Folha de S. Paulo
Na prática, explora o preconceito
religioso, ao lado de um caminhão de dinheiro
Rainha da ribalta na eleição de 2018, a
mamadeira de piroca é hoje uma vedete envelhecida que foi morar no Irajá. Ainda
resiste em programas de humor e marchinhas de Carnaval e se prepara para uma
tentativa de volta aos palcos na campanha ao Senado da ex-ministra da Mulher
Damares Alves. Acontece que ela perdeu o viço nas pernas longas e mentirosas.
Ao lado do kit gay e da Ursal, não consegue esconder a flacidez e as varizes.
Tanto que Damares foi chutada para escanteio por Bolsonaro, que preferiu apoiar a candidatura de Flávia Arruda, em mais um conluio com o centrão. Damares só voltou à disputa por artes de Michelle Bolsonaro, sincronizada com a ex-ministra no fanatismo religioso e, como a aliada, também useira e vezeira no artifício das fake news.
Uma mentira, no entanto, continua em plena
forma, vivíssima nos grupos do Telegram e WhatsApp, nas páginas do Facebook e
Instagram, na ação dos robôs, nos áudios e vídeos editados com inteligência
artificial e nos subterrâneos da dark web. Está presente até na cabeça de papel
do coronel escalado pelas Forças Armadas para fiscalizar as eleições.
Uma mentira que esbanja a mesma vitalidade
demonstrada em 2018, quando grande parte dos eleitores acreditou nela, e foi
responsável pela cassação do deputado bolsonarista Fernando Francischini. A
informação (em verdade, a desinformação) de que houve fraude nas urnas
eletrônicas com o intuito de contabilizar votos para Fernando Haddad. Em seu
festival de cascatas, o presidente não perde a oportunidade de afirmar –sem provas– que ganhou aquelas
eleições no primeiro turno.
Quatro anos depois, a esquerda gasta seu
tempo comprando essa briga, como se a única estratégia de Bolsonaro se baseasse
num paradoxo: desacreditar o sistema eleitoral. Enquanto isso, a campanha na
prática é um caminhão de dinheiro e o emblema segundo o qual "Janja é
macumbeira".
Damares e Michelle,que povo estranho,meu pai!
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