O Globo
Julgamento no CNJ revelou mais uma
semelhança entre Ludmila Lins Grilo e Bolsonaro
A combinação entre o ideário da extrema
direita e o megafone das redes sociais já causou muitos estragos às
instituições brasileiras. O Judiciário deveria passar longe disso, mas não
escapou incólume.
Nesta terça, o Conselho Nacional de Justiça
abriu processo disciplinar e afastou a juíza Ludmila Lins Grilo, de Unaí (MG).
Discípula de Olavo de Carvalho, ela se notabilizou ao fabricar polêmicas e
defender teses bolsonaristas na internet.
O CNJ examinou
sete episódios em que a doutora esqueceu a toga e usou as redes como palanque.
Ela ganhou popularidade e seguidores ao compartilhar ataques ao Supremo
Tribunal Federal.
Em agosto de 2021, indicou um artigo que comparava ministros da Corte ao procurador-geral de Stálin, descrito como “perfeito modelo de canalha” e “jagunço-mor de um regime que perseguia implacavelmente os opositores”. Dois meses depois, ajudou a divulgar um perfil criado pelo blogueiro Allan dos Santos para driblar o bloqueio de suas redes.
Ludmila já havia sido advertida por
debochar de medidas sanitárias na pandemia. Ela incentivou aglomerações e
chegou a gravar vídeo com dicas para burlar a exigência da máscara em locais
públicos.
Ouvida pelo CNJ, a juíza começou em tom de
afronta, sugerindo que seus investigadores é que deveriam ser investigados.
Depois tentou se vitimizar e disse sofrer um “assassinato de reputação”.
O discurso não sensibilizou os
conselheiros. O ministro Luiz Philippe Vieira de Mello comentou que a
sustentação “mais parecia um salto para outra carreira do que uma defesa”. O
juiz Giovanni Olsson se disse “perplexo”, e a ministra Rosa Weber se confessou
“abalada” com o grau de desrespeito ao Judiciário.
O corregedor nacional de Justiça, Luis
Felipe Salomão, leu relatório sobre a atuação de Ludmila na vara criminal de
Unaí. O ministro constatou que ela agia com “total desleixo”: deixou mais de
mil processos parados e não dava as caras no fórum. Nas muitas horas vagas,
participava de lives e faturava com a venda de cursinhos on-line.
A magistrada admitiu ter ignorado as ordens
para retomar as audiências presenciais, mas alegou ser vítima de ameaças.
“Vários magistrados sofrem ameaças, e nem por isso deixam de cumprir sua
obrigação”, rebateu o corregedor.
O julgamento revelou mais uma semelhança
entre a juíza tuiteira e o ex-presidente: os dois se dedicavam tanto às redes
que não sobrava tempo para trabalhar.
A ver como vai terminar esse processo disciplinar.
ResponderExcluirTomara que não seja em pizza...
A juíza bolsonarista é tão vagabunda quanto o miliciano presidente - pouco trabalho e muita atividade nas redes sociais! Demissão é o que deve acontecer para esta incompetente!
ResponderExcluirAve Maria!
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