Valor Econômico
Escolha de Lula para o STF também deve ser
explorada
Dois vetores dão nova dinâmica à movimentação
da oposição. Um é a falta de torque da administração Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) nestes primeiros cem dias de mandato, constatação que se espraia entre
integrantes de diversos ministérios, a despeito do grande evento que está sendo
preparado no Palácio do Planalto para comemorar a marca. E o outro é a
persistente incerteza em relação à economia.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
novamente acossado pelo escandaloso caso das joias importadas da Arábia
Saudita, e o senador Sergio Moro (União-PR) nunca se notabilizaram pela atuação
neste campo. Mas sabem que é dele que sairão os primeiros frutos da oposição,
sobretudo diante da timidez da terceira via. Já a pressão do Executivo por uma
queda de juros é motivada pela visão de que a pacificação nacional só virá de
carona com a recuperação da economia.
Pode-se argumentar que o governo começou organizando o Orçamento ainda no fim da gestão anterior, como sustentam fontes da administração federal. E que foi durante o período de transição quando se pôde quantificar o desmonte de diversas políticas públicas, como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, a plataforma nacional de vacinação, os programas de merenda escolar e agricultura familiar, assim como os instrumentos de combate ao garimpo ilegal e de proteção básica das populações indígenas. Todos problemas foram atacados nos primeiros meses do ano.
Ou, então, que foi preciso reformatar as
bases de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), reordenar a política externa, retomar o Fundo Amazônia e dar um freio
à política armamentista de Bolsonaro. Tudo isso sem falar, argumentam ainda as
fontes do governo, que está se avançando, sim, em discussões caras ao mercado,
como o novo marco fiscal que substituirá o teto de gastos e a reforma
tributária.
É um ponto de vista. Na planície, contudo,
o que se vê é uma persistente perspectiva de desaceleração do crescimento
econômico, problemas no mercado de crédito e dúvidas em relação à consistência
da recuperação do mercado de trabalho. No agronegócio, a preocupação é com a
retomada das invasões de terras produtivas pelos movimentos sociais do campo.
Esse é o pano de fundo do retorno de
Bolsonaro ao Brasil. É verdade que não estavam nos planos dele as novas
denúncias feitas pelo jornal “O Estado de S. Paulo” sobre um terceiro lote de
joias recebidas durante o governo anterior e que ficaram, “equivocadamente”,
sob sua posse. A intenção original, aliás, era que ele desembarcasse nesta
quinta-feira (30) em Brasília durante a viagem de Lula à China, a qual acabou
cancelada devido à pneumonia diagnosticada no presidente. Depois de expatriar-se
nos Estados Unidos para fugir da cerimônia de posse do sucessor, Bolsonaro
tentaria reduzir, agora, as chances de ser contestado diretamente pelos
adversários que o derrotaram em outubro e o acusam de tentar dar um golpe de
Estado no dia 8 de janeiro.
Mas o caso das joias o perseguirá. Seus
aliados sabem dos potenciais estragos que o episódio pode provocar, tanto que
uma pesquisa de opinião foi contratada para aferir se um percentual
considerável de eleitores deixaria de votar no ex-presidente depois do
escândalo. O resultado da sondagem ainda é desconhecido, mas as informações
preliminares não fizeram o PL desmobilizar o cronograma de viagens preparado
para o ex-presidente.
Bolsonaro visitará municípios estratégicos,
com vistas a impulsionar o partido nas eleições de 2024, mesmo que seja tornado
inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Hoje, o PL só administra uma
capital, Maceió, e quer pular de aproximadamente 330 prefeitos para mais de
mil.
Em paralelo, a estratégia que precisará
executar é atrair prefeitos tucanos insatisfeitos com o destino do PSDB,
sobretudo em São Paulo, enquanto se prepara para conseguir abordar temas
econômicos quando for falar para o público em geral.
O mesmo tem feito Sergio Moro. Até a
catastrófica acusação sem provas feita por Lula de que a ação da Polícia
Federal para proteger o senador teria sido uma “armação”, a piada no Congresso
era que não seria dada a palavra ao parlamentar de Curitiba nem mesmo para que
ele fizesse breves apartes durante as sessões plenárias. Estava dada a revanche
da política tradicional contra o ex-juiz da Lava-Jato.
Nos bastidores, contudo, até mesmo
autoridades do governo reconheciam que Moro conduzia em silêncio, passo a passo
e de olho em 2026, um trabalho consistente para ocupar um lugar estratégico na
oposição. Primeiro, contabilizaram, Moro conseguiu as assinaturas necessárias
para desarquivar o projeto que trata da prisão depois de condenação em segunda
instância. Foi uma demonstração de que não estava isolado. Também posicionou-se
contra mudanças na Lei das Estatais e a favor de mandatos para ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele articulou com o próprio partido,
legenda rachada e que lhe tirou da disputa presidencial, independência. O União
Brasil tem três representantes da Esplanada, mas isso não impediu que Moro se
tornasse titular de três comissões que lhe dão margem de manobra para fazer
oposição: Constituição e Justiça (CCJ); Segurança Pública e Transparência; e
Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor. O senador ainda é
suplente nas comissões de Assuntos Econômicos, Agricultura e Reforma Agrária e
Relações Exteriores e Defesa Nacional.
O ex-juiz está decidido a não ser um
“senador de uma tecla só”, com atuação concentrada no combate à corrupção e ao
crime organizado. Está se preparando para discutir o novo arcabouço fiscal e a
autonomia do Banco Central, por exemplo, que pode voltar à pauta em meio às
discussões sobre os próximos indicados para a diretoria do BC.
Mas, assim como Bolsonaro, poderá se
deparar com uma terceira bandeira contra o governo, dependendo de quem for a
escolha inaugural de Lula para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
Moro e o advogado Cristiano Zanin, um dos cotados, protagonizaram embates
inesquecíveis para ambos os lados durante a Lava-Jato e poderão se reencontrar
na CCJ.
Novos capítulos emocionantes que virão, nessa novela bufa
ResponderExcluirO pior governo Lula será muito melhor do que os desastres produzidos pelo genocida. Nada nem ninguém pode ser pior do que o jegues na economia, os pazuellos na saúde e o passador de boiada salles, ou aquele ernesto araujo que transformou o Brasil num pária internacional e o uentraub (não sei escrever - saiu expulso).
ResponderExcluirQuanto ao STF, o advogado pessoal do Lula também é melhor do que os indicados pelo canalha (indicados pela religião e lealdade). Aliás, Lula tem o histórico de indicar pro STF pessoas tão independentes que o levaram à prisão (só o soltaram por causa da vaza-jato que provou a armação).
Kkklkk PeTebento, seu ídolo eh um ladrão condenado. Cala a boca, desgraçado
ExcluirO petista tem razão o Lula foi o único até hoje a fazer um governo que não fosse medíocre, com exceção para o Itamar Franco. E olha que eu fui oposição, não sou mais. A realidade se impôs. O Bozo foi o pior, perseguição e baixaria é a marca registrada desse fracassado débil mental.
Excluir"É verdade que não estavam nos planos dele as novas denúncias feitas pelo jornal “O Estado de S. Paulo” sobre um terceiro lote de joias..."
ResponderExcluirEsses articulistas superestimam o genocida. Bozo já teve 5 datas pra regressar. Não há plano algum, nunca teve. Na esfera boçal só há improviso. Até esta última data pode não ser a última.
"Moro e o advogado Cristiano Zanin, um dos cotados, protagonizaram embates inesquecíveis para ambos os lados durante a Lava-Jato e poderão se reencontrar na CCJ."
ResponderExcluirZanin ganhou o campeonato e derrotou o time moro_dalanhol (escreve assim?).
Concordo plenamente com o segundo anônimo. Só não entendo como ele consegue esquecer o nome do inesquecível professor Abraham Weintraub, a cabeça pensante do ministério do GENOCIDA, o grande ideólogo daquele DESgoverno, um "jênio" não reconhecido. Depois de meia dúzia de anos de magistério, foi guindado a MINISTRO DA EDUCAÇÃO... Um imbecil que nunca foi diretor de escola, chefe de departamento, reitor, secretário de educação, começa na administração da Educação brasileira como seu maior e mais importante comandante... Só podia terminar como acabou: DESASTRE TOTAL! Candidato a deputado federal por SP, teve menos de 3 mil votos... Ainda foi premiado com cargo num banco internacional, onde ganhava mais de 100 mil reais mensais.
ResponderExcluirO segundo anônimo citou sim o Weintraub,e ainda fez uma brincadeira com sua inabilidade com a ortografia,rs.
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