• Mesa do Senado desafia Supremo
Liminar de Marco Aurélio que determinou afastamento do senador será submetida hoje ao plenário do tribunal
Numa decisão sem precedentes, a Mesa Diretora do Senado, em ação orquestrada pelo presidente Renan Calheiros, desobedeceu à liminar do ministro do STF Marco Aurélio Mello e manteve o senador alagoano no comando da Casa. A direção do Senado argumentou que a liminar fere a independência dos poderes e terá impacto na votação de medidas para conter a crise. Houve fortes reações nos meios políticos e jurídicos. A presidente do STF, Cármen Lúcia, marcou para hoje o julgamento do afastamento de Renan. Em meio à crise inédita, o Planalto tenta votar ainda este ano a emenda que limita gastos públicos, mesmo se o comando do Senado passar às mãos do PT.
Desobediência inédita
• Senado ignora liminar para afastar Renan, e STF marca sessão às pressas para resolver conflito
Cristiane Jungblut - O Globo
-BRASÍLIA- O presidente do Senado, Renan Calheiros, abriu ontem uma crise institucional com o Supremo Tribunal Federal, ao decidir, com aval da Mesa Diretora que preside, descumprir a decisão tomada na véspera pelo ministro Marco Aurélio Mello afastando-o do comando do Congresso. Diante do impasse, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, marcou para hoje a análise da decisão de Marco Aurélio pelo plenário do STF. O Palácio do Planalto, por sua vez, passou o dia tentando demonstrar apoio a Renan, que, mesmo enfraquecido, é a principal liderança política do Senado. No entanto, alguns dos principais interlocutores políticos do governo já costuraram um plano para garantir que até o fim do ano seja aprovada a PEC que limita o crescimento dos gastos públicos, pauta mais importante do governo, mesmo que o Supremo afaste definitivamente o peemedebista, entregando o comando da Casa ao PT.