O Globo
Ministra culpa big techs por
"vírus" da desinformação, mas não revela antídoto para combatê-lo
Ao assumir a presidência do Tribunal Superior
Eleitoral, Cármen Lúcia prometeu combater o "algoritmo do ódio" nas
redes sociais.
A ministra fez uma advertência às chamadas
big techs: vai responsabilizá-las pela enxurrada de desinformação que contamina
o debate político.
"A mentira espalhada pelo poderoso ecossistema digital das plataformas é um desaforo tirânico contra a integridade das democracias", justificou.
Cármen afirmou que as mentiras
"alimentam indústrias" e "enriquecem seus donos". Com isso,
deixou claro que as plataformas lucram com o discurso de ódio e a
desinformação.
Ela definiu as fake news como um vírus que
"contamina escolhas" e "adoece relações" na sociedade.
"O dono do vírus produz o próprio ganho
político, econômico, financeiro, social e eleitoral. O algoritmo do ódio,
invisível e presente, senta-se à mesa de todos", afirmou.
A ministra acertou ao identificar o vírus.
Faltou apresentar um antídoto eficaz para derrotá-lo.
No discurso de posse, ela disse que "a
mentira será duramente combatida" e que o ilícito "será punido na
forma da legislação vigente".
O problema é que as leis e resoluções não têm
acompanhado a velocidade dos avanços da indústria da desinformação.
Apesar do esforço do próprio TSE para regular
o uso da inteligência artificial e coibir as chamadas deepfakes, que
manipulam áudios e imagens para enganar o eleitor.
Vai ser difícil.
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