Revista IstoÉ
Com Jair Bolsonaro, a escória tomou o poder. Será que devemos imputar ao destino o que estamos vivendo? Não creio
Viver no Brasil sob a presidência de Jair Bolsonaro não é tarefa fácil. A cada dia somos surpreendidos por alguma ação que confronta o Estado democrático de Direito, um ataque às instituições, um comentário que quebra o decoro presidencial, uma imagem que desmoraliza a figura presidencial, uma entrevista que pretende transformar a torpeza em qualidade. São sustos e mais sustos e imaginamos que cada um deles não mais se repetirá. Ledo engano. Nos dias posteriores ficamos espantados com mais ações absolutamente distantes do que assistimos como comportamento político ao longo da história republicana.
Com Jair Bolsonaro, a escória tomou o
poder. Será que devemos imputar ao destino o que estamos vivendo? Não creio. O
destino está cansado de nos punir. O que estamos assistindo é produto de um
processo histórico. O desafio dos pesquisadores será, quando virarmos esta
triste página da história, buscar encontrar mas razões que conduziram o Brasil
a uma situação que ninguém sequer poderia supor a apenas um lustro atrás.
Entender historicamente que havia um processo se desenvolvendo à nossa frente
sem que pudéssemos compreendê-lo. A surpresa do ocorrido, portanto, foi produto
não de algum fato inesperado, mas sim pela dificuldade analítica de entender e
agir para que não vivêssemos o pesadelo bolsonarista.
Não é o caso de atribuir culpa a algum
agente histórico. O essencial é analisar cuidadosamente o desenrolar dos
acontecimentos buscando os fatores estruturais que levaram o Brasil a uma
presidência ruinosa, a pior, sem qualquer dúvida, da história da República.
Por que o Brasil perdeu o bom caminho da
democracia, tão arduamente construído especialmente desde a promulgação da
Constituição de 1988? Por que deixamos de crescer, como nos anos 1930-1980
quando fomos o País que mais cresceu no mundo ocidental? E a
desindustrialização? Isto quando em 1980 tínhamos o maior parque industrial do
hemisfério sul. Como explicar que fomos nos transformando em uma Nação com
estrutura econômica neocolonial? E as imensas regiões metropolitanas – onde
vivem a maioria dos brasileiros – que perderam o dinamismo e concentram hoje um
conjunto de graves problemas sociais, urbanísticos e econômicos?
As perguntas são fáceis de serem elaboradas.
Mas, e as respostas? Como vamos sair deste labirinto? Onde está a saída? Como
um aluno do Dr. Pangloss, espero que os candidatos à Presidência da República
apresentem as respostas.
É muito otimismo?
Primeiro, a desindustrialização é premissa ambiental desde os anos 70, segundo, para ser presidente é necessário conhecer o significado da palavra penduricalho e se preparar para a nova receita da mamadeira nacional a qual se transformou o funcionalismo público federal. Como deputado federal poderei sim auxiliar aos governos estaduais e municípios nessa imensa reforma que se aproxima, não é possível que os furtadores da previdência continuem em liberdade enquanto eu e os outros que andam direito somos aprisionados por opiniões e votos que fazem acordar aos que sofrem as consequências da usura e da usurpação generalizada em crescimento desse mundo perdido de araque.
ResponderExcluirSenhor Marco Antônio Vila, mesmo não sendo cientista político, até porque médico o sou, ouso tecer comentário sobre seu brilhante artigo.
ResponderExcluirComo velho e ex-militante do PCB/Am., tenho feito reflexão sobre o crescimento da direta, tanto no Brasil como América Latina, quiçá a Europa. A este quesito só encontro uma resposta. Os erros, os desgoverno e os desvios de condutas das esquerdas, ensejaram que os consem adorei surgissem como opção.
Consubstanciado essa tese, basta retornar aos governos do PSDB, e posteriormente o PT.
Não sabia que existia o ''extremo centro'' na política?
ResponderExcluirOs crápulas se disfarçam em qualquer coisa, de médico só tem por onde sai a metida, a própria boca.
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