sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Bernardo Mello Franco – Casamento a contragosto

O Globo

Partidos ganham cargos, mas esnobam governo; presidente evita foto com seus novos ministros

Depois de dois meses de namoro, Lula e o Centrão oficializaram o casamento. O acordo nupcial foi selado com a entrega de dois ministérios. Mas os noivos não parecem muito felizes com o enlace.

O PP emplacou André Fufuca no Esporte. Com pinta de atleta de videogame, o deputado surrupiou a cadeira da medalhista olímpica Ana Moser. Ainda assim, seu partido fez pouco-caso da troca.

O presidente da sigla, Ciro Nogueira, passou o Dia da Independência avacalhando o governo. Disse que Lula “desfilou para ninguém” e definiu o público que foi à Esplanada como “companheirada de aluguel”.

Em outra provocação, o senador afirmou que “7 de Setembro sem Jair Bolsonaro é como Fórmula 1 sem Ayrton Senna”. Uma descortesia com o bolsonarista Nelson Piquet, que chegou a dirigir o Rolls-Royce presidencial para bajular o capitão.

Responsável pela indicação de Fufuca, Arthur Lira esnobou o convite para assistir à parada militar em Brasília. O chefão da Câmara preferiu passar o feriado em Alagoas. Para quem o conhece, a ausência foi um recado de que ele ainda não levou tudo o que queria.

A nomeação de Silvio Costa Filho deveria ser menos embaraçosa. O novo ministro votou em Lula e cultiva amizades no PT. Seu pai ficou com Dilma Rousseff até o fim, enquanto Fufuca votou a favor do impeachment embrulhado na bandeira do Maranhão.

Mesmo assim, o Republicanos fez questão de se desvincular da escolha. Em nota, a sigla disse ontem que “não fará parte da base do governo e seguirá atuando de forma independente”. O ministro foi obrigado a se licenciar da direção partidária.

Os bispos que mandam na sigla topam negociar com Lula, mas não querem romper com Bolsonaro. Em outro 7 de Setembro, há quatro anos, Edir Macedo circulou como presença VIP do camarote presidencial.

Apesar dos constrangimentos, o governo considera que a reforma ampliará sua base na Câmara. Pode ser, mas Lula não disfarça o incômodo com as novas companhias. Depois de postergar as nomeações até o limite, o presidente driblou a foto protocolar com os futuros ministros. Preferiu terceirizar a tarefa para o petista Alexandre Padilha.

2 comentários:

  1. ■Lula, na prática, é o próprio Centrão, até na corrupção.
    ▪Ficam tentando desmarcar as imagens, mas o fato é que Lula é o próprio Centrão, em demagogia, em gastança, no descompromisso em ter um projeto para o país... e até na corrupção.

    ▪Embora em alguns vícios Lula e Bolsonaro sejam diferentes, com um tendo vícios que o outro não tem, eles também são iguais em muita coisa:: Não só Lula, mas também Bolsonaro, os dois são a cara do Centrão!

    ■Dilma foi um pouco diferente de Lula e Bolsonaro, porque não se vê em Dilma erros morais. Dilma não levou para casa ou deu para partidos políticos viciados, nem mesmo para o partido dela, dinheiro que deveria ser usado na saúde, na educação e na geração de empregos. A Dilma teve erros sim, e foram erros muito lastimáveis, mas pelo menos Dilma não nos roubou nem R$1,00 Real, quanto mais ter roubado $Bilhões e Bilhões.

    Os erros cometidos por Dilma foram mais de exagerar erros técnicos que com Lula já são erros muito grandes e cometer erros ideológicos, de alinhamento com os "coisas" mundo a fora que eles dizem que é a esquerda (Cruz-Credo!).

    ▪No seu tempo de governo, Dilma se alinhou ideologicamente ao atraso mais que Lula nos seus dois primeiros mandatos, mas agora, neste Lula3, até este fundamentalismo ideológico de Lula está sendo maior.

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