Folha de S. Paulo
Falta de candidato natural na direita dá
vantagem a governador, que faz propaganda de alinhamento com ex-chefe
Ronaldo Caiado é um fenômeno em Goiás: 70%
dos eleitores do estado têm uma avaliação positiva do governador. No Paraná,
Ratinho Junior também tem conforto neste segundo mandato, com 59%. Romeu Zema,
em Minas Gerais, e Tarcísio
de Freitas, em São Paulo,
alcançam 41%.
Os quatro governadores que concorrem à indicação ao posto de sucessor de Jair Bolsonaro não têm problemas de popularidade dentro de casa. A recente rodada de pesquisas feita pela Quaest mostra que boa parte do eleitorado desses redutos permanece ancorada a políticos de direita —sem estender tanta boa vontade a Lula, que tem avaliação positiva de 30% a 34% por ali.
No papel, governadores são ótimos candidatos
à Presidência. Pesquisas feitas em vários países mostraram que eleitores dizem
valorizar a experiência à frente de máquinas estaduais na hora de escolher um
nome para liderar o país. Quando as gestões são bem avaliadas, esses políticos
parecem ganhar estatura. Na prática, a história é diferente.
O eleitor brasileiro puxou Fernando Collor do
governo de Alagoas para o Planalto em 1989 e nunca mais deu vida fácil a
governadores e ex-governadores que buscavam uma promoção. Ciro Gomes, Geraldo
Alckmin, José Serra, Anthony Garotinho, Aécio Neves e outros ficaram pelo
caminho, com mais ou menos fôlego.
Eleições nacionais
vão muito além das emoções que políticos conseguem colher em seus quintais.
Essas campanhas, aliás, costumam moer candidatos desavisados, que acreditam ser
suficiente expor seus estados como vitrines. Um trampolim ajuda, mas o índice
de aprovação local só é fator determinante quando o governador é impopular.
A disputa pela sucessão de Bolsonaro ainda
favorece Tarcísio. Além de expor sua imagem diariamente no estado mais populoso
do país, mantendo números razoáveis de popularidade, o governador paulista é,
dos quatro desafiantes à direita, aquele que mais se esforça para propagandear
sua identificação com as bandeiras do padrinho.
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