O Globo
Senadores receberam indicado ao STF com
abobrinhas, delírio ideológico e defesa do golpismo
Os senadores ainda se acomodavam em suas
cadeiras quando o bolsonarista Eduardo Girão pediu a palavra. Estava
inconformado com o fato de o ministro Flávio Dino ser sabatinado num 13 de
dezembro.
“Tem uma coincidência aí grande”, apontou, em
tom conspiratório. “Não apenas é o número do PT, mas também o aniversário do
Ministro Alexandre de Moraes. Essas coincidências, não é?”, insistiu.
O senador poderia ter mencionado outras efemérides do dia, como o título mundial do Flamengo e a abertura do bar Bip Bip. Além da edição do AI-5, que seus aliados teimam em cultuar.
A revolta contra o calendário foi só um
aperitivo. Durante mais de dez horas, os bolsonaristas encenariam um longo
festival de abobrinhas e delírios ideológicos.
“Como ministro do STF, o senhor vai seguir a
cartilha de Lenin?”, indagou o senador Marcos do Val, que se apresenta como
instrutor da Swat. “Tenho medo da influência da ideologia comunista nas suas
decisões”, emendou a pastora Damares Alves.
O senador Magno Malta perguntou se o futuro
ministro usaria camisa vermelha por baixo da toga. Jorge Seif acusou o governo
de criar um “Ministério da Verdade” para transformar o Brasil na Venezuela.
Marcio Bittar afirmou que as ONGs recebem
dinheiro americano para impedir o progresso da Amazônia. Cleitinho falou em
Deus e contou uma anedota que unia São Pedro, o diabo e um político em
campanha.
Em meio ao besteirol, os bolsonaristas
retomaram o coro que embalou os atos golpistas. Izalci Lucas repetiu a mentira
de que a urna eletrônica não é auditável. Girão, Malta e Seif acusaram o STF de
implantar uma “ditadura judicial”.
Carlos Portinho propôs uma anistia aos
extremistas do 8 de janeiro. Alegou que o perdão aos criminosos ajudaria a
“distensionar o país”.
A sabatina mostrou que a oposição continua
presa ao universo mental do ex-presidente. Melhor para Dino, que cumpriu o
ritual como quem faz um passeio no circo.
Coube ao senador Flávio Bolsonaro a revelação
do dia. Bacharel em Direito, foi sondado pelo pai para assumir uma vaga no
Supremo. O capitão pode ser acusado de muitas coisas, menos de não zelar pelo
futuro dos filhos.
Brilhante! Circo dos HORRORES, montado e mantido pelos palhaços bolsonaristas!
ResponderExcluirVerdade.
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