O Globo
O governador Tarcísio de Freitas sancionou a
lei que institui as escolas cívico-militares em São Paulo. O programa virou
bandeira eleitoral do bolsonarismo. Agora será implantado no estado mais rico e
populoso do país.
O anúncio mobilizou a bancada da bala, que foi aplaudir o governador no Palácio dos Bandeirantes. O deputado Coronel Telhada definiu o aliado como “exemplo de homem público”. “A cada dia, nos faz mais felizes por sermos do seu time”, derramou-se. Tarcísio disse que os alunos vão “desenvolver o civismo” e “cantar o Hino Nacional”. Faltou explicar no que isso pode contribuir para melhorar o ensino.
Até aqui, o modelo só tem melhorado a vida de
militares da reserva. Em São Paulo, policiais recrutados como inspetores
receberão cerca de R$ 6.000, além da aposentadoria. Ganharão mais que o piso
estadual dos professores, de R$ 4.580.
Em outros estados, escolas militarizadas têm
sido palco de abusos e violência. No Distrito Federal, um aluno foi imobilizado
com spray de pimenta e algemado após brigar com um colega. Em outro episódio,
policiais apagaram um grafite em homenagem a Nelson Mandela, ícone da luta
antirracista, e mandaram retirar cartazes sobre o Dia da Consciência Negra.
“Querem transformar escola em quartel e
estudante em soldado”, critica a professora Catarina de Almeida Santos, que
pesquisa o tema na Universidade de Brasília. “A vida militar é organizada pela
hierarquia, e a escola deve ser um espaço de diálogo e respeito à diversidade.
São valores diametralmente opostos”, resume.
A nova lei também entrou na mira de fundações
privadas, que já estudam recorrer à Justiça. “É um retrocesso para as políticas
educacionais e passa uma péssima mensagem para a sociedade”, diz Gabriel
Salgado, gerente de educação do Instituto Alana. Ele afirma não haver evidência
de que a militarização melhore o desempenho dos alunos. “O modelo ainda aumenta
as desigualdades, porque tende a expulsar estudantes de grupos vulneráveis”.
Se não contribui com a aprendizagem, a
pedagogia do cassetete pode render dividendos políticos. “A gente olha os
alunos das escolas cívico-militares e vê que está diante de um novo Bolsonaro
lá na frente”, exaltou Tarcísio, em discurso recente ao lado do padrinho.
As ações do DESgoverno Bolsonaro na Educação foram trágicas! Os ministros eram canalhas como Abraham Weintraub, pastor Milton Ribeiro, um ex-militar que fraudava seu currículo dizendo ser pós-doutor quando nem doutorado tinha, etc. A MILITARIZAÇÃO da Educação foi iniciada e apontada como grande vantagem, sem qualquer comprovação disto. A MILITARIZAÇÃO da saúde durante a pandemia foi outra tragédia daquele DESgoverno CRIMINOSO.
ResponderExcluirO governador de SP e outros políticos bolsonaristas querem manter esta política absurda, gastando recursos públicos com militares que só atrapalham os processos educativos nas Escolas brasileiras.
Verdade.
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