O Globo
Lula repete erros na parte econômica e na
política externa, com afago de ditaduras latino-americanas como da Venezuela,
Nicarágua e Cuba.
Lula nunca foi mais petista do que está
sendo nesse seu terceiro mandato presidencial. Eleito em 2002, permaneceu
durante meses, já presidente, com um broche com a estrela do PT no peito.
Alertado de que não era mais apenas o líder petista, mas o presidente de todos
os brasileiros, colocou no peito um broche com o brasão da República. Será que
a estrela do PT voltará agora, no peito de um Lula vingativo e raivoso?
Quem esperava que Lula fizesse de seu provável último mandato presidencial um instrumento de união do país está se deparando com um presidente mais preocupado em ressignificar a história do partido, e a sua própria, do que em governar com os que o levaram ao poder novamente. Não foram os petistas, muito menos os esquerdistas, mas os eleitores não petistas que preferiram votar nele, muitos pela primeira vez na vida, para evitar a sequência de Bolsonaro, um governante desastroso e perigoso para a democracia.
Lula simulou uma candidatura de união
nacional para ganhar a eleição, mas governa com o PT, e tenta ampliar sua base
congressual atraindo bolsonaristas que vivem das burras do Estado, seja de que
governo for. Foi assim que aconteceram o mensalão e o petrolão, que agora o PT
tenta apagar da história.
Não há dúvidas de que o país, em pouco
tempo, recuperou-se, pelo menos moralmente, em questões essenciais, como a
indígena, a educacional, a de saúde, setores que já começaram a apontar para a
direção correta. Mas a condução econômica deixa a desejar com a perspectiva dos
mesmos erros já cometidos nos governos petistas anteriores, a começar do
segundo mandato de Lula, terminando literalmente com a reeleição de Dilma.
Em vez de rever os equívocos, Lula se
preocupa em reabilitar a ex-presidente, e reescrever a história do país: Dilma
não sofreu um impeachment, mas um golpe político. Não houve corrupção, houve
uma narrativa falsa para prejudicar o PT. O fato de que o processo de
impeachment de Dilma foi supervisionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não
faz diferença. Os bilhões de reais devolvidos pelas empresas que fraudaram os
cofres públicos não significam nada. Simplesmente não aconteceram.
Que essa seja a versão do PT, é do jogo.
Que se queira transformar essa narrativa em história oficial, com citações em
pronunciamentos e documentos oficiais, é fraudar novamente o país. A repetição
de erros não fica apenas na parte econômica. Também na política externa
repete-se o afago de ditaduras latino-americanas como da Venezuela, Nicarágua,
Cuba. Vencedor de um pleito em que a democracia estava em jogo, Lula é incapaz
de trabalhar por ela nos países amigos do PT, deixando a sensação de que a
defesa da democracia foi apenas estratégica, não um valor em si.
Diz-se que Lula sonha com o Prêmio Nobel da
Paz, que realmente quase esteve a seu alcance em 2005. O Comitê da Noruega ia
escolhê-lo, devido ao programa Bolsa Família, mas o escândalo do mensalão o
desqualificou. Mais tarde, tentou levar adiante um projeto de negociação
nuclear com o Irã, que acabou não dando certo, e agora procura a proeminência
na busca de paz entre Rússia e Ucrânia, motivo nobre, como o anterior.
Mas, como da outra vez, também não será
levado a sério. As gigantescas forças em confronto tornam a questão geopolítica
mais importante do que possa alcançar a política externa brasileira. Já que não
pretende trabalhar pela democracia no espaço geopolítico onde é líder
inconteste, Lula tem um caminho aberto para o Prêmio Nobel da Paz: a questão
amazônica e o meio ambiente.
Só o ressurgimento de Lula no cenário
internacional, com sua eleição, trouxe uma reversão positiva de expectativas
que indica que o Brasil tem, sim, condições de liderar uma ampla rede de
países, não para acabar com a guerra da Ucrânia, - para isto existe a ONU -,
mas salvar o mundo de uma catástrofe ambiental iminente.
ResponderExcluirHá outra possibilidade alem da ambiental para Lula ganhar o nobel da paz. O nobel para especialista em bebidas destiladas.
Lula terá um lugar de honra na história se ele vender para o mundo a ideia de que pobres, negros, mulheres, índios, viadas e viados, e até assexuados todos os seres humanos são iguais e possuem direitos. Vender a ideia e, claro, implementá-la na medida do possível.
ResponderExcluirDeveria é trabalhar o dia a dia do país e se resumir à sua insignificância como pessoa, líder e presidente de um país periférico.
ResponderExcluirGostei do que disse Fernando Carvalho,os 'viados' e as 'viadas' agradecem,rs.Obrigado pela parte que me toca.
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