O Estado de S. Paulo
Lula está no meio do caminho entre criar consensos ou provocar perigosa crise de confiança
O grande teste para o presidente eleito
Lula é conseguir pular a própria sombra. Não se trata apenas da sombra deixada pelos
escândalos de corrupção do período petista no poder, um dos fatores essenciais
para se entender a oposição ao novo/velho governante.
A grande sombra que Lula precisa pular é a
da própria geração. É a que, na saída do regime militar, acreditou que a redemocratização
e tudo o que se escreveu na Constituição automaticamente levariam à solução de
desigualdade, miséria, ignorância, violência e doença.
Essa geração adotou um “contrato social” que fez subir constantemente os gastos sociais nas últimas décadas, não importando qual governo. Ocorre que o País quebrou tentando financiar esse estado de bem-estar social. É este o grande pano de fundo do debate em torno da PEC da Transição.
Ao se tentar entender como uma parcela
relevante dessa geração – a atual velha-guarda do PT – orientou sua ação
política é fundamental considerar o peso das ideias. Uma das mais centrais na
formação dos dirigentes petistas é a que atribui ao Estado o principal papel
nas transformações, sobretudo para transferência de renda como instrumento de
combate à desigualdade.
A julgar pelo que se ouve da equipe de
transição, o cerne desses postulados não se alterou.
Sucessivos pronunciamentos de Lula indicam
que essa “visão de mundo” (aumento dos gastos sociais via impostos e
endividamento) continua orientando a velha-guarda que o cerca.
Mas ela enfrenta uma questão crucial de difícil
solução. Para ficar em apenas um aspecto, o do poder político, ele se alterou
substancialmente, dificultando a ação do PT tanto em função do desequilíbrio
entre os Poderes (Judiciário e Legislativo avançaram sobre o Executivo) quanto
pela deterioração dos partidos políticos e a predominância do patrimonialismo
no Legislativo.
A margem de manobra política diminuiu ainda
mais por causa da amplitude da oposição extra parlamentar, talvez mais
significativa que a parlamentar. Nos dois âmbitos tornou-se imperioso o salto
rumo a um amplo
É tão ruim esse jornalista bosta-rala a soldo, que Gilvan fez bem ao truncar o texto dele
ResponderExcluirCarácoles!
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