Folha de S. Paulo
Se a eleição fosse hoje, Jair Bolsonaro
estaria frito
Tudo pode acontecer até outubro, mas, se a
eleição fosse hoje, Jair Bolsonaro estaria frito. Hoje, perde para ele mesmo.
Todas as pesquisas têm mostrado que o presidente patina na intenção de voto.
Tem lá aqueles 30% que estão sempre com ele, mas é isso. O que ele faz?
Motociata com Collor, em Maceió.
Em plena terça-feira, o mandrião passeava
de moto, com a desculpa de entregar 1.120 moradias para famílias pobres e
inaugurar as obras de uma igreja restaurada. Pelo menos temos em pé um lugar
para rezar uma missa pelo Brasil que desmorona.
Os marqueteiros podem tentar produzir um candidato que se finja preocupado com as urgências da população, mas precisam lidar com o que têm, um pré-candidato picado pelo canto da mamata. Bolsonaro gosta de conversa fiada, aplauso e adulação. É o que recebe da militância e parece satisfeito. Vai tropeçar na própria vaidade.
Para satisfazer sua empáfia, ele precisa
entregar cada vez mais ao eleitor extremista. Enquanto o marqueteiro arranca os
cabelos para criar uma imagem moderada e uma agenda eleitoreira, ele bate no
Supremo, nas urnas eletrônicas, grita contra o aborto, provoca Anitta —de novo—
e escolhe outro milico para vice.
Na segunda-feira (27), saudava o nióbio.
Se Bolsonaro tivesse sido apenas
civilizado, estaria reeleito. Talvez não fosse um desafio tão grande convencer
mais uns 15% de que o nosso buraco é resultado de uma crise mundial da qual ele
não tem culpa. Ao contrário, além da incompetência generalizada e da corrupção
arregaçada, Bolsonaro trata a eleição como um domingo no parque.
Ele sabe que vai perder, mas não consegue vestir a fantasia de democrata e fingir que pode governar para todos além dos que já estão no seu curral. A exemplo do que fez Trump, como mostram as investigações sobre a invasão do Capitólio, arma sua milícia e espera a derrota para gritar, "sou o presidente, porra".
Depois da derrota ele vai sair cantando,daqui não saio,daqui ninguém me tira.
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