quinta-feira, 24 de março de 2022

Paulo Fábio Dantas Neto*: Oposição sem rumo numa conjuntura nova**

Neste março, sobressaltos voltam a bater à porta da oposição diante de sinais, trazidos por pesquisas mais recentes, de recuperação de expectativas favoráveis para a reeleição do Presidente da República.  Isso tem feito analistas suporem que estrategistas de Bolsonaro já decidiram que é o caminho das urnas o mais seguro para lograr a continuidade do atual governo e não os caminhos do golpismo e da arruaça. Estou entre aqueles que guardam distância de prognósticos desse tipo. Falta muito acontecer para que se possa dizer que as urnas passaram a ser o horizonte do continuísmo para o bolsonarismo e seu mito.

Disseminar otimismo faz parte de qualquer plano, inclusive de tentativas de deslegitimar as eleições. Mas até onde a vista alcança, mesmo com ajuda de bondades e maldades legislativas, uso eleitoral abusivo de agências de governo, golpes abaixo da cintura em adversários e um arsenal de transgressões e crimes - de fake news à violência política – que vençam a vigilância do Judiciário, não se vê cenário de reversão bastante da rejeição a Bolsonaro, cevada em três anos e meio e turbinada por agruras sociais do momento. Mas não apenas opositores lidam com essas evidências. Os russos também. O que farão?

O campo ideológico governista não deve ser subestimado no atributo de raciocinar. No palácio nem só o centrão raciocina, ainda que, com sua razão pragmática, governe mais que todos. Mas não cabem ilusões de que no duro núcleo do capitão se pratique uma razão do tipo razoável, que aceite a derrota sem apelar à subversão das regras do jogo ou, no limite, tentar acabar com ele. Sua razão calculista é cheia de razão. Sendo tosca, tem apetite destrutivo. A hipótese de ela ver as urnas como via principal tem feitio de plano B. O golpismo é a língua falada por uma força social que já tem vida fora do palácio. A eleição poderá virar seu plano A se houver milagre na economia ou suicídio da oposição. Sem isso, setores resilientes do palácio, sem perderem a noção da aritmética, calcularão a iminência da derrota, agirão de acordo com sua razão tosca e nenhum centrão os deterá. Chances de êxito da insensatez são bem duvidosas, mas supor que por saber disso o bolsonarismo recuará é ver ali uma razão razoável que lhe é estranha.  Se seu êxito não é provável, os estragos que pode causar à democracia o são.

William Waack: A recuperação de Bolsonaro

O Estado de S. Paulo

Traz dificuldades para Lula, a terceira via e deixa o Centrão ainda mais confortável

Ainda que modesta, a recuperação de Jair Bolsonaro nas pesquisas encurtou o tempo e diminuiu as chances de alternativas ao atual presidente e a Lula, o favorito para ser o próximo. Ela matou também as chances de Lula vencer já no primeiro turno, o que submeterá o chefão petista a uma dificílima negociação antes do segundo – não para enfrentar Bolsonaro mas, sim, para tentar governar depois.

O “afunilamento” dos candidatos da terceira via está se dando pela percebida dificuldade de qualquer um deles em deslanchar, e não pela demonstração de muita força nas pesquisas. Até aqui esse afunilamento não levou a uma conjugação de esforços dos vários operadores políticos. Que permanecem dizendo haver tempo suficiente para consolidar uma alternativa à polarização.

Cristiano Romero: Por que petistas e tucanos não se uniram antes?

Valor Econômico

Se tivesse dependido apenas de Lula e FHC, aliança já teria ocorrido

A filiação do ex-governador Geraldo Alckmin ao PSB foi, sem dúvida, o fato político mais relevante da corrida presidencial até agora. O mais incrível foi ver Alckmin, ex-representante da ala conservadora do PSDB, derramar-se em elogios ao ex-presidente Lula (PT).

“É esta a grande causa do Brasil que nos une, que nos irmana, neste momento histórico. Temos que ter os olhos abertos para enxergar, a humildade para entender, que ele [Lula] é hoje o que melhor reflete e interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro”, discursou o ex-tucano, que saiu do PSDB para ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula. “Não tenho dúvida de que o presidente Lula, se Deus quiser, eleito, vai reinserir o Brasil no cenário mundial, vai alargar o horizonte do desenvolvimento econômico e vai diminuir essa triste diferença social que nós temos no país.”

Nas redes sociais, além de o acontecimento de ontem ter sido um dos mais vistos e comentados, circularam chistes e piadas de todo tipo, “memes”, como se diz na internet. Apoiadores do petista e do novo “socialista” disseminaram imagens da novidade política. Num dos vídeos, avisa-se, em meio ao som de metralhadoras e antes de mostrar Alckmin discursando, que as cenas são “fortes”, recomenda-se a retirada de crianças da sala e observa-se de que não se trata de obra ficcional. No fim, uma pilhéria que se pretende epígrafe: “No Brasil, inverossímil é a vida e não a arte”.

Para além do gracejo, importa entender o movimento político. Olhando-a em perspectiva, a união Lula-Alckmin, embora não traduza perfeitamente o encontro há muito esperado entre o PT e o PSDB, significa, sim, a aproximação entre essas duas forças da social-democracia brasileira - ainda que o ex-governador de São Paulo seja menos identificado com essa doutrina do que, por exemplo, o senador José Serra (PSDB-SP), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador Mário Covas, falecido em 2001.

Maria Cristina Fernandes: O pacto paulista

Valor Econômico

Vitória em São Paulo, que daria sobrevida ao bolsonarismo em caso de derrota nacional, já seria suficiente para um compromisso de apoio mútuo entre Haddad e Garcia

A crença de que a eleição presidencial se define em São Paulo tem movido erros e acertos de campanhas. Não é diferente este ano.

A filiação de Geraldo Alckmin ao PSB para compor a chapa presidencial petista e a escolha de Tarcísio Freitas, o ministro menos contaminado do bolsonarismo, para a disputa estadual são acertos. A disputa presidencial de João Doria, o quinto governador paulista a se perder no mesmo caminho desde a redemocratização, é erro.

Dele emerge a ameaça de derrota que paira sobre o PSDB na disputa pela manutenção do governo que o partido comanda há quase 27 anos.

Fernando Henrique Cardoso, o único tucano a chegar ao Palácio do Planalto, o fez sem escala no Bandeirantes. O PT, das quatro eleições presidenciais que ganhou, só em uma (2002) venceu também em São Paulo. A despeito desse histórico, uma vitória em São Paulo é estratégica.

A primeira razão é aritmética. O Amapá triplicou sua fatia no eleitorado nacional nos últimos 30 anos e chegou a 0,3% do total. Já São Paulo se manteve estável (21,7%) mas na condição de maior colégio eleitoral. É preciso juntar os sete Estados do Norte e os três Sul para emparelhá-lo.

Bruno Boghossian: Os recados de Alckmin

Folha de S. Paulo

Ex-tucano mostra primeiras pistas de como vai tentar convencer eleitor a migrar para chapa petista

Geraldo Alckmin assinou a filiação ao PSB com um discurso voltado para fora das fileiras da esquerda. Depois de meses de poucas palavras, o ex-tucano ensaiou as primeiras justificativas de sua migração para o campo de Lula e deu uma pista de como vai tentar convencer alguns de seus antigos pares a fazer o mesmo.

A principal função eleitoral de Alckmin será expandir o alcance da candidatura petista, atraindo eleitores que circulavam em sua antiga vizinhança tucana. O esforço inicial envolve reduzir as resistências de um grupo que, por décadas, foi alimentado à base de antipetismo.

O ex-governador quer zerar esse jogo. Alckmin disse três vezes que o país atravessa um "momento excepcional", como se pedisse autorização para enfrentar uma situação crítica com medidas emergenciais.

Luiz Carlos Azedo: O tucano Eduardo Leite e sua “sombra do futuro”

Correio Braziliense 

A conspiração para remover João Doria da disputa presidencial no PSDB vai de vento em popa. Parte das fichas está no tabuleiro eleitoral de São Paulo

O tempo urge para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que precisa se decidir entre permanecer no PSDB ou migrar para o PSD, a convite do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Em ambos os casos, para ser candidato a presidente da República, Leite precisaria se desincompatibilizar do cargo até 2 de abril.

Na primeira opção, essa seria a única decisão sobre seu controle, pois sua candidatura dependerá da desistência do governador paulista João Doria. Na segunda, teria legenda garantida para disputar a Presidência, mas isso não significaria o apoio efetivo dos deputados e senadores do PSD.

Vamos por partes. No PSDB, Doria garante que não pretende desistir para outro tucano — se isso vier a ocorrer, será em favor de outro candidato da chamada terceira via que esteja em melhores condições eleitorais, ou seja, Sergio Moro (Podemos) ou Simone Tebet (MDB). O governador paulista se prepara para deixar o cargo, faz entregas e badala suas realizações, como as três mil escolas em horário integral, que considera seu grande legado na Educação. Não pensa na hipótese de disputar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, garante aos aliados.

Merval Pereira: Aparelhamento evangélico

O Globo

Há quem considere que a deterioração do nosso sistema eleitoral teve início quando os partidos políticos descobriram uma maneira certa de eleger mais candidatos sem precisar de tantos votos quanto o quociente eleitoral exige. Passaram a procurar primeiro artistas, radialistas e jornalistas televisivos, depois jogadores de futebol, e atualmente os candidatos evangélicos têm a predominância.

A Frente Parlamentar Evangélica tem hoje 115 deputados federais, 13 senadores e uma meta ambiciosa: chegar a 30% do Congresso, acrescentando 40 deputados e 11 senadores à sua bancada. É um projeto de poder político preocupante, que chegou a escalar o governo da cidade do Rio de Janeiro como passo importante. Mas essa primeira empreitada foi um fracasso fenomenal com a gestão do bispo Marcelo Crivella, sobrinho do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal.

Malu Gaspar: Um governo por uma barra de ouro

O Globo

É difícil prever no que vai dar o escândalo que se abateu nos últimos dias sobre o Ministério da Educação. Mas é fácil perceber que, nesse caso, demitir Milton Ribeiro pode não ser suficiente para fazer o escândalo se distanciar do Palácio do Planalto. E não apenas porque Ribeiro diz, na reunião com prefeitos que teve o áudio exibido pela Folha de S.Paulo, que atender os pedidos de liberação de verba do pastor e lobista Gilmar Santos "foi um pedido especial" do presidente da República.

Os registros públicos das agendas de Bolsonaro mostram que, quando Milton Ribeiro assumiu o cargo, o pastor já tinha acesso livre ao Palácio do Planalto. Gilmar já havia sido recebido duas vezes antes de Ribeiro chegar ao ministério. E depois da terceira visita a Bolsonaro, deixou o Palácio e foi direto para o MEC falar com Ribeiro.

O ministro mal tinha completado dois meses de mandato quando o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) agradeceu ao pastor pelo apoio à família, num vídeo publicado nas redes sociais: "Se não fossem pessoas como o senhor, certamente a nossa guerra aqui na disputa do poder em Brasília seria muito mais complicada".

Eugênio Bucci*: A confusão que favorece a tirania

O Estado de S. Paulo.

A indústria da desinformação a serviço dos regimes de força não precisa construir credibilidade, apenas semeia o descrédito generalizado

Num artigo publicado no dia 11 de março no The Washington Post, a colunista Margaret Sullivan expôs com clareza singular uma das táticas mais insidiosas dos líderes autoritários. Especialista em mídia e imprensa, temas de suas colunas no Post, a jornalista demonstra que, para autocratas como Vladimir Putin, há algo de mais valioso do que fazer com que as pessoas acreditem neles: este algo de mais valioso é fazer com que as pessoas não acreditem em mais nada e em mais ninguém. Resumida assim, a fórmula parece um contrassenso. Como, afinal de contas, um tirano pode arregimentar apoio popular, se não faz por merecer a confiança irrestrita das multidões?

Antes de responder, lembremos que nós, aqui no Brasil, conhecemos de perto esse tipo de mando. Neste ponto, vamos nos afastar da linha de argumentação de Margaret Sullivan. Olhemos para o nosso país e vamos entender o contrassenso. Não temos aqui, nos trópicos, um sósia perfeito de Vladimir Putin, mas é inegável que anda nestas terras um personagem que almeja virar Putin quando crescer. Pois então: como é que esses sujeitos agregam seguidores?

José Serra*: ‘Alea jacta est’

O Estado de S. Paulo.

Os argumentos contra os jogos de azar nunca foram tão bem fundamentados cientificamente como atualmente

As propostas de legalização de cassinos, bingos e jogos de azar se sucedem com insistência. Sempre derrotadas, voltam a assombrar no ano seguinte. A bola da vez nesta roleta é o Projeto de Lei n.º 442, que acaba de ser aprovado na Câmara e, agora, tramita no Senado.

Eu tenho me batido contra essas propostas há muito. E o faço não por afã moralista ou para ser carola, como os proponentes da jogatina gostam de caracterizar seus adversários. Na verdade, impedir que a jogatina se alastre no Brasil não tem nada de reacionário. Os argumentos econômicos e de saúde pública contra os jogos de azar nunca foram tão bem fundamentados cientificamente como atualmente. E pretendo desenvolvê-los aqui.

Primeiro, gostaria de sublinhar a dificílima conjuntura que o País – e o mundo – atravessa. Os problemas gerados pela pandemia e seu controle são de uma extensão e complexidade talvez inéditas nas duas últimas décadas. A inflação se acelera mundialmente. Os custos dos alimentos e das matérias-primas tiveram alta expressiva e, ao que parece, duradoura. Temos, ainda, a situação de uma perigosa – e imprevisível – guerra em plena Europa. Diante de tantas premências e desafios, é quase inconcebível que a Câmara dos Deputados tenha adotado o regime de urgência para a deliberação dessa proposição.

Ruy Castro: Bolsolão para principiantes

Folha de S. Paulo

Conheça o novo termo do Dicionário Brasileiro da Corrupção

A palavra já existe há mais de um ano, mas ainda não tinha pegado. Volta agora com tudo: Bolsolão. O último —até este momento— escândalo de corrupção do governo Bolsonaro consagrará o termo, primo-irmão de dois anteriores que já constam dos dicionários, o mensalão e o petrolão. Neste momento, o Bolsolão está sendo protagonizado por dois ou três vigaristas amigos do presidente, acusados de desviar o dinheiro da merenda e das bolsas de estudos para fins outros. Mas o elenco promete aumentar —ou você acha que o único ministério que Bolsonaro reduziu a balcão de negócios é o da Educação?

Vinicius Torres Freire: Real se valoriza, mas ainda está fraco

Folha de S. Paulo

Por ora, taxa de câmbio refresca pouco o calor da caldeira que é a inflação mundial

O real foi a moeda que mais se valorizou neste ano, entre as 38 acompanhadas pelo FMI, todas as que interessam, o dinheiro de países que fazem o PIB global quase inteiro. Na média de março em relação à média de dezembro de 2021, o dólar caiu quase 11%. As comparações são de valores nominais (ou seja, não descontam inflações nem corrigem a taxa de câmbio por outros fatores relevantes).

É a história econômica mais relevante dos tempos que correm, pois o país não tem política econômica propriamente dita, estando à deriva ou na inércia. No que importa, restam apenas as decisões do Banco Central, agora quase a reboque do que vai acontecer com os preços mundiais de commodities. No mais, existe sempre a possibilidade de o governo aloprar além do que já se sabe e estourar as contas a fim de ganhar uns votos.

Maria Hermínia Tavares: Na América do Sul, hora de rever os desafios

Folha de S. Paulo

A pacífica coexistência contrasta com a dificuldade de gerar uma região mais coesa

Estudiosos da economia mundial anunciam que a era de ouro da globalização, iniciada nos anos 1990, está chegando ao fim, por ter sido golpeada, primeiro, pela pandemia da Covid-19; agora, pela invasão russa da Ucrânia. O economista Dani Rodrik, da Universidade Harvard, por exemplo, em entrevista ao jornal Valor, argumenta que a conjugação de ambos os eventos alçou os cálculos geopolíticos e as preocupações com a segurança nacional ao lugar ocupado pela integração econômica e financeira globais. O efeito, diz ele, será a reposição das regiões como esfera privilegiada de organização das cadeias produtivas e trocas internacionais.

Míriam Leitão: Refazendo a Amazônia

O Globo

Cinco milhões e duzentos mil hectares da Amazônia, que se regeneraram depois de desmatados, não competem com a agricultura. Podem, portanto, ser destinados à restauração. Essa é a conclusão da nova pesquisa do Imazon, dentro da série de estudos Amazônia 2030. A descoberta dos pesquisadores é um passo adiante do estudo recentemente divulgado, mostrando que 7,2 milhões de hectares estão em processo avançado de regeneração. Com as políticas certas, esse renascimento ajudará o Brasil a cumprir as metas do Acordo de Paris e permitirá a muitos produtores resolverem seu passivo ambiental.

— O grande potencial da Amazônia para a restauração é a partir da vegetação nativa. E isso por quê? Porque as sementes estão sendo dispersadas, animais estão circulando entre fragmentos, isso cria um ambiente muito favorável. Em algumas áreas, claro, será necessária intervenção — explicou o engenheiro agrônomo e pesquisador do Imazon Paulo Amaral.

O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões

EDITORIAIS

Milton Ribeiro precisa sair com urgência do MEC

O Globo

Ficou insustentável a permanência de Milton Ribeiro à frente do Ministério da Educação diante da escandalosa denúncia de corrupção na pasta. Apesar de não ocuparem cargos, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura atuaram de forma decisiva — e nada republicana — para destinar, a prefeitos amigos, os cobiçados recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Feita na semana passada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a revelação de que, como na pasta da Saúde, também havia no Ministério da Educação um “gabinete paralelo” vinculado ao presidente Jair Bolsonaro foi corroborada por conversa gravada numa reunião com prefeitos, divulgada na segunda-feira pela Folha de S. Paulo. Na gravação, Ribeiro diz que a prioridade é atender em primeiro lugar “aos municípios que mais precisam” e, em segundo, “a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, afirma.