Folha de S. Paulo
Tabelinha entre Bolsonaro e seus generais
contra as urnas teve influência direta sobre atos golpistas
Trinta invasores do 8 de janeiro foram condenados
pelo STF. Cerca de 150 acusados pelos ataques esperam julgamento. Um único
homem foi denunciado
pelo financiamento dos atos. E nenhum integrante das elites políticas e
militares que instigaram uma insurreição foi incomodado até aqui.
Um ano depois, os processos das ações golpistas estão praticamente restritos àquele domingo. O personagem mais graduado a receber uma punição foi o ex-ministro Anderson Torres —preso pela omissão como secretário de Segurança no dia 8, não pelo envolvimento nos ataques às urnas ou pela elaboração da célebre minuta do golpe.
A resposta aos atos do ano passado ainda não
chegou àqueles generosamente chamados de "autores intelectuais".
Descontada a inelegibilidade temporária de Bolsonaro e Braga Netto, o grupo que
trabalhou para detonar a confiança nas eleições e incentivar
apelos por uma intervenção militar continua perto dos quartéis e dos
círculos de poder.
A
tabelinha feita entre o ex-presidente e seus generais é um bom resumo
de seus delitos. Bolsonaro usou a Presidência para espalhar informações falsas
sobre as urnas, em parceria com os militares. Martelou
a ideia de uma guerra civil e sugeriu, mais de uma vez, que as Forças
Armadas agiriam se o povo cobrasse.
As investigações descobriram planos
concretos para melar a eleição e manter aquela turma no poder. Ninguém
apertou o botão até o fim de 2022, mas muitos têm responsabilidade direta pelo
que ocorreu dias depois. Fora isso, resta apenas a tese negacionista de que o 8
de janeiro foi um quebra-quebra promovido por um punhado de transtornados.
Autoridades dos EUA levaram dois anos e sete
meses para tornar
Donald Trump réu no processo sobre a invasão do Capitólio, em 2021. O
ex-presidente deve ser julgado neste ano enquanto disputa como favorito a
indicação do Partido Republicano para voltar à Casa Branca, com uma plataforma
ainda mais radical do que em seu primeiro governo.
Perfeito! A "tese negacionista de que o 8 de janeiro foi um quebra-quebra promovido por um punhado de transtornados" foi defendida há algumas semanas na coluna do filósofo bolsonarista Denis Rosenfield!
ResponderExcluirTrump precisa ser interditado.
ResponderExcluirEm 9/10, o filósofo bolsonarista, na coluna intitulada por ele "Golpe?", fez uma meticulosa análise DESCARTANDO que tenha havido tentativa de golpe em 8/1. Segundo ele, "O que houve no 8 de Janeiro foi uma espécie de estertor do bolsonarismo, com seus fiéis ainda acreditando numa narrativa ‘revolucionária’ evanescente". Ou seja, não houve apoio militar e nem participação deste setor, nem tentativa articulada dos bolsonaristas, nem cumplicidade das forças militares e de segurança com os golpistas, enfim, foi quase um dia normal. Novamente, o pseudofilósofo demonstrou sua total despreocupação com a verdade, e mostrou sua usual TENDENCIOSIDADE de prestigiar/defender militares, conservadores e outros membros e interesses da Direita ou do Conservadorismo, que o levou a APOIAR BOLSONARO na eleição de 2018.
ResponderExcluirhttps://gilvanmelo.blogspot.com/2023/10/denis-lerrer-rosenfield-golpe.html#more