Folha de S. Paulo
A ideia de agenda vitoriosa é descabida; as
críticas aos parceiros da vitória, idem
Na conferência eleitoral do PT a presidente
do partido, Gleisi Hoffmann, defendeu uma proposta na qual se afirma que
"as forças conservadoras e fisiológicas do chamado centrão, fortalecido
pela absurda norma do orçamento impositivo num regime presidencialista, exercem
influência desmedida sobre o Legislativo e o Executivo, atrasando,
constrangendo e até tentando deformar a agenda política vitoriosa na eleição
presidencial".
Aqui o confronto Executivo-Legislativo poderia sugerir uma questão de legitimidade dual (ambos os Poderes são eleitos) em regimes presidenciais a la Juan Linz. Mas se trata, na realidade, de ideias fora de lugar. O PT tem 68 deputados, meros 13% da Câmara. O PC do B e PV, de sua coligação, agregam 2%. Juntos, os blocos parlamentares liderados pelo União Brasil e Republicanos detêm 196 parlamentares, ou 62% da Câmara. A oposição —PL e Novo— conta com 99 deputados.
A referência à agenda vitoriosa na eleição
presidencial é estapafúrdia. O pleito presidencial foi uma disputa de
rejeições, não um confronto programático. E sequer foi formada uma frente
ampla. O argumento que Lula recebeu mandato para implementar uma agenda é uma
miragem majoritária em um contexto hiperfragmentado, em que o PT é francamente
minoritário. O programa do partido ou da frente sequer apareceu durante a
campanha.
Causa espécie também o ataque aos parceiros
da coalizão de governo vindo da presidente de um partido hiperminoritário. O PT
tem governado com coalizões a contragosto. Depende delas mas não as inclui plenamente nos governos. Em
Lula 1, o mensalão foi uma forma de compensar a sub-representação dos membros
da coalizão nos ministérios, como escrevi
aqui. Sob Lula 3, a realidade hiperminoritária acabou se impondo.
Mesmo assim a prática hegemônica do partido permanece. Suas principais
consequências são os malogros legislativos do governo.
A referência a uma supostamente absurda norma
do orçamento impositivo no presidencialismo é também esdrúxula, ignora a
experiência de países como os EUA
ou o semipresidencialismo francês. Nos EUA, o orçamento é
globalmente impositivo. Suas práticas orçamentárias constituíram-se em modelo
histórico sob democracias. O que é absurdo é a ausência de qualquer referência
programática na formação de governos, como escrevi
aqui.
A oportunidade das declarações merece
comentário adicional: ocorreram na semana em que vetos presidenciais cruciais
foram derrubados e às vésperas da aprovação da reforma tributária por 365 votos
a favor e 118 contra —quórum avassalador que veio majoritariamente do centrão.
O contraste sugere que a reforma reflete não a agenda do PT, mas uma agenda
suprapartidária.
*Professor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-professor visitante do MIT e da Universidade Yale (EUA)
Perfeito!
ResponderExcluir■■■A Gleisi Hoffmann, em suas declarações, sempre foi a cara do PT::
ResponderExcluir■■O PT sempre coloca nos outros o carimbo do mal-feito, mal--feito este que é o PT que faz primeiro e faz tanto ou mais que aqueles a quem acusa.
■Alguém não petista pode roubar relógios de uma marca e um petista roubar relógios de duas marcas, mas para o PT o ladrão será só o não petista;
■Alguém pode fazer a mesma gastança irresponsável que fazem Lula, Dilma e o PT, mas para o PT só o não petista será irresponsável;
■Alguém pode se corromper com alguns $Milhões e petistas se corromperem com vários $Bilhões, mas para o PT corruptos serão só os outros;
■Alguém pode usar Orçamento Secreto e isto ser "Esquema de Corrupção", mas se é o PT e Lula que usam o mesmo Orçamento Secreto para corromper a Instituição Senado e a Instituição Câmara dos Deputados, aí o PT não acha que é corrupção.
■O PT pode destilar litros e litros de ódio, mas só será ódio quando quem fizer forem outros contra o PT;
■O PT pode fabricar e espalhar a quantidade que for de Fake News, mas só será Fake News a dos outros;
■A qualidade da educação entregue pelo PT pode ser das piores do mundo, inviabilizando a realização humana do povo pobre e com a maioria que tem de meninos negros, mas são os outros que não têm compromisso com educação;
■Os Estados em que o PT manda podem matar a quantidade que for, mas os assassinos são os outros governadores.
■Os do PT podem ser desgoverno como dos piores, mas desgoverno será o dos outros.
E o PT fala assim::
"A Dirrrreitttttttaaaaaaa!".
■Quando fala assim, o PT quer carimbar naquelas pessoas que se posicionam ideologicamente como de direita a responsabilidade por roubos, desmandos e incompetência.
■O PT faz isso para estabelecer uma contraposição dual::
=》ESQUERDA - DIREITA.
Isso é enganoso, como tudo ou quase tudo que o PT faz, e quando você vai ver de quem o PT está falando e chamando de "Dirrrreitttaaaaa" você vê que trata-se não da direita mesmo, mas de políticos fisiológicos e oportunistas que ficam com o extremista Bolsonaro. Mas estes mesmos políticos fisiológicos, que não são de esquerda nem de direita e sim são do Centrão corrupto, ficaram com o PT antes de ficar com Bolsonaro e agora estão com o PT de novo.
Oras Bolas:: o PT também é feito de fundamentalistas como os ligados a Bolsonaro, só que o PT é um tipo de extremista em outra chave política da do bolsonarismo.
Mas eles, os dois fundamentalismos, o petista e o bolsonarista, têm práticas e ideias bastante iguais, em que pese a diferença de inspiração na origem entre o fundamentalismo de esquerda, que tem origem iluminista e humanista, e o fundamentalismo de direita, que desde a sua origem canaliza mais a natureza exclusivista, egoísta e perversa do bicho homem.
O PT devia assumir que é um partido fundamentalista, assim mesmo só na retórica estreita e extremista e nas companhias de ditadores e terroristas, porque na prática o PT é só corporativista, oportunista e fisiológico como o Centrão, com Lula e boa parte do PT sendo populistas.
Bolsonaro e seu bolsonarismo são apenas isso também:: extremistas na retórica, mas na prática são apenas populistas e ladrões, como muitos petistas.
■■■Os dois, o petismo e o bolsonarismo, deveriam é deixar em paz o mínimo que existe no Brasil da digna e politicamente bem preparada Direita.
E os que são realmente de esquerda no PT deveriam é se afastarem dessa gente delinquente e covarde e vir ajudar para que no Brasil um dia tenha um partido de esquerda, o que hoje não tem.
E os do PT que são realmente extremistas de esquerda deveriam assumir isso sem sentirem vergonha, se desligarem do populismo do PT e se ligarem a um dos grupos extremistas que existem ou criarem o grupo deles.