terça-feira, 13 de setembro de 2022

Eliane Cantanhêde - O efeito do 7 de Setembro? Nenhum

O Estado de S. Paulo

Assim como no 7/9, Bolsonaro usará dinheiro público para sua campanha em NY e Londres. E nada muda

A pesquisa Ipec responde à pergunta feita aqui no domingo passado: transformar o 7 de Setembro e o bicentenário da Independência em comício do candidato Jair Bolsonaro atraiu multidões às ruas de Rio e Brasília, mas isso não reverteu em mais votos para a reeleição, não sacudiu as pesquisas. E, como o TSE suspendeu o uso das imagens na propaganda eleitoral, por uso recursos públicos, é improvável que ainda vá reverter.

A marca desta eleição é estabilidade, com o ex-presidente Lula à frente e Bolsonaro oscilando daqui e dali, sem ameaçar de fato o principal adversário. Bolsonaro faz e acontece, anula o 7 de Setembro em seu favor, compra votos à luz do dia com a PEC da reeleição, tira ICMS dos Estados para baixar o preço dos combustíveis e... não acontece nada.

Ao contrário da expectativa do Planalto e do temor do QG de Lula, a diferença entre os dois não diminuiu. Ao contrário, oscilou dois pontos a favor de Lula, de 13 para 15 pontos, e Lula recuperou as chances de vencer em primeiro turno: passou de 50% para 51% dos votos válidos.

Agora, Bolsonaro fará duas viagens internacionais na reta final da campanha. O que ele vai fazer no velório da rainha Elizabeth II em Londres? E o que vai dizer de importante na abertura da Assembleia-geral da ONU em Nova York? A resposta é fácil: o único intuito é gerar fotos, vídeos e áudios para a propaganda na TV. Ou seja: como no 7 de Setembro, ele vai usar a Presidência, paga com o seu, o meu e o nosso rico dinheirinho, para campanha.

É com essas imagens que Bolsonaro imagina, ou sonha, apagar a dura realidade de que ele e seu governo foram um absoluto fiasco no plano internacional desde o início, quando ele foi ao Fórum Econômico de Davos e não foi sequer capaz de ocupar todo o tempo de discurso a que tinha direito para defender as maravilhas do seu país para o mundo – que é o que qualquer presidente faz.

Depois disso, uma coleção de desastres, como a ausência na COP26 e o isolamento, o desconhecimento dos temas e dos personagens e a conversa sem pé nem cabeça com o presidente da Turquia no G-20. Sem contar a imagem dele e sua comitiva comendo pizza em pé nas ruas de Nova York, porque, sem vacina, ele foi rechaçado pelos restaurantes.

São muitos exemplos, além das agressões e grosserias do presidente, seus filhos e ministros contra China, França, Alemanha, Suécia, Noruega, Argentina, Chile, os EUA de Joe Biden... E, por último, as queimadas da Amazônia torraram a simpatia internacional pelo Brasil. As viagens, assim como o 7 de Setembro e a PEC reeleitoral, serão incapazes de alterar as pesquisas e a realidade no Brasil. 

5 comentários:

  1. O Luladrão vencer no primeiro turno
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Não esqueçamos que o IPEC é o antigo ibope mentiroso , com outro nome
    Novamente comete erros grosseiros depois é só mudar de nome de novo
    O povo já não acredita nesses institutos

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  2. A colunista está completamente certa. O Ipec repete os resultados das seguidas pesquisas do Datafolha, e o efeito da campanha ilegal do genocida feita com verbas públicas no 7 de Setembro é mesmo este: nenhum!

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  3. A Prática de avestruz dessa turma de enfiar a cabeça na terra e fingir que não viu as enormes manifestações do povo brasileiro no dia 7 de setembro impressiona pelo cinismo e demagogia
    Mas sempre foi assim não é a primeira vez . O povo vai dar a resposta nas urnas , vai ficar todo mundo aí de conversinha e mimimi pra explicar o ocorrido, reeleição do presidente

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  4. A cabeça dos pensantes dessa nação já estão feitas. Não mudará, graças s Deus.

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  5. Tem outra pesquisa que aproxima os dois,mas é aquela história,pesquisa por telefone só atinge a classe média pra cima,pobre nunca tem crédito no celular.

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