O Globo
Bolsonaro usa a máquina para constranger e
intimidar institutos antes do segundo turno
Após meses de ataques à Justiça Eleitoral,
Jair Bolsonaro escolheu um novo alvo: os institutos de pesquisa. A realidade
impôs a mudança de discurso. Afinal, ficaria difícil contestar as urnas que lhe
deram 51 milhões de votos.
Na noite do primeiro turno, Bolsonaro
começou a girar a metralhadora. Disse que os institutos estariam “desmoralizados”
e previu o fechamento de empresas do setor. “Isso vai deixar de existir, até
porque eu acho que não vão continuar fazendo pesquisa”, provocou.
A declaração atiçou a tropa governista. O ministro Ciro Nogueira, campeão de previsões furadas sobre a corrida presidencial, acusou os institutos de errarem “criminosamente” contra o chefe. O ministro Fábio Faria incentivou os eleitores de direita a boicotarem os próximos levantamentos. “Deixem dar Lula 100 a 0”, ironizou.
No Congresso, o deputado Eduardo Bolsonaro
começou a coletar assinaturas para abrir uma CPI contra os institutos. O líder
do governo, Ricardo Barros, apresentou um projeto para punir com cadeia
pesquisadores e estatísticos. O presidente da Câmara, Arthur Lira, manobrou
para acelerar a votação do texto.
Enquanto o capitão ladra, a máquina do
governo morde. A mando do ministro Anderson Torres, a Polícia Federal abriu
inquérito para constranger e intimidar diretores de institutos. Ontem o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica instaurou outra investigação a
pretexto de apurar se houve “conduta coordenada entre as empresas”. O
presidente do Cade foi indicado pelo ministro Nogueira, que costuma se referir
a ele como “meu menino”.
No fim da noite, o ministro Alexandre de
Moraes suspendeu os dois inquéritos para interromper o abuso de poder político.
Bolsonaro só gosta de um tipo de
levantamento: aquele que confirma seus desejos. Se dependesse dele, os
eleitores só veriam os números do Paraná Pesquisas, que mantém contratos
milionários com o governo federal e com o PL.
A cruzada contra os institutos une dois
traços do bolsonarismo: a nostalgia da censura e a aposta na desinformação. O
capitão gostaria de proibir a divulgação de toda pesquisa que apontasse a
liderança do adversário. Enquanto ainda não consegue fazer isso, age para minar
a credibilidade das empresas.
Os ataques não são casuais. Bolsonaro
precisa convencer seus seguidores de que é vítima de um grande complô, que iria
dos juízes em Brasília ao papa no Vaticano. Se a mentirada não garantir sua
vitória no dia 30, ele voltará a contestar a urna eletrônica.
"Após meses de ataques à Justiça Eleitoral"
ResponderExcluirA propósito, cadê o resultado da auditoria das urnas, FA?
Terá sigilo de 100 anos?
"Enquanto o capitão ladra, a máquina do governo morde"
ResponderExcluirTem cão q ladra e morde. É o caso do capetão. Por sorte das pessoas de bem deste país, ele,o governo e seus adeptos muitas vezes alcançam o próprio rabo ...
"Bolsonaro só gosta de um tipo de levantamento: aquele que confirma seus desejos"
ResponderExcluirBolsonaro é adepto de matar o mensageiro na vã esperança de q os fatos mudem. Faz isso agora com as pesquisas, fez com o INPE pelo desmatamento, dentre outros.
Como foi um mau militar, não aprendeu q isso não funciona.
"A cruzada contra os institutos une dois traços do bolsonarismo: a nostalgia da censura e a aposta na desinformação"
ResponderExcluirAposta na desinformação. Pois é, bolsonaro aposta sempre na enganação. Compõem sua natureza os truques sujos.
Capitão ladra ou capitão LADRÃO!
ResponderExcluirO capitão não ladra porque não é da natureza dele... Não misturem os cachorros com este canalha criminoso. Qual é mesmo o som emitido pelo rato do esgoto? É isto que faz o tal "capitão" das rachadinhas...
Rezando e torcendo pra tudo dar certo.
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