O Globo
Foram
mentiras sequenciais, e o TSE rebateu 20 delas. No meio, o presidente Bolsonaro
disse frases de uma gravidade extrema. "Não podemos realizar eleições sob
o manto da desconfiança". Quem tenta impedir a eleição comete crime de
responsabilidade. Ele cometeu vários crimes ontem na fala aos embaixadores.
Bolsonaro usou mais uma vez o espantalho das Forças Armadas. Ele fez carreira curta no Exército e saiu de lá praticamente expulso, mas falou várias vezes ontem o "nós" quando se referia aos militares. Nós não permitiremos. Nós não seremos moldura para fotos, nós não aceitaremos tudo passivamente. Frases desse tipo, como se as Forças Armadas da ativa, e não apenas generais de pijama e um ministro da Defesa golpista, estivessem perfilados ao seu lado. Várias vezes ele disse que "nós" fomos convidados pelo TSE. Sim, as Forças Armadas foram convidadas pela Comissão de Transparência, como muitas outras instituições. Em nenhum momento lhes foi dado o papel de fiscais e de controladores das eleições.
O que houve nesta segunda-feira é inédito, inaceitável e de uma gravidade extrema. A mentirada dele é tão grande que o TSE teve que fazer uma lista, citando vinte delas e as respostas já dadas por checadores de fatos. É mentira que os hackers entraram no sistema, apagaram nomes de candidatos, e mudaram resultados. Houve uma tentativa de hacker que não entrou nas urnas porque as urnas não estão em rede, nunca ficam em rede. É mentira que uma empresa terceirizada faça a totalização dos votos. Quem faz é o TSE. É mentira que a Polícia Federal tenha concluído que o sistema é fraude. O inquérito que ele divulgou ontem não terminou, portanto não concluiu coisa alguma.
A
questão mais angustiante que fica é: quem vai parar o explícito golpismo de
Bolsonaro. É óbvio que ele está contando todas essas mentiras porque ele quer
parar o processo eleitoral e questionar o resultado. Mas ao fazer isso ele
comete crime de responsabilidade que o Procurador-Geral da República tinha que
denunciar, e o presidente da Câmara tinha que iniciar um processo de
impeachment.
Com mentiras, a cumplicidade das Forças Armadas, a inação do PGR, o oportunismo do presidente da Câmara, Jair Bolsonaro prepara seu golpe a setenta e seis dias das eleições. E a democracia brasileira prisioneira da armadilha não consegue se defender.
O que move os militare é o Viagra, gostaram tanto que já não podem ficar sem ele é o Bolsonaro está usando isso para manusearem-no
ResponderExcluirUm horror atrás do outro.
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