a saúde da capital paulista. O peemedebista, que tem como principal apoiador o vice-presidente da República, Michel Temer, reconhece a importância política de Lula e Dilma. “A presidente Dilma tem uma aprovação fantástica hoje e o presidente Lula também. São figuras fundamentais na política brasileira.”

Apesar disso, Chalita afirma não acreditar que a presença deles ao lado do concorrente petista seja determinante para o rumo das eleições de outubro. “As pessoas podem respeitar os apoiadores e eles são importantes, mas acho que não é isso o que vai definir a eleição em São Paulo”, disse. “O que vai ser determinante é a empatia do eleitor com um dos candidatos, é a visão de quem terá mais competência para cuidar do dia a dia da cidade.” Ainda sem conseguir crescer nas pesquisas, o pré -candidato do PMDB aposta que propagandas de televisão e debates darão a real face da campanha eleitoral. “A população vai começar a enxergar quem tem a cara de São Paulo e quem vai resolver os problemas da cidade.”

Na primeira pesquisa Ibope, Chalita aparece em quinto lugar, com 6% das intenções de voto. Haddad está em sétimo, com apenas 3%. À frente deles aparecem Soninha Francine (PPS), com 7%; Netinho de Paula (PC do B), com 8%; Celso Russomanno ( PRB), c om 16% e J osé Serra (PSDB), com 31% das intenções de voto.

Acordo. Haddad e Chalita mantêm um acordo de cavalheiros para evitar ataques pessoais durante a campanha, mas disputam o apoio do PC do B de Netinho de Paula. Ele já disse aceitar ser vice em uma chapa mais forte. Russomanno também está na disputa. Embora disfarcem publicamente, a relação entre Chalita e Russomanno ficou estremecida após a recusa do PMDB em aceitar a sugestão do PRB e do PC do B para se unirem em torno de uma candidatura. Republicanos e comunistas propuseram avaliar as pesquisas em junho para só então definir quem será o cabeça da chapa. Mas Chalita recusou. Em troca de apoio financeiro para material de campanha, dois partidos cortejados para a chapa peemedebista, o PHS e o PRP, fecharam anteontem acordo com Russomanno. Chalita encara o vai e vem com naturalidade: “Faz parte do processo democrático”. Ele já garantiu o apoio de PSL, PSC e PTC.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Rachado, PT do Recife faz prévias amanhã

O prefeito do Recife, João da Costa, e o deputado federal e secretário estadual de Governo, Maurício Rands, disputam amanhã a indicação de candidato à Prefeitura da capital, em prévias do PT. A expectativa é a de que, seja quem for o vencedor, o partido, que está à frente da prefeitura há 12 anos, sairá enfraquecido e dará margem a candidaturas alternativas dentro da Frente Popular, integrada por partidos aliados.

Escolhido pelo ex-prefeito João Paulo para ser seu sucessor, Costa não tem o mesmo carisma do padrinho, com quem rompeu, nem conseguiu manter em alta a sua aprovação. Considerado o maior cabo eleitoral do PT no Recife, João Paulo já avisou que, se Costa for o vencedor, não terá o seu voto. A previsão é a de que o resultado saia às 18 horas.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Jungmann mira PCR

Pós-comunista vai ingressar com vários pedidos de informação na prefeitura

Juliane Menezes

Com a vigência da nova Lei de Acesso à Informação desde a última quarta-feira (16), o pré-candidato a prefeito Raul Jungmann (PPS) irá fazer o que ele chama de “choque de transparência” na Prefeitura do Recife. Isso porque, na próxima segunda-feira (21), ao meio-dia, ele irá requerer uma série de informações sobre as contas da PCR, que afirma já ter solicitado diversas vezes, sem nunca obter resposta. Por isso, ele chama a PCR de “caixa-preta” e afirma que, com a medida, irá “iniciar a derrubada dessa muralha de silêncio e desinformação”. De acordo com a nova lei, todos os órgãos públicos têm a obrigação de fornecer informações solicitadas por qualquer cidadão a respeito de suas atividades imediatamente, caso já obtenham, ou em um prazo de 20 dias, que pode ser prorrogado para até 30, caso o órgão precise realizar pesquisa.

O pré-candidato postou em seu perfil do Facebook que pedirá informações a respeito de cargos comissionados, gastos do prefeito, dispensas de licitação, cronograma de obras, gastos com empresas terceirizadas, devolução de recursos de convênios, viagens e diárias, além de dados sobre educação, saúde e assistência social. Jungmann ainda pede aos internautas que enviem sugestões de perguntas que queiram fazer à PCR e os convida a acompanhá-lo à prefeitura quando ele for fazer a solicitação.

“É preciso dessas informações para poder se fazer um debate verdadeiramente democrático sobre a prefeitura”, conta Jungmann. E alerta: “Se não fornecerem os dados, ingressarei na Justiça pelo Ministério Público”.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

PSDB e PPS pedem ação contra ministro

BRASÍLIA – o PSDB do Senado e o PPS da Câmara pediram ontem à Comissão de Ética Pública da Presidência para abrir mais um processo administrativo contra o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Os requerimentos se baseiam na denúncia de que o ministro teria utilizado avião de um empresário para fazer trecho de viagem com comitiva da Presidência na Europa, em outubro de 2011. Os partidos questionam se o ministro descumpriu as normas éticas impostas pela Presidência e se houve quebra de decoro. Em nota, Pimentel se defendeu das acusações.

O Ministério afirmou que a comissão foi consultada sobre a viagem e que o deslocamento foi feito em avião particular “em virtude da impossibilidade de chegar à Roma a tempo de sua palestra”, e que “não houve remuneração de qualquer tipo, nem o pagamento de nenhuma outra despesa por parte dos organizadores”.

Segundo a denúncia, divulgada inicialmente pelo Portal Terra, Pimentel integrava a comitiva oficial da presidente Dilma Rousseff, em sua viagem à Bulgária, e utilizou um avião fretado pelo empresário João Dória Júnior para ir de onde estava com a comitiva presidencial até a Itália, com o propósito de participar de um encontro com empresários brasileiros e italianos.

Para o PSDB, Pimentel descumpriu o artigo 7º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, que proíbe a autoridade de “receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade”.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

BC: economia encolhe pelo terceiro mês seguido

O PIB do país encolheu 0,35% em março, na terceira queda seguida, de acordo com o Banco Central. Diante disso, o governo prepara medidas para estimular o crédito e reaquecer a economia. Ontem, o BC atuou para frear o dólar, mas a moeda fechou em alta de 0,64%, a R$ 2,019

BC: PIB do país encolhe 0,35% em março, na terceira queda seguida

Para estimular atividade, governo se prepara para anunciar mais medidas

Martha Beck, Gabriela Valente

BRASÍLIA . O agravamento da crise internacional contribuiu para esfriar a economia brasileira. De acordo com o índice IBC-Br do Banco Central (BC) - que funciona como uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo IBGE -, a atividade registrou uma queda de 0,35% em março. Esse encolhimento pelo terceiro mês consecutivo aumentou as preocupações da equipe econômica, que já se prepara para divulgar nos próximos dias mais medidas para estimular o crédito e a atividade no país.

O número mostra o agravamento de um quadro que vem ocorrendo desde o início de 2012. Em janeiro, o IBC-Br mostrou uma queda de 0,13% e, em fevereiro, de 0,23%. Com isso, no primeiro trimestre do ano, a economia só conseguiu crescer 0,15% em relação aos três meses anteriores.

Os dados surpreenderam os técnicos da equipe econômica, que contavam com um resultado melhor no período de janeiro a março. A expectativa inicial era que a atividade do primeiro trimestre do ano variasse 0,5%. Com isso, a avaliação nos bastidores é que a economia não crescerá mais do que 3,5% esse ano.

Mesmo assim, as projeções oficiais não foram alteradas. Relatório de avaliação fiscal do segundo bimestre do ano divulgado ontem pelo Ministério do Planejamento manteve uma estimativa de crescimento de 4,5% para o PIB do ano.

Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, embora o governo venha fazendo esforços para estimular a economia, o crédito oferecido tanto às empresas quanto às pessoas físicas ainda está caro e escasso. Por isso, a ordem é fazer tudo o que for possível para reverter esse quadro.

Governo analisa baixar compulsórios dos bancos

Segundo os técnicos, o crédito tem capacidade para fazer a atividade reagir rapidamente. Por isso, a estratégia é agir em quatro frentes: reduzir a Taxa Selic, diminuir o spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que eles cobram dos clientes em empréstimos), afrouxar regras prudenciais e liberar compulsórios.

Como o BC já está atuando na queda da taxa básica de juros e o governo tem feito uma forte pressão sobre o setor bancário para baixar os spreads , o que falta é agir no compulsório e nas medidas prudenciais. Entre as ações que estão em estudo está algo que foi feito em 2008 para estimular a economia: baixar o compulsório para que bancos maiores possam comprar carteiras de bancos menores (aumentando a oferta de crédito), ou para que eles mesmos possam emprestar mais à população. Além disso, podem ser flexibilizadas regras prudenciais para empréstimos com prazos superiores a cinco anos.

Essas medidas ajudariam, por exemplo, a reforçar as vendas de veículos, que vêm caindo justamente por falta de crédito. Representantes do setor automotivo estiveram reunidos com Mantega na última segunda-feira, para pedir ao governo que pressione o setor bancário a ampliar a oferta de financiamentos.

Anfavea: bancos rigorosos ao conceder crédito

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, afirmou que as instituições financeiras estão sendo muito rigorosas na análise dos pedidos de financiamento, o que está prejudicando as vendas e aumentando os estoques das montadoras.

No segundo relatório bimestral, o Ministério do Planejamento informou que decidiu ampliar em R$ 1,32 bilhão os gastos com as chamadas despesas discricionárias, onde estão os investimentos dos ministérios. Com isso, o governo afrouxou um pouco o contingenciamento anunciado em fevereiro, que foi de R$ 55 bilhões, sendo R$ 35 bilhões diretamente nas chamadas despesas discricionárias.

Colaborou Cristiane Jungblut

FONTE: O GLOBO

PIB do BC cai de novo e aponta baixo crescimento

O ritmo da economia está pior que o imaginado. Indicador divulgado ontem pelo Banco Central, considerado uma prévia do PIB, mostra que a atividade econômica cresceu 0,15% no primeiro trimestre ante o último trimestre de 2011. Em março, o índice caiu 0,35% na comparação com fevereiro, na terceira queda seguida. O ritmo lento é explicado especialmente pela indústria - entre as causas, está o desempenho do setor de caminhões, cuja produção caiu drasticamente em razão de mudança na lei ambiental. No governo, o número foi recebido com pessimismo, e a previsão para a economia no semestre está sendo revisada para baixo. Entre analistas, o dado reforçou previsões de que a expansão do PIB de 2012 será igual ou até menor que os 2,7% de 2011 e de que os juros continuarão a cair

Atividade econômica cai 0,35%, afirma BC

Governo recebe número com pessimismo, e a previsão para o 2º semestre será revisada para pior; analistas veem juros em queda

Fernando Nakagawa 

BRASÍLIA - O ritmo da economia está pior que o imaginado. Indicador divulgado ontem pelo Banco Central mostra que a atividade econômica cresceu 0,15% no primeiro trimestre ante os três últimos meses do ano passado. O número frustrou até os mais pessimistas. A marcha lenta é explicada especialmente pela indústria.

No governo, o número foi recebido com pessimismo, e a previsão para a economia no semestre está sendo revisada para pior. Entre analistas, o dado reforçou a previsão de que os juros vão continuar em queda nos próximos meses.

Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) - indicador que mede o crescimento do País -, o Índice de Atividade Econômica do BC, chamado de IBC-Br, revela um quadro mais preocupante que o imaginado pelo governo e pelo mercado.

Pesquisa da Agência Estado feita com analistas mostrava que os mais céticos previam expansão de 0,2% no trimestre. Os mais otimistas esperavam avanço de 0,6%.

Em março, o índice caiu 0,35% na comparação com fevereiro, na terceira queda seguida. Nesse caso, o número também ficou perto das piores previsões, que variavam de uma contração de 0,4% a crescimento de 0,4%.

"O dado mostra que o PIB do primeiro semestre pode vir abaixo do esperado, por exemplo, pelo Banco Central", disse uma fonte, que pediu para não ser identificada.

Pelas contas oficiais, o PIB do trimestre deve ser um pouco mais forte que o IBC-Br e poderá ter crescimento entre 0,3% e 0,4%. Mesmo assim, o desempenho deverá ser insuficiente para entregar o desempenho semestral imaginado anteriormente. As projeções semestrais não foram divulgadas.

Culpada. Na equipe econômica, a indústria é apontada como grande culpada. Entre as causas, está o desempenho do setor de caminhões, cuja produção caiu drasticamente no início do ano por uma mudança na legislação ambiental. Além disso, há preocupação com a recuperação da produção de veículos.

Mas o governo é otimista e prevê reação. Como resultado do esforço dos últimos meses para manter a atividade aquecida, a economia deve ganhar força no segundo semestre. "O que vai compensar esse dado mais fraco e garantirá o crescimento originalmente previsto para 2012", disse a fonte.

Para o BC, a economia deve crescer 3,5% no ano. Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem sido mais comedido e admitiu ao Estado esta semana que um crescimento de 2,7% já seria "muito bom".

Ainda assim, o Ministério do Planejamento reafirmou ontem que trabalha com um crescimento de 4,5% para 2012.

Juros. Enquanto a reação da economia não aparece, o mercado prevê que os cortes das taxas de juros vão continuar, para incentivar a demanda com crédito mais barato.

Por isso, muitos investidores ontem mudaram suas apostas no mercado futuro e passaram a trabalhar com a possibilidade de um corte de 0,75 ponto da Selic em 30 de maio, o que levaria a taxa para 8,25% ao ano, menor patamar da história.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, é um dos que desenham um cenário mais radical. Para ele, a Selic deve cair dos atuais 9% para 6%. "Isso tudo conspira para uma ação do BC mais enérgica em 2012."

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Mais um Pibinho à vista

Feios sinais de crise começam a emergir na economia. A geração de empregos está em queda livre, a dívida em dólar de empresas brasileiras disparou e as companhias locais já não conseguem mais acessar o mercado internacional de crédito para financiar seus investimentos. O melhor que o governo tem a fazer é não apelar para improvisos, como já se teme por aí.

Ontem foram conhecidos os números relativos à geração de empregos formais no país em abril. Foi o pior resultado para o mês desde 2009, quando, recorde-se, o mundo inteiro estava mergulhado numa recessão feia: apenas 217 mil vagas foram geradas, de acordo com o Caged, do Ministério do Trabalho.

O balanço dos primeiros quatro meses do ano no mercado de trabalho brasileiro é bastante negativo. No período, a criação de empregos com carteira assinada caiu 20% na comparação com o quadrimestre inicial de 2011. Em números absolutos, significa que, entre um ano e outro, deixaram de ser criados quase 180 mil postos de trabalho.

Mais uma vez, a indústria continua exibindo o pior desempenho entre os setores. Em abril, foram criadas apenas 30 mil vagas no segmento - ante 51 mil um ano atrás e 82 mil no mesmo mês de 2010. Com isso, a expansão dos empregos industriais acumula pífia alta de 1,4% nos últimos doze meses.

A retração do emprego é o sinal mais feio até agora da crise que começa a se espalhar pela economia. Já se dá de barato que o crescimento do PIB neste ano dificilmente ultrapassará os 2,7% do Pibinho de 2011, com a presidente Dilma Rousseff engatando seu segundo ano de maus resultados.

Outras evidências incômodas da crise em gestação vêm de abalos na saúde financeira de algumas de nossas principais empresas. O Globo mostra que, com a alta de quase 10% do dólar desde o fim de março, o custo das dívidas em moeda estrangeira de 200 companhias brasileiras subiu R$ 18,7 bilhões.

Desde abril, também secou o crédito externo para empresas nacionais. Segundo o Valor Econômico, desde o fim do mês passado "nenhuma companhia se arriscou a acessar os mercados internacionais". Com a cotação do dólar superando R$ 2, captar lá fora torna-se pecado mortal para os balanços contábeis.

Era previsível que, mais cedo ou mais tarde, o Brasil seria afetado pela maré negativa que assola os mercados externos - em especial, o da cada vez mais combalida União Europeia. O que assombra é a pouca prudência que nossas autoridades econômicas exibiram ao longo das últimas semanas, agindo como se estivessem numa ilha isolada do mundo.

Do Ministério da Fazenda, a tônica foram comentários róseos completamente descolados da realidade. Até poucos dias trás, Guido Mantega ainda falava numa expectativa de crescimento de 4,5% para o PIB brasileiro neste ano. Puro delírio.

O mais aterrorizante é o risco de o governo apelar para mais medidas voluntaristas a fim de incensar a economia, implodindo alguns fundamentos saudáveis, como a responsabilidade fiscal. Um primeiro alerta veio da confirmação de que a arrecadação federal começou a ceder, o que pode induzir a gestão petista a querer ultrapassar alguns limites e economizar menos.

"O governo voltou a matutar novas mágicas e milagres a fim de fazer o país sair do marasmo, coisas como reduzir o superávit primário e soltar as amarras da prudência nos bancos públicos", alerta Vinicius Torres Freire na Folha de S.Paulo.

Estamos diante do esgotamento de um modelo que, bem ou mal, mostrou resultados nos últimos anos: crescer pelo consumo, mediante abundante oferta de crédito. Os governos do PT apostaram nesta rota e jamais conseguiram fazer o que era realmente necessário: preparar o país para avanços mais robustos por meio de investimentos estruturantes.

Em momentos de turbulência como o atual, prudência e responsabilidade são as palavras-chave. Medidas açodadas ou ações carcomidas - como os manjados incentivos à indústria automobilística, novamente em pauta - não serão suficientes para resolver problemas estruturais. Para vencer as dificuldades, será preciso bem mais do que continuar apostando em lotar shopping centers.

FONTE: INSTITUTO TEOTÔNIO VILELA, 18/5/2012.

"Nós somos teu":: Fernando Rodrigues

Atire a primeira pedra quem nunca cometeu um erro de português ao escrever uma mensagem no celular. Não é esse o ponto principal no curioso torpedo redigido pelo deputado federal Cândido Vaccarezza, do PT de São Paulo, para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB.

Na sessão de anteontem da CPI do Cachoeira, quando foram engavetados vários pedidos de convocação de gatos gordos da política, Vaccarezza enviou o seguinte SMS para Cabral: "A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe você é nosso e nós somos teu (sic)".

O petista poderia muito bem ter escrito "é nóis, mano" ou "tá tudo dominado". Seria o mesmo. A relação de compadrio deletério revelada só escancara o que todos já sabem, mas nunca custa dizer de novo: o PT protege o PMDB e recebe em troca blindagem equivalente.

Partidos aliados se comportam assim desde que a política é política. Continuará sendo desse modo em todas as CPIs, como no passado recente também o PSDB protegia o PFL (hoje DEM) e vice-versa.

Graças à imagem mostrada pelo telejornal "SBT Brasil", a operação abafa na CPI do Cachoeira perdeu a ambiguidade. Ontem, Vaccarezza explicou sua mensagem: "O Cabral não é investigado, não é citado, [eu] não poderia estar blindando. O que o blinda é a inocência dele".

Sérgio Cabral é amigo do dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish. Ambos aparecem se refestelando num restaurante no exterior. Essa empresa tem contratos com governos pelo país inteiro. Nos inquéritos do caso Cachoeira, a Delta aparece como peça vital do esquema.

Nada disso seria indício suficiente para convocar Cabral. A CPI só tem uma regra de ouro, expressa no solecismo de Vaccarezza: "Você é nosso e nós somos teu". E os brasileiros que pagam impostos e os salários dessa turma? Estamos à deriva. Nós não somos de ninguém.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Dessemelhanças:: Merval Pereira

Desde abril é possível acompanhar um julgamento aqui nos Estados Unidos que parece impossível acontecer em terras brasileiras, e, no entanto, por tudo que se conhece, deveria ser frequente. Trata-se do júri popular a que está submetido o ex-senador John Edwards, candidato a vice na chapa democrata de John Kerry em 2004 e várias vezes candidato a candidato à Presidência da República, acusado de seis crimes, todos relacionados ao uso de dinheiro de campanha eleitoral para esconder e sustentar uma amante com a qual teve um filho.

O julgamento de John Edwards ocorre na pequena cidade de Greensboro, de 270 mil habitantes, na Carolina do Norte, estado pelo qual Edwards foi senador.

A história tem todos os ingredientes de uma novela, sem direito a final feliz, com doses de dramalhão mexicano que vão desde a mulher com câncer à exploração de uma herdeira milionária de 101 anos.

Na campanha de 2008, quando mais uma vez tentou ser indicado candidato do Partido Democrata à Presidência, Edwards se envolveu com Rielle Hunter, uma especialista em videografia que trabalhava em sua campanha, e a revelação desse caso fez com que ele tivesse que abandonar a campanha eleitoral.

Antes, porém, tentou escondê-lo, negando que o filho fosse seu, e chegou a gravar uma entrevista no programa Nightline, um dos mais importantes jornalísticos da rede de televisão ABC, admitindo o caso, mas garantindo que ele havia terminado e que o filho não era seu.

Ao mesmo tempo, Andrew Young, um assessor de sua campanha, apresentou-se como o pai da criança, mesmo sendo casado com três filhos.

Descobriu-se depois que o assessor assumiu a paternidade por dinheiro, originário basicamente de dois doadores milionários da campanha: Rachel Mellon, a herdeira de 101 anos do banqueiro e filantropo Paul Mellon, e o advogado texano Fred Baron, tesoureiro da campanha de Edwards que fez sua fortuna defendendo vítimas de exposição ao amianto.

A fortuna de Rachel (Bunny) Lambert Mellon vem dos dois lados: antes do casamento com o banqueiro Paul Mellon tinha fortuna própria. Seu pai foi presidente da Gillete, seu avô, um químico que inventou o Listerine, um produto para higiene bucal.

Sempre foi uma admiradora de John Edwards e financiava suas campanhas oficialmente. Desta vez, doou secretamente, por meio de um decorador, US$ 725 mil para resolver o que achava ser um problema pessoal de Edwards, sem saber que se tratava de um caso extraconjugal.

O advogado de Bunny Mellon, Alex Forger, testemunhou no julgamento e disse que ela se ligou a Edwards por afeição, e não porque ele era um candidato a presidente.

Tinha poucos amigos a esta altura de sua vida, depois que seu marido morreu e a filha ficou doente, e foi apresentada ao senador pelo decorador Bryan Huffman, a quem agradeceu o fato em uma carta de 2008, mostrada no julgamento como uma prova de que o encontro com a milionária fez parte de uma conspiração.

Já Fred Baron sabia bem porque estava dando o dinheiro para o senador John Edwards. Além de US$ 801.318 em dinheiro vivo, ele prestou outros tipos de favores, inclusive uma mesada de US$ 9 mil para a amante, um carro BMW, estadias em hotéis de luxo, voos em jatos privados e o aluguel de uma vila em Santa Bárbara, na Califórnia, onde a amante e a família de Andrew Young - mulher e três filhos - hospedaram-se para se esconder da imprensa depois que ele assumiu a paternidade.

A acusação diz que a família Young aproveitou-se da situação para lucrar, enquanto a defesa alega que o dinheiro não foi para influenciar a campanha, mas para esconder o caso da sua família.

Um ponto fundamental para a acusação é demonstrar que o candidato Edwards considerava que o dinheiro da campanha era seu, e o usava para fins pessoais. Para tanto, foi apresentado um hoje já famoso recibo de um corte de cabelo que custou US$ 400, e que o candidato classificou como gasto de campanha.

Na ocasião esse corte de cabelo já criara problemas para John Edwards, e agora voltou a se transformar em uma peça de acusação contra ele.

Durante as últimas três semanas a equipe de acusação, tendo à frente o advogado David Harbach, da Divisão de Integridade Pública do Departamento de Justiça, descreveu com detalhes particularidades dos momentos cruciais do caso, como visitas secretas e telefonemas à amante no meio da noite, enquanto sua mulher lutava contra um câncer que acabou por matá-la.

As descrições foram tão vívidas que em certos momentos testemunhas choraram, e Cate Edwards, sua filha que esteve presente todos os dias do julgamento, pelo menos uma vez saiu correndo do recinto, não suportando a situação.

O depoimento mais comovente foi o de Jennifer Palmieri, que trabalhou na campanha de Edwards e tornou-se amiga de sua mulher Elizabeth, com quem estava no momento da morte.

Ela disse no julgamento que a mulher de Edwards fez "uma ginástica mental" para não acreditar que seu marido havia tido um filho fora do casamento. E pediu a ele que ficasse calado sobre o caso e abandonasse a campanha para preservar a família.

Mesmo depois que ele admitiu o caso e de o casal ter se separado, Palmieri disse que Elizabeth queria que Edwards estivesse junto quando ela morresse, o que foi feito.

Se o caso lhe parece semelhante ao de um certo senador, há outras semelhanças em outros casos. Dois senadores democratas do estado de Nova York, por exemplo, perderam o emprego acusados de várias falcatruas e foram condenados à prisão por receberem suborno de hospitais e lobistas da saúde. Eles eram adeptos do "é dando que se recebe" e antes de serem apanhados tentaram vender caro a fidelidade ao partido, ameaçando apoiar os republicanos em votações importantes.

Nenhum deles teve sua vida privada poupada. As semelhanças são muitas, e a diferença é uma só: todos foram a julgamento.

FONTE: O GLOBO

As montadoras querem mais:: Celso Ming

O noticiário da semana passada deixou escapar que o governo Dilma, outra vez, está se deixando comover com a choradeira da indústria nacional de veículos e se propõe a lubrificar as vendas no mercado interno, desta vez por meio de novas facilidades a serem concedidas na área do crédito.

A indústria gostaria de que fossem repetidos os favores de meses atrás, quando o governo concedeu redução e isenção do IPI. Como a arrecadação não está se comportando como planejado, o governo já não pode atuar com a mesma generosidade por meio desse canal. Mas já está empurrando o Banco do Brasil (mais seu caudatário Votorantim) e a Caixa Econômica Federal para que acionem as engrenagens do crédito, não se importando demais com o excesso de risco a que estejam se expondo.

Este governo, nascido em grande parte da luta sindical do ABC, se mostra especialmente vulnerável às pressões das montadoras. Essas, por sua vez, acostumadas com molezas federais, com a relativa reserva de mercado proporcionada por elevadíssimas defesas alfandegárias e pouca pressão por mais qualidade - e menos preço -, sempre que se atolam nos estoques não se constrangem a desfilar queixas em Brasília - geralmente misturadas com ameaças de demissões de pessoal.

As autoridades deste governo parecem não se dar conta de que o mercado interno vive momento de saturação. A forte elevação da inadimplência no segmento de financiamento de veículos, que levou bancos privados a pisarem nos freios do crédito, é bom indício desse estreitamento. Outro indício é a incapacidade da indústria de transformação (e não as montadoras) de atender à demanda interna, como ainda ontem mostrou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central.

É verdade que, em apenas sete anos, as classes médias brasileiras receberam mais de 40 milhões de pessoas, agora com maior capacidade de consumo. Ocorre que essa parcela da população já enfrenta novas despesas, está sobrecarregada com dívidas e não dispõe de elasticidade orçamentária. Essas pessoas passaram a gastar fatias cada vez mais altas de seu orçamento com serviços - como tarifas de telefone celular, condução, ensino, viagens, academia, cabeleireiro e refeição fora de casa. A disparada da inflação no segmento dos serviços (próxima dos 10% em 12 meses) ajuda a mostrar o impacto dessas despesas no orçamento familiar das classes médias. Forçar ainda mais a estrutura de consumo dessa gente leva o risco de acentuar distorções da economia.

Uma dessas distorções é o baixíssimo nível de poupança, que prejudica a capacidade de investimento. O próprio presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, antes um entusiasta das políticas redistributivas, parece ter mudado de santo: "O momento não é mais de prioridade ao consumo, mas de prioridade ao investimento". E, no entanto, não há no País nenhum esforço destinado a puxar pela poupança, como poderiam ser as iniciativas pelo desenvolvimento de previdência complementar.

Essa desconsideração para com o fortalecimento da poupança parece ser o resultado da postura histórica do PT, segundo a qual basta criar grande mercado interno de massas para que o resto venha por acréscimo: investimentos, produção e emprego. Agora se vê que não é assim.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Não é por aí:: Míriam Leitão

O PIB ficou estagnado no primeiro trimestre. É isso que mostraram os dados divulgados ontem pelo Banco Central. O governo vai agir e de novo pensa em medidas casuísticas e que beneficiem a indústria automobilística. A lei da oferta e da procura deveria valer para as montadoras. Se há carro demais no pátio, as empresas deveriam dar desconto, oferecer vantagens para atrair o consumidor, em vez de pedir socorro ao governo.

O Brasil não tem política industrial, tem política para a indústria automobilística. A cada engasgada da economia, os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento desenham medidas para ajudar as montadoras, e a presidente aprova. O que está sendo pensado agora é uma sucessão de erros. A Fazenda quer a redução do recolhimento compulsório ao Banco Central, para haver mais dinheiro para financiamento de automóveis; determinou que a Caixa e o Banco do Brasil facilitem os empréstimos; quer ampliar para mais de 60 meses as prestações para compra de carros. Vai conversar com os bancos para que eles ofereçam mais crédito.

O que está errado aí? Tudo! Recolhimento compulsório é para fazer política monetária. Quem deve decidir qual o volume de dinheiro que os bancos precisam manter no Banco Central é o Banco Central. É um regulador que ele sobe ou desce dependendo da necessidade de combater a inflação ou reativar a economia. Não pode ter como objetivo vender carro.

A carteira de financiamento de automóveis teve um aumento de mais de 100% na inadimplência. Saiu, no começo do ano passado, de 2,5% de atrasos com mais de 90 dias para 5,7%. Não é muito, mas o ritmo do crescimento assusta. É natural que os bancos - todos eles, inclusive os públicos - sejam mais seletivos na concessão dessa carteira até entender o que está acontecendo.

Cinco anos para comprar um automóvel é um prazo mais do que razoável. Incentivar o superendividamento das famílias por prazo longo demais apenas para esvaziar o pátio das montadoras é insensatez.

Banco do Brasil e Caixa não devem ser empurrados para aumentar a concessão de crédito. Devem fazê-lo se for o caso. A Fazenda tem que demonstrar que confia nos executivos aos quais delegou a administração dos dois bancos, ou então demiti-los. Mas o ministro da Fazenda não pode ser o executivo dos dois bancos. Só os administradores têm a visão global completa do que acontece nas instituições. A excessiva interferência já deu problemas.

No movimento de redução de juros, o governo acertou. Conversei com banqueiros privados que admitem que o spread estava alto demais. "Estávamos acomodados", disse-me um. Hoje, todos estão reduzindo as taxas. A decisão do governo quebrou a inércia e a acomodação, mas é preciso muito cuidado para evitar os excessos dos bancos públicos que os levem a desequilíbrios que já tiveram no passado. As bondades feitas pelos bancos públicos por ordem do governo no período inflacionário exigiram grandes capitalizações da Caixa e do Banco do Brasil no governo Fernando Henrique. As instituições foram saneadas com o seu, o meu, o nosso dinheiro. A Caixa passará por nova limpeza de ativos por decisões tomadas recentemente.

A briga com os bancos é boa quando travada no campo técnico. Politizada e formatada para enfeitar palanques, vira um risco. Que o governo fique apenas na trincheira técnica, onde tem ido muito bem. Os altos spreads começaram a ser enfrentados no período Armínio Fraga, no Banco Central, quando o órgão começou a dar mais transparência às taxas, apostando que isso levaria à maior competição. Não deu o resultado desejado, ainda que a informação tenha ajudado o país a tomar mais consciência do problema.

O governo Lula, com o consignado e várias mudanças regulatórias na área do crédito imobiliário e na carteira de veículos, abriu o caminho para o aumento do crédito em relação ao PIB, que foi de 25% para 49%. Isso ajudou a começar a derrubar as taxas dos juros bancários. Mesmo assim, permaneceram altas demais. O governo Dilma, ao debater o tema abertamente e - aí sim - incentivar os bancos públicos a tomarem a dianteira na redução das taxas, criou um círculo virtuoso que já provocou frutos.

É fácil saber que o spread é alto demais, basta olhar as estatísticas. Há duas formas de medir o spread no Brasil - essa diferença entre o que os bancos pagam pelo capital que entregamos a eles e o que cobram quando pedimos dinheiro a eles. A primeira marca 28% e é divulgada na Nota de Política Monetária, mensalmente, pelo Banco Central. É ela que vale, porque abrange o crédito livre, que são as transações definidas livremente pelos bancos com pessoas físicas e jurídicas. Não entram na conta, por exemplo, o crédito imobiliário, que faz parte do Sistema Financeiro Habitacional, ou o crédito concedido pelo BNDES. Esse tipo de dinheiro é direcionado, tem taxa de juros pré-definidas. No caso do BNDES, o spread é negativo porque o banco empresta a uma taxa menor do que capta. A segunda metodologia, que marca 10%, é apenas regulatória, abrange todo o sistema financeiro, incluindo o crédito direcionado. É divulgada pelo BC de seis em seis meses no Relatório de Estabilidade Financeira, com o objetivo principal de medir a qualidade do sistema financeiro.

O país está crescendo pouco e o crédito é uma das ferramentas para reativar a economia. Mas ela tem que ser usada com precisão. Do contrário, cria problemas no futuro.

FONTE: O GLOBO

Apocalipse logo:: Paul Krugman

A resposta europeia para a crise econômica foram medidas de austeridade, cortes ferozes de gastos

Subitamente se tornou fácil perceber como o euro -aquela grande e equivocada experiência de construção de uma união monetária desacompanhada de união política- pode se desmantelar.

Não estamos falando de uma perspectiva distante, aliás.

Isso não precisa acontecer. O euro (ou a maior parte dele) ainda pode ser salvo. Mas a tarefa requereria que os líderes europeus, especialmente os da Alemanha e do BCE (Banco Central Europeu), começassem a agir de modo muito diferente do que vêm fazendo nos últimos anos. Precisam deixar de dar lições de moral e enfrentar a realidade; precisam deixar de contemporizar e, pelo menos uma vez, agir antes da crise.

Eu bem que gostaria de me declarar otimista.

A história, até aqui: Quando o euro foi criado, surgiu uma grande onda de otimismo na Europa. A Espanha e outros países passaram a ser vistos como investimentos seguros e começaram a receber grandes influxos de capital; essa entrada de dinheiro alimentou imensas bolhas no setor de habitação e imensos deficit comerciais. E então veio a crise financeira de 2008 e o capital desapareceu, causando severas contrações em diversos países que vinham em expansão até ali.

A resposta europeia foram medidas de austeridade; cortes ferozes de gastos em um esforço para reassegurar os mercados de títulos. Mas, como qualquer economista sensato poderia ter dito (e o fizemos, o fizemos), esses cortes aprofundaram a depressão nas economias europeias em crise, o que tanto solapou a confiança dos investidores quanto resultou em crescente instabilidade política.

E agora finalmente surge o momento da verdade.

A Grécia é o ponto focal, por enquanto. Os eleitores, compreensivelmente irritados com políticas que resultaram em desemprego de 22%, voltaram-se contra os partidos que as propuseram. E porque toda a elite política grega foi, na prática, forçada a endossar uma ortodoxia econômica fadada ao fracasso, a repulsa dos eleitores resultou em um ganho de poder para os extremistas.

Mesmo que as pesquisas estejam erradas e a coalizão governista de algum modo conquiste maioria na próxima votação, a partida está basicamente perdida. A Grécia não quer e não pode manter as políticas que a Alemanha e o BCE exigem.

O que acontece agora? No momento, a Grécia está passando por uma chamada "corridinha aos bancos". O BCE está, na prática, financiando essa corrida aos bancos, ao emprestar os euros de que a Grécia precisa para honrar os saques; se e (provavelmente) quando o Banco Central decidir que não pode mais fazê-lo, a Grécia se verá forçada a abandonar o euro e voltar a emitir uma moeda própria.

A demonstração de que o euro é de fato reversível resultaria, por sua vez, em corridas aos bancos espanhóis e italianos. O BCE teria de uma vez mais decidir se vai oferecer financiamento irrestrito; caso não o faça, o euro pode simplesmente estourar por completo.

Todos nós, portanto, temos grande interesse no sucesso europeu -mas cabe aos europeus conquistar esse sucesso.

Tradução de Paulo Migliacci

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

A Europa com democracia e mercado :: Lourdes Sola

As convulsões que afetam a zona do euro geram um consenso surpreendente entre analistas de orientações diversas: o problema e as soluções estão na esfera da política. A ser verdade, trata-se de uma verdade estéril, a menos que se especifique: onde a política, no caso da Europa?

Em situação de crise, o papel e o escopo da política dependem muito do diagnóstico que se faça sobre as questões econômicas envolvidas. Depende do que está em jogo também no plano econômico. É aí que se evidencia o ideário do analista, econômico ou político. Com base nisso, explico por que descarto alguns diagnósticos e explicito o argumento central desse artigo. Que é o seguinte: a questão política consiste em reequilibrar o que chamo de Europa do AAA - triplo A, que é nota máxima para os analistas de mercado - e a Europa do DDD, da depressão, da deflação e, possivelmente, do desespero. Reequilibrar não nos termos da velha ideia (conservadora) entre poderes dominantes e seus respectivos satélites, mas nos termos de Martin Wolf (Valor, 3/5) - subjacente à sua sóbria análise econômica está uma questão politicamente crucial: até que ponto a Europa hoje constitui uma União?

Se a questão central fosse apenas a de complementar a unidade monetária com uma união fiscal disciplinadora, a questão política teria sido encaminhada desde janeiro, quando o pacto fiscal coordenado por Merkel e Sarkozy foi endossado por toda a União Europeia, com exceção do Reino Unido. Da perspectiva dos países signatários, representou, sim, uma delegação de autonomia e de autoridade políticas - agora na esfera fiscal - e um aprofundamento do processo iniciado em Maastricht. Tampouco faltou "liderança política". Afinal, prevaleceu a agenda dos seus artífices com as regras comuns de disciplina fiscal esperada pelos mercados.

Os fatos, porém, são subversivos e eu estendo essa afirmação de Garton Ash às ideias econômicas. Vários deles atestam o simplismo da perspectiva descrita acima. As convulsões sucederam-se, a trégua dos mercados revelou-se temporária e, nesse quadro de incerteza, sobraram apenas uma certeza e uma revisão das ideias econômicas dominantes nos mercados. A certeza é que o ciclo eleitoral nos países envolvidos - democracias estabelecidas que são - culmina com a derrota dos mandatários e/ou das coalizões dominantes. Com boa dose de ironia, a Europa do AAA não escapa a essa lógica. As duas derrotas eleitorais de Merkel no coração da Alemanha industrializada, por forças de centro-esquerda, foram precedidas pela queda de um governo de centro na Holanda, imposta pelo líder de extrema direita. Quanto à revisão das ideias econômicas, é pautada pela lógica racional dos próprios mercados. Estão sendo confrontados com um outro fato subversivo, com o qual nós, os latino-americanos, estamos familiarizados: em economias enfraquecidas, austeridade sem crescimento redunda em depressão, deflação - e incapacidade de honrar as dívidas. Nesse quadro, a questão passa a ser como compatibilizar os dois objetivos, ou seja, a reestruturação das economias deficitárias com a recriação de um horizonte de crescimento. A construção desse trade-off é questão política, mas depende de um diagnóstico econômico crível.

É ingênuo pensar que os mercados se limitem aos critérios de credibilidade econômica, ou seja, às condições de solvência de um país. A credibilidade política entra em seus radares graças a analistas políticos contratados e aos formadores de opinião. Os julgamentos de mercado incorporam, sim, os julgamentos do eleitorado e a capacidade das elites governamentais de convertê-los numa agenda econômica acordada e plausível. É o que a experiência extrema da Grécia está a dizer.

O diagnóstico de Martin Wolf aponta para a solução econômica e sociopolítica menos onerosa para o conjunto de países envolvidos. Parte de dois argumentos. O primeiro é a urgência das reformas estruturais nos países deficitários e a constatação de que políticas de crescimento tardam a produzir efeitos positivos. O segundo é uma crítica ao diagnóstico econômico das lideranças alemãs para explicar sua condição de país superavitário. Atribuem-na às reformas disciplinadoras dos anos 1990 implantadas pelo social-democrata Gerhard Schroeder - e buscam estender esse modelo aos países altamente deficitários. Para Wolf, isso é nonsense. É a condição de grande exportador que explica a de país superavitário, o que, por sua vez, depende da interação (simbiótica) com seus compradores, os mercados dos países deficitários. Graças, em suma, a uma base industrial excepcional e à incontinência dos setores privado e público dos países gastadores da região, financiados por crédito hiperabundante. Pois até o crash a inflação foi maior na eurozona como um todo do que na Alemanha, por causa das taxas mais elevadas na Espanha e na Itália. O ajustamento em curso é equivocado, por assimétrico, aprofundando os desequilíbrios: os países em dificuldades veem-se obrigados a deflacionar, sem que os superavitários concordem em fazer seus ajustamentos. O reequilíbrio depende também da revisão das políticas públicas na Alemanha: a adoção de políticas moderadamente expansionistas - de crédito e salarial - voltadas para a expansão de seu mercado interno. E maior tolerância para com uma módica, controlável, inflação.

A frase "isto não é uma união monetária, mas um império" só não choca mais porque há dois outros fatos mais alarmantes, por subversivos: os níveis de desemprego entre os jovens europeus e o sentimento antigermânico que grassa na Europa.

Os pronunciamentos do eleitorado alemão nas últimas eleições regionais acenam com um corretivo.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO