sexta-feira, 22 de julho de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

Os brasileiros precisam continuar mobilizados para transmitir o seu recado de forma inequívoca: o Senado tem de aprovar o afastamento definitivo de Dilma para que o país não sofra com retrocessos e possa virar essa página e começar a escrever um novo capítulo de sua história. No dia 31 de julho, a sociedade tem mais uma chance de ocupar as ruas e demonstrar seu apoio ao impeachment e às investigações da Lava Jato, além de defender as instituições republicanas. Aos poucos, estamos recuperando a confiança e a autoestima em um novo Brasil. O próximo passo é retomar o crescimento e dar um salto de qualidade rumo ao futuro.
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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS. ‘Sinais de confiança’ , Diário do Poder, 21/7/2016

Santana confessa caixa 2 de Dilma

Ao juiz Sérgio Moro, o marqueteiro João Santana admitiu ter recebido no exterior US$ 4,5 milhões desviados da Petrobras para saldar uma dívida da campanha de Dilma Rousseff em 2010. Santana disse ter omitido o caixa 2 ao ser preso pela PF para não “destruir a presidente”, que enfrentava o início do impeachment.

‘Para não destruir Dilma’

• Santana confessa ter recebido caixa 2 da campanha da petista em 2010 e diz que mentiu para protegê-la

Cleide Carvalho, Renato Onofre e Sérgio Roxo - O Globo

-SÃO PAULO- Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, admitiram ontem que receberam no caixa dois pagamentos da campanha de 2010 da presidente afastada, Dilma Rousseff, e que mentiram no primeiro depoimento à Polícia Federal, em março, para proteger a petista.

O casal afirmou que os depósitos no valor de US$ 4,5 milhões feitos pelo lobista Zwi Skornicki na conta deles na Suíça de fato serviram para quitar dívidas da campanha de 2010, que somavam R$ 10 milhões. Em março, quando foram presos, os dois haviam dito que o dinheiro era relativo a campanhas eleitorais que fizeram no exterior.

— Eu achava que isso poderia prejudicar profundamente a presidente Dilma — afirmou Santana. — Eu que ajudei, de certa maneira, a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente. Nessa época, já se iniciava um processo de impeachment, mas ainda não havia nada aberto. Sabia que isso poderia gerar um grave problema.

Assim que foi preso, o casal prestou depoimento à PF por ter recebido valores da Odebrecht e do empresário Zwi Skornicki em conta não declarada no exterior. Para os investigadores, eram pagamentos da campanha eleitoral feita para o PT. Na época, os dois negaram.

“(Zwi Skornicki) foi indicado por uma mulher responsável pela área financeira da campanha presidencial de Angola”, disse Mônica na época, acrescentando que o valor da campanha angolana chegou a US$ 50 milhões.

Moro perguntou ontem a Mônica por que ela não falou a verdade. A mulher de Santana também mencionou a preocupação em proteger Dilma:

— O país estava vivendo uma situação muito grave institucionalmente, todos sabem o que estava acontecendo em torno da presidente Dilma. Para ser sincera, eu não quis incriminá-la, eu achava que ia piorar a situação do pais. Queria apenas poupar de piorar a situação.

Mônica disse a Moro que o PT ficou devendo ao casal RS$ 10 milhões referentes à campanha de 2010, que elegeu Dilma pela primeira vez. Contou que passou dois anos tentando receber o valor e cobrando o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, até ser orientada, em 2013, a procurar um empresário que iria colaborar com o partido e quitar o valor. O empresário era Zwi.

— Ele (Vaccari) me deu o contato e fui ao escritório dele (Zwi), que já sabia. Vaccari já tinha conversado com ele, acertei apenas a forma de pagamento — disse Mônica.

Santana disse a Moro que, se a dívida da campanha de 2010 não fosse paga, não aceitaria fazer a campanha de reeleição de Dilma em 2014.

— Isso é típico do nosso trabalho (o atraso). Na nossa área de marketing político, sofremos muito com os grandes atrasos. E o partido, para encontrar uma forma (de quitar) — afirmou.

O casal, contudo, negou ter conhecimento da origem do dinheiro depositado pelo lobista no exterior. Os dois disseram que não tinham ideia de que o dinheiro poderia vir de propinas em contratos da Petrobras. De acordo com a força tarefa da Lava-Jato, os recursos foram desviados do contrato fechado pelo estaleiro Keppel Fels para a construção da plataforma P-52, o que foi admitido pelo próprio Skornicki em delação.

Conversa “curta e grossa”
Zwi Skornicki, que também prestou depoimento a Moro ontem, confirmou que Mônica esteve em seu escritório indicada por Vaccari. Segundo ele, a conversa foi “curta e grossa” e com o objetivo de acertar como seria feito o pagamento:

— Ela me disse: ‘Eu vim aqui a mando do senhor Vaccari e gostaria de acertar com o senhor o pagamento’ — contou o empresário.

Zwi afirmou ter dito a Mônica que não poderia fazer o pagamento de uma só vez e, por isso, repassaria o valor em parcelas. O dinheiro, ainda no relato do empresário, saía de uma conta que ele mantinha com Vaccari para repassar propina de contratos fechados pela Keppel Fels com a Petrobras e com a Sete Brasil, responsável por plataformas para exploração do pré-sal. Ficou acertado, então, que seriam pagas dez parcelas de US$ 500 mil, das quais só nove foram quitadas.

— O processo da Lava-Jato já estava muito avançado e eu deixei de pagar a última parcela — contou o empresário.

Na conversa com Mônica, de acordo com o empresário, não foi discutida a origem do dinheiro nem o motivo do pagamento.

Além do caixa 2, o empresário confirmou que o dinheiro da propina do contrato da P-56 foi depositado para o PT também na forma de doações legais ao partido. As doações foram feitas pela empresa Technip, uma das integrantes do consórcio, junto com a Keppel. Também foram feitos, segundo ele, pagamentos no exterior ao empresário Cláudio Mente, investigado por sua ligação com Vaccari.

Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, em novembro passado, Claudio Mente admitiu ter depositado R$ 400 mil em uma conta da mulher de Vaccari, mas disse a quantia era um empréstimo devido à amizade que mantinha com o ex-tesoureiro do PT. Zwi disse que parte da propina foi paga a uma empresa chamada Zama e a dois políticos, cujos nomes não foram revelados.

Na edição de ontem, o GLOBO revelou que João Santana e Mônica Moura assinaram termo de confidencialidade com a Procuradoria-Geral da República (PGR), primeiro passo do processo formal de colaboração premiada. O casal está preso desde junho passado.

Fila do caixa 2 ‘poderia ser fotografada de satélite’

• Santana reclama que milhões de profissionais fazem caixa dois, mas que só ele e a mulher foram presos

- O Globo

-SÃO PAULO - No fim do depoimento ao juiz Sérgio Moro, o publicitário João Santana fez uma espécie de desabafo. Disse que 98% das campanhas políticas no Brasil utilizam caixa dois e que, mesmo assim, ele e a mulher, Mônica, são os únicos presos por esse motivo. Ao sustentar a alegação de que são milhões os profissionais “de todas as camadas sociais e dezenas de profissões que recebem por fora”, Santana afirmou:

— Se tivesse o mesmo rigor que está tendo comigo em relação a essas pessoas, teria uma fila saindo atrás de mim que iria bater em Brasília, chegaria a Manaus. Poderia ser fotografada de satélite — disse o marqueteiro.

Moro ouviu o marqueteiro e perguntou, em seguida, se ele não achava que receber pagamentos “por fora” significava uma trapaça em campanha política. O publicitário afirmou que é um “constrangimento profundo”, “um risco”, “um ato ilegal”, mas rebateu:

Renan diz a presidente que impeachment deve passar

• Senador se reúne com Temer e demonstra que deseja superar desavenças

Júnia Gama - O Globo

-BRASÍLIA- Em uma demonstração de que pretende deixar as desavenças com o presidente interino, Michel Temer, para trás, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem dado sinais de estar envolvido nas negociações do impeachment de Dilma Rousseff, que deve ser julgado no final de agosto. O jantar na última terça-feira à noite com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Renan deixou Temer ainda mais otimista em relação à aprovação do processo de afastamento de Dilma.

Segundo relatos, Renan teria se mostrado “engajado” na aprovação do impeachment e chegou a fazer uma conta de votos favoráveis à aprovação do processo. Até recentemente, Renan tratava o assunto com distanciamento.

Aliados de Renan dizem que ele relatou a Temer que três votos de indecisos estariam migrando a favor do impeachment: dos senadores Romário (PSB-RJ), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Otto Alencar (PSD-BA). Nas contas de Renan, seriam cerca de 60 votos a favor do impeachment, cálculo semelhante ao de auxiliares de Temer.

Procuradoria no DF reitera denúncia contra Lula

A Procuradoria no Distrito Federal reafirmou denúncia contra o ex-presidente Lula por tentativa de obstruir a Justiça, já oferecida ao STF quando o caso tramitava no tribunal. 

• Delcídio, Esteves, Bumlai e seu filho também são acusados de obstruir apuração da Lava-Jato

- O Globo

-BRASÍLIA- A Procuradoria da República no Distrito Federal reiterou denúncia contra o ex-presidente Lula; o ex-senador Delcídio Amaral; o banqueiro André Esteves; o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho Maurício Bumlai; e mais duas pessoas por tentativa de obstrução às investigações da Lava-Jato. Eles são acusados de crimes de organização criminosa, exploração de prestígio e patrocínio infiel.

A primeira denúncia foi feita em dezembro pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quando o caso ainda tramitava no Supremo. Um aditamento foi feito posteriormente para incluir Lula. Com a cassação do mandato de Delcídio, em maio, ele perdeu o foro privilegiado, e a investigação foi para a Justiça Federal de Brasília.

Marqueteiros do PT confessam que receberam US$ 4,5 mi de caixa 2 da campanha de Dilma em 2010

• João Santana e Mônica Moura, presos na Operação Acarajé da Lava Jato, dizem a Sérgio Moro que contabilidade paralela é corriqueira nos partidos políticos e admitem que mentiram à Polícia Federal, em fevereiro, quando disseram que o dinheiro era relativo a campanha política no exterior

Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo

A empresária Mônica Regina Cunha Moura, mulher e sócia do publicitário João Santana – marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma, entre 2006 e 2014 -, disse ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que está disposta a colaborar com a Justiça, mas só o fará com ‘acordo assinado’.

Monica e João foram interrogados nesta tarde na ação penal em que são acusados de recebimento de propinas do esquema montado na Petrobrás, e confessaram que, ao serem presos em fevereiro pela Polícia Federal, mentiram no inquérito. A Moro, o casal esclareceu que US$ 4,5 milhões recebidos por meio do doleiro e operador de propinas Zwi Scornicki era dinheiro da campanha eleitoral de Dilma Roussef, em 2010.

Procuradoria denuncia Lula por agir contra a Lava Jato

Procuradoria denuncia Lula, Delcídio e mais 5 por obstrução à Justiça

• Ex-presidente e ex-senador são acusados de tramarem contra a Operação Lava Jato para silenciar o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró

Julia Affonso, Fausto Macedo e Mateus Coutinho – Estado de S. Paulo

O Ministério Público Federal denunciou nesta quinta-feira (21), à Justiça de Brasília o ex-presidente Lula, seu amigo José Carlos Bumlai, o ex-senador Delcídio Amaral, o banqueiro André Santos Esteves, o ex-assessor de Delcídio, Diogo Ferreira Rodriguez, o advogado Edson Siqueira Ribeiro Filho, e o filho de Bumlai, Maurício Barros Bumlai. Todos são acusados de ‘agirem irregularmente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato’.

O caso já havia sido denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em dezembro do ano passado. No entanto, em decorrência da perda de foro privilegiado do ex-senador envolvido, Delcídio do Amaral, e também pelo fato de o crime ter ocorrido em Brasília, a denúncia foi enviada à Justiça Federal do Distrito Federal. Com essa redistribuição, o Ministério Público Federal do Distrito Federal foi acionado para se manifestar sobre a ação penal e concluiu pela confirmação integral da denúncia prévia do PGR.

Além de confirmar os elementos apresentados, o procurador da República Ivan Cláudio Marx faz acréscimos à peça inicial, com o objetivo de ampliar a descrição dos fatos e as provas que envolvem os acusados. Os crimes apontados estão previstos nos artigos 2º, § 1º, da Lei nº 12.850/2013, art. 357 do CP e art. 355 do Código Penal.

Mônica Moura diz que não admitiu caixa 2 para não agravar impeachment

Márcio Falcão, Felipe Bächtold, Reynaldo Turollo Jr. e Flávio Ferreira – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, SÃO PAULOP- Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Mônica Moura afirmou nesta quinta-feira (21) que não admitiu antes que os serviços prestados pelo marqueteiro João Santana foram pagos com dinheiro de caixa dois na campanha de 2010 para não "incriminar" a presidente afastada, Dilma Rousseff, durante o processo de impeachment.

A afirmação foi feita logo após Mônica, mulher de Santana, reconhecer que o pagamento de US$ 4,5 milhões feito pelo engenheiro Zwi Skornicki durante a campanha de 2010 foi de caixa dois.

Ela afirmou que o pagamento foi referente a uma dívida de quase R$ 10 milhões do PT, que foi protelada. Questionada pelo juiz por qual motivo ela não reconheceu a irregularidade no pagamento, Mônica respondeu que quis preservar Dilma.

Governo anuncia mais reajustes a servidores

• Planejamento diz que impacto em 2016 será de R$ 726 milhões e ainda calcula gastos para próximos anos

Cristiane Jungblut - O Globo

-BRASÍLIA- Depois de sancionar os reajustes dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, o governo do presidente interino, Michel Temer, anunciou nesta quinta-feira que enviará ao Congresso os projetos de lei prevendo aumentos para mais nove categorias.

Os acordos com os servidores foram fechados entre os meses de fevereiro e maio, segundo o Ministério do Planejamento, mas nunca haviam sido formalizados. Os reajustes serão escalonados em quatro parcelas para algumas categorias e em três parcelas para outras. Ainda neste ano, já serão beneficiados três grupos: auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal; auditores fiscais do Ministério do Trabalho; e médicos peritos do INSS.

Temer prepara pacote de bondades para o Congresso

Gustavo Uribe, Valdo Cruz – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Para o retorno do recesso parlamentar, o governo interino de Michel Temer prepara uma espécie de "pacote de bondades" para o Congresso Nacional com o objetivo de aprovar propostas econômicas de interesse da administração federal e sacramentar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

A intenção do Planalto é evitar que queixas e reclamações da base aliada por cargos e recursos, feitas no início do governo Temer, gerem impactos na pauta legislativa para o segundo semestre, considerada essencial na tentativa do presidente interino de ganhar legitimidade para continuar no cargo.

Em um esforço para diminuir insatisfações, o presidente interino determinou à equipe econômica que acelere no início de agosto a liberação do saldo de emendas parlamentares para obras de infraestrutura que já foram contratadas.

Sob pressão, Temer vai recriar MDA

Por Thiago Resende e Cristiano Zaia – Valor Econômico

BRASÍLIA - O governo estuda mais um recuo na estrutura ministerial caso o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff seja confirmado pelo Senado em agosto. O Palácio do Planalto prevê recriar o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), atualmente alocado na Secretaria Especial de Agricultura Familiar, vinculada à Casa Civil.

Esse movimento atenderá a pressões do Solidariedade, partido da base do presidente interino Michel Temer, e de entidades ligadas ao setor, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Ação Nacional Unificada, que, na semana passada, invadiu o Incra em protesto pela extinção da pasta.

Só uma cidade média une PT e PMDB

• Nos municípios com mais de 150 mil habitantes, partidos mantêm divórcio nas eleições municipais e até agora só firmaram aliança em Marabá (PA)

Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho - O Estado de S. Paulo

O processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Congresso Nacional separou o PT e o PMDB também nas eleições municipais. Segundo levantamentos internos das legendas, os dois partidos não dividirão a mesma chapa, com candidato a prefeito ou a vice, em nenhuma capital na campanha deste ano.

Nas eleições de 2012, quando eram aliados no plano nacional, peemedebistas e petistas estiveram juntos em oito capitais. Até agora, as legendas de Dilma e Temer formaram alianças para dividir a chapa em apenas uma cidade com mais de 150 mil habitantes: Marabá, no Pará.

Neste sábado, 23, a convenção do PT em Aparecida de Goiânia, em Goiás, pode determinar um segundo acordo, mas a aproximação enfrenta resistências na cidade. O prazo para que os partidos realizem suas convenções termina no dia 5 de agosto.

Romário desiste de se candidatar

Sem recursos de campanha, o senador Romário (PSB) desistiu de se candidatar a prefeito do Rio. O apoio dele é disputado por quatro pré-candidatos, com ligeiro favoritismo para Marcelo Crivella (PRB).

Romário desiste e pode apoiar Crivella para prefeito

• Decisão teria sido por falta de verba e após pesquisa desfavorável

Bruno Góes e Marco Grillo - O Globo

Um mês após anunciar a pré-candidatura à prefeitura do Rio, o senador Romário (PSB) desistiu da disputa. A decisão foi comunicada na tarde de ontem, durante uma reunião com integrantes da Executiva Nacional do partido, em um hotel no Flamengo, Zona Sul da cidade. O PSB agora negocia para fechar uma aliança para a eleição na capital. O senador Marcelo Crivella, pré-candidato do PRB, vem conversando há meses com os dirigentes da sigla eé o favorito.

Os deputados federais Indio da Costa (PSD-RJ), Alessandro Molon (Rede-RJ) e o deputado estadual Carlos Osorio (PSDB), também pré-candidatos, são outras opções.

Romário também deixará a presidência dos diretórios estadual e municipal do partido. O comando do PSB no estado ficará com o deputado federal Hugo Leal, que vai conduzir as negociações para a formação de uma aliança. O nome que vai presidir a instância municipal ainda não foi definido.

Vice de Pedro Paulo continua em aberto

• Sem conseguir uma mulher para a chapa, PMDB aposta no ex-jogador Bebeto

Fernanda Krakovics - O Globo

O candidato do PMDB à prefeitura do Rio, deputado federal Pedro Paulo, enfrenta dificuldade para encontrar um vice para sua chapa. A vaga está reservada para o PDT.

O plano inicial de Pedro Paulo era ter uma mulher como vice, com o objetivo de tentar atenuar o desgaste da acusação de que agrediu sua ex-mulher, Alexandra Marcondes.

A preferência do peemedebista era Martha Rocha, seguida de Cidinha Campos, ambas deputadas estaduais pelo PDT. Elas não aceitaram. Segundo pessoas próximas, Martha Rocha considerou um “suicídio político” compor a chapa.

Diante desse cenário, o PMDB propôs o nome do deputado estadual Bebeto (PDT), ex-jogador de futebol. Há resistência no PDT, porque Bebeto chegou a trocar o partido pelo Solidariedade, onde ficou pouco mais de dois anos.

O PDT defende o nome da professora Maria Amelia Reis, ex-auxiliar de Darcy Ribeiro no programa dos Cieps. Nesse caso, o problema é que ela nunca disputou uma eleição e nem é considerada pelo PMDB um nome expressivo.

O assunto foi discutido ontem em almoço do presidente do PDT, Carlos Lupi, com o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani. O martelo tem que ser batido até a próxima segunda-feira, quando acontece a convenção do PDT.

Tucano atrai mais apoio em Belo Horizonte

Marcos de Moura e Souza - Valor Econômico

BELO HORIZONTE - A disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte terá este ano um time de candidatos estreantes. Nenhum ainda fechou apoios que garantam bons espaços no rádio e na TV. As alianças das eleições passadas se desfizeram e o PT, PSDB, PSB, PMDB e algumas legendas menores tentam emplacar nomes próprios. Quem está mais avançado nas costuras é João Leite (PSDB), pré-candidato lançado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). PP e DEM são dados como certos. Os três farão suas convenções no dia 28, na Assembleia Legislativa.

Com o PPS, os entendimentos então "muito adiantados", disse o deputado federal e presidente do PSDB de Minas Gerais, Domingos Sávio. Há ainda, segundo ele, conversas avançadas com o PTB e o PRB e um diálogo em curso com o Solidariedade. "Se conseguirmos todos eles, a possibilidade é termos um dos melhores tempos de TV", disse Sávio.

Sem negligência - Merval Pereira

- O Globo

Mesmo que sejam aparentemente amadores, os presos ontem acusados de ações preparatórias de possíveis atos terroristas durante a Olimpíada não poderiam ser deixados livres, sob pena de as autoridades encarregadas da Segurança serem acusadas de negligência mais adiante, caso algum atentado real fosse praticado.

Temos inúmeros exemplos no mundo de pessoas que estavam sendo monitoradas e, consideradas não prioritárias, vieram a praticar atos terroristas devastadores nos EUA ou na Europa. A negligência em Nice fez com que a Promenade des Anglais não tivesse barreiras severas para carros, o que permitiu que o terrorista jogasse o caminhão sobre a multidão.

As agências de Segurança internacionais alegam, com razão, que não podem vigiar todos os suspeitos ao mesmo tempo e para sempre, e se dedicam só aos que aparentam maior periculosidade. No Brasil ainda não temos, até onde sabemos, uma proliferação de seguidores do Estado Islâmico, e por isso ainda dá para monitorar os grupos amadores, ou porra-loucas como os definiu o ministro da Defesa, Raul Jungman, certamente lembrando-se de seus tempos de política estudantil.

Marqueteiro mais badalado confessa ter recebido caixa dois – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

O depoimento de João Santana fixa um novo marco na Lava Jato. O marqueteiro mais badalado do país admitiu ter recebido US$ 4,5 milhões em caixa dois na corrida presidencial de 2010. Ele comandou a primeira campanha vitoriosa de Dilma Rousseff e Michel Temer.

A confissão fornece novos elementos para entender como a aliança PT-PMDB se lambuzou no petrolão. Além disso, ajuda a derrubar um segredo de polichinelo da política brasileira. Santana contou, em primeira pessoa, como funcionam os pagamentos "por fora" nas eleições.

"Acho que se precisa rasgar o véu de hipocrisia que cobre as relações político-eleitorais no Brasil", afirmou o publicitário. Ele descreveu o caixa dois como "prática generalizada nas campanhas" e disse que empresários e empreiteiros sempre buscaram "caminhos extralegais" para financiar os partidos políticos.

"Os preços são altos, eles não querem estabelecer relação explícita entre os doadores de campanha, e se recorre a esse tipo de prática", afirmou.

Em busca do melhor Estado - Fernando Abrucio

- Valor Econômico

A crise política e econômica atual tem no modelo de Estado uma de suas principais peças. Isso não quer dizer que os objetivos colocados desde a Constituição de 1988 estejam em questão. O combate à desigualdade, a busca do desenvolvimento num sentido mais amplo - econômico, social, ambiental, cultural - e a democracia como valor inegociável continuam sendo os pilares do país, aprovados pela maioria dos brasileiros. O que está em jogo é como fazer essas metas se tornarem realidade. E, para isso, não se trata de ter mais ou menos atuação governamental. O segredo está na melhoria e modernização do Estado, algo vinculado fortemente à qualidade da gestão pública.

Tal diagnóstico não parte do suposto de que a gestão pública brasileira não melhorou nas últimas décadas. Ao contrário, houve vários avanços, incluindo, em primeiro lugar, a capacidade de expandir fortemente serviços que nunca tinham chegado à maior parcela da população. Com todos os problemas do SUS e da educação, é inegável que o grau de universalização alcançado nesses setores foi uma revolução em comparação ao passado escravocrata e excludente do país.

Não precisamos de Salvadores - Bolívar Lamounier

- Revista Exame – Especial, maio de 2016

Os 13 anos e meio dos governos Lula e Dilma equivaleram a um doutorado na arte de destruir um país. Comprovaram, além de qualquer dúvida, que o Brasil não precisa de populistas — esse gênero de político que de tempos em tempos se apresenta como salvador da pátria. Precisamos, isso, sim, de líderes.

De líderes sérios, bem entendido: alfabetizados em economia e comprometidos com a busca de soluções realistas para os problemas do país. Líderes que respeitem as instituições e contribuam para seu fortalecimento. Mas não basta querer. Primeiro, precisamos compreender como a sociedade brasileira se deixou arrastar para tamanho desastre.

Como pôde permanecer passiva ante os desatinos perpetrados pelos dois governos petistas? Uma resposta consistente a essa indagação requer uma análise cuidadosa do que se passou desde a fase final do regime militar. Mas um recuo a alguns fatores históricos distantes pode ser útil. Nós, brasileiros, tendemos a pensar que todos os nossos males políticos se devem à colonização portuguesa e à cultura ibérica.

As razões dos otimistas - Fernando Dantas

• Normal no Brasil é o Executivo influenciar o posicionamento da sua base no Congresso

- O Estado de S. Paulo

Na economia, as coisas estão indo bem até agora para o presidente em exercício Michel Temer. Não se trata, claro, de uma recuperação fulgurante, mas há tímidos sinais de que a queda livre da atividade econômica pode terminar ainda este ano, dando início a uma lenta retomada em 2017.

Na área externa, já houve um grande ajuste, com expectativa de superávit comercial este ano em torno de US$ 50 bilhões, e déficit em conta corrente próximo de zero. Em termos de inflação, o resgate da credibilidade do Banco Central com seu novo presidente, Ilan Goldfajn, e a valorização do câmbio já trouxeram as expectativas do IPCA de 2017 e 2018 de, respectivamente, 5,5% e 5,0%, em meados de junho, para 5,3% e 4,6%, na última coleta de projeções do mercado pelo BC.

Encarar a tarefa - Míriam Leitão

- O Globo

A previdência dos funcionários do Rio teve um déficit de R$ 12 bilhões; a de São Paulo, R$ 18 bi; a do Rio Grande do Sul, R$ 8 bi; e a do Espírito Santo, R$ 1,4 bi. Esses números mostram, segundo o governador Paulo Hartung, que é fundamental fazer a reforma dos sistemas estaduais de previdência. Hartung, que foi contra o acordo da dívida com a União, acha que agora é hora das contrapartidas.

Ele diz que o acordo da dívida só beneficiou os grandes estados, que eram mais endividados, o que ele acha uma injustiça e uma “pedagogia nada bacana”:

A 'justiça' segundo o PT – Editorial / O Estado de S. Paulo

A título de demonstrar a injustiça de que a presidente afastada Dilma Rousseff se considera vítima com o processo de impeachment ora em curso, movimentos sociais petistas mobilizaram diversos intelectuais e profissionais do direito para promover um “tribunal internacional” e denunciar o que eles entendem como violação da Constituição e de diversos tratados.

Em seu formato, o tal “tribunal” emulou os famosos “julgamentos” realizados por intelectuais europeus de esquerda nos anos 60 e 70 para expor os crimes cometidos pelo imperialismo americano e seus subprodutos, como as ditaduras latino-americanas. Quer-se, com isso, equiparar o impeachment de Dilma, que ocorre no mais absoluto respeito às leis pactuadas pelo conjunto da sociedade brasileira, aos massacres e violações dos direitos humanos em larga escala perpetrados naqueles tempos sombrios. A confusão, é claro, nada tem de gratuita.

Balanço de riscos mantém BC em compasso de espera – Editorial / Valor Econômico

O Banco Central inovou para melhorar sua comunicação, ao delinear com maior extensão e clareza os motivos pelos quais manteve a taxa básica de juros em 14,25%. A decisão fez os investidores jogarem mais para a frente a expectativa de redução da taxa Selic, com expectativas mais concentradas a partir de agosto (50% de chances antes, 18% agora). O comunicado do Comitê de Política Monetária condiciona um afrouxamento da política monetária, sem se comprometer com prazos, à dissipação das incertezas sobre a aprovação e execução dos ajustes nas contas públicas e, também, a uma redução das previsões de inflação do mercado para mais perto do centro da meta de inflação, de 4,5%.

A nova gestão do BC começa assim a deslindar a rotina consolidada nos últimos anos, que mais obscureceu que deixou claro os rumos que a autoridade monetária pretendia adotar no combate à inflação. Antes, a um comunicado curto e cifrado sucediam-se de imediato entrevista de membros do banco que introduziam novos elementos que causavam incerteza sobre os objetivos do BC, quando não o tornavam obsoleto logo após sua divulgação. Uma parte do problema se devia à forma da comunicação, mas o fato de o BC atuar inconfessadamente com a intenção apenas de não deixar a inflação ultrapassar o teto da meta, em vez de perseguir seu centro, certamente truncava a mensagem.

Sob nova direção – Editorial/ Folha de S. Paulo

Nos últimos anos, as decisões periódicas do Banco Central sobre a taxa de juros vieram acompanhadas de mensagens sucintas, em geral cifradas, a partir das quais analistas de mercado lançavam-se a penosas tentativas de prever os rumos da política monetária.

Sob novo comando, o BC foi previsível, nesta quarta-feira (20), ao manter a taxa Selic, referência para os juros bancários, nos elevadíssimos 14,25% ao ano vigentes já há 12 meses. Mas inovou, ao menos, na comunicação.

Em busca de recuperar a credibilidade da instituição, corroída por sucessivos descumprimentos das metas de inflação, a diretoria comandada por Ilan Goldfajn divulgou um texto de 11 parágrafos —eram dois ou três no padrão anterior– em que busca demarcar com mais clareza os diagnósticos e objetivos a nortear sua estratégia.

A positiva estreia do novo Banco Central – Editorial / O Globo

• Primeira reunião da diretoria de Goldfajn no Copom reafirma autonomia da instituição e inaugura comunicação mais clara com mercados e sociedade

A manutenção da taxa básica de juros em 14,25% já era esperada. Neste aspecto, a primeira reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) da nova diretoria do Banco Central, com Ilan Goldfajn no comando, encerrada quarta, não chamou a atenção. Mas o momento em que ela ocorreu e a forma com que o BC passou a se comunicar com o mercado e a sociedade marcam mudanças para melhor, em contraste com a administração anterior, de Alexandre Tombini e a presidente Dilma Rousseff, responsável por manter a autoridade monetária subordinada ao Planalto.

A nova diretoria do BC já adiantara que procuraria ser mais clara nos comunicados, essenciais para todo banco central. Pois é por meio deles que os BCs buscam ajustar as expectativas aos objetivos da política monetária. Quanto mais claro, mais eficiente, embora haja uma tradição de que BCs se comunicam pelas entrelinhas.

A palavra do BC – Editorial / O Estado de S. Paulo

O novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, já impôs um novo estilo à comunicação, um importante instrumento para a formação de expectativas e, no caso do Brasil, para a guerra à inflação. O sábio Chacrinha, apóstolo da comunicação (“quem não se comunica se trumbica”), aplaudiria a nota distribuída na quarta-feira passada, depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão de manter os juros básicos em 14,25% ao ano era a aposta dominante no mercado e já havia sido antecipada, em mais de uma ocasião, pelo próprio Goldfajn.

A principal novidade foi o comunicado, muito diferente do tradicional: mais extenso e muito mais informativo, embora ainda sucinto e menos minucioso que a ata habitualmente publicada na semana seguinte. A segunda mudança foi o horário: a nota foi postada no site da instituição logo depois das 18 horas. O costume era apresentar a informação bem mais tarde, às vezes depois das 20 horas, mesmo quando havia pouca ou nenhuma surpresa no resultado.

Mar calmo - Goethe (1749-1832)

Tranqüilo, o mar não canta nem ondeia.
O nauta, imerso noutro mar de mágoas,
Os olhos tristes e úmidos passeia
Pela tranqüila quietação das águas.

A onda, que dorme quieta, não espuma;
O astro, que sonha plácido, não canta,
E em todo o vasto mar, em parte alguma
A mais pequena vaga se levanta.