O Estado de S. Paulo.
Com decisão na última hora, Lula e PT deixam Haddad na condição de ‘malvado número 1’
O PT é bom de briga, inclusive contra o
próprio PT. E assim é no governo Lula 3, sobre ser ou não ser, desonerar ou não
desonerar os combustíveis, com os petistas da cúpula do governo e da cúpula do
partido embolados, deixando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na mira da
“área política” e na condição de “malvado número um”.
Jair Bolsonaro tirou receita dos Estados
para tentar se reeleger e a desoneração dos combustíveis acabou em 31 de
dezembro do ano da eleição. Sem saber o que fazer, mas desautorizando Haddad, o
presidente Lula prorrogou a medida bolsonarista até hoje. Ou seja, empurrou com
a barriga.
Se tiveram dois meses para encontrar uma saída, Lula, Haddad e PT deixaram a discussão para a véspera e a decisão para a última hora. E tome guerra pela internet, com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, assumindo a linha de frente do ataque a Haddad, dificultando soluções e cavando críticas.
Vejam a reunião decisiva, Lula, do PT;
Haddad, do PT; Rui Costa, do PT; e Jean Paul Prates, do PT. PT versus PT, com
Gleisi a postos para dizer que qualquer coisa diferente do que o partido queria
seria “penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromissos de
campanha”.
A questão não é tão linear. Ninguém gosta
de aumento de preço, de gasolina cara, de inflação e de juros altos, assim como
nenhum presidente, ministro da Fazenda, governador e prefeito gosta de perda de
arrecadação. Mas, no frigir dos ovos, quem paga a conta é o pobre, que, aliás,
não anda de carro a gasolina nem a álcool.
Do ponto de vista político, a guerra PT X
PT é entre popularidade e responsabilidade fiscal; do econômico, entre inflação
e juros; do administrativo, entre arrecadação e contas públicas. Além, claro,
de ser entre Gleisi e Haddad, tendo como pano de fundo uma velha coceira
petista: a de manipulação política dos preços da Petrobras.
A própria Gleisi atrelou a reoneração de
combustíveis à definição de “uma política de preços para a Petrobras”. Qual
seja? Para os críticos, uma “política política”, jogando em segundo plano os
preços internacionais das commodities e permitindo aquele mau jeito de Dilma
Rousseff de segurar os preços de acordo com o gosto do freguês – ou do governo
de plantão. E, com Bolsonaro, a Petrobras teve quatro presidentes em quatro
anos. Por que será?
A questão central, porém, passou a ser
Haddad. Quando olham para combustíveis, mercado, economistas, investidores, produtores
e especialistas veem Haddad, que lhes dá segurança e não pode, nem deve, ser
arranhado. O recado para Lula: Quem pariu Mateus que o embale!
Quando as múmias petistas se juntam com os zumbis petistas...
ResponderExcluirOk 😏
ResponderExcluirPois é.
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