O Globo
Depois de deixar Haddad superexposto, Lula
modera declarações e indica discurso de menos gastos
Parece ter caído a ficha de Lula de que seu
estilo habla y habla do primeiro semestre jogou contra ele próprio e deixou
Fernando Haddad superexposto na missão inglória de cumprir a meta fiscal e
aumentar a arrecadação de todas as formas, enquanto o resto do governo se
negava a conversar sobre o necessário corte de gastos.
O presidente tem adotado tom bem mais
cauteloso em suas falas e deixou um pouco de lado — difícil saber se por ora ou
em definitivo — os ataques ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Também passou a falar que nenhum governo pode gastar mais que aquilo que arrecada, provavelmente convencido diante dos números bastante preocupantes do relatório de despesas e receitas divulgado nesta semana, que orientou o anúncio do congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento, bem recebido pelos agentes econômicos e por analistas.
Com isso, Lula tira um pouco o fardo dos
ombros do ministro da Fazenda, que sai de férias depois de seis meses de
embates constantes e derrotas amargas, com a pecha de “taxador” que a oposição
bolsonarista explora na forma de memes e postagens em redes sociais.
Haddad demonstrou maturidade ao não cair na
“pilha” e tentar responder ao tipo de mensagem que, se colar, pode causar
estrago de imagem. Sua equipe aposta que os resultados da economia falarão por
si sós e tratarão de dissipar a ideia de que o governo tenta arrecadar mais
aumentando tributos — visão que, ademais, não condiz com os dados concretos,
uma vez que as medidas anunciadas pela Fazenda foram todas voltadas a rever
benefícios, incentivos e créditos tributários para setores específicos, e não
resultaram em aumento real da carga tributária federal.
Haddad também tem sido penalizado com a
missão de ser praticamente um defensor solitário do cumprimento da meta fiscal,
daí ter virado alvo das tiradas cômicas. Por que o ministro da Casa Civil, Rui
Costa, está sempre ausente dos holofotes na discussão sobre gasto público, se
mantendo sempre nos bastidores, quase sempre em sentido oposto ao colega da
Fazenda?
O segundo semestre parece apontar para uma
correção de rumo, a não ser que Lula acabe retomando sua sanha verborrágica
que, do nada e com nenhum ganho político para si ou para seu governo, ajudou na
escalada do dólar ao longo do mês de junho.
O curioso do atual desenho do papel de cada
um no jogo de lidar com a política fiscal e demonstrar preocupação com o gasto
público é que integrantes do governo apontam o papel de Arthur Lira como
importante aliado na agenda. Foi ele um dos primeiros a alertar sobre o risco
de estouro dos gastos com benefícios previdenciários, lá nos primeiros meses do
ano.
O relatório divulgado nesta semana deixou
claro que o temor era mais que justificado, e agora Lira, na saideira do
mandato, tenta reforçar certa imagem positiva que cultivou com o mercado ao ser
o paladino da reforma tributária e ao empunhar uma bandeira bem mais difícil de
ser levada a cabo, a de nova reforma da Previdência.
O paradoxal é que Rodrigo Pacheco, antes
sempre tido como alguém mais confiável e previsível na relação com o governo,
hoje é visto com mais reservas, dada sua postura ao rechaçar duas medidas
provisórias e atuar de forma individualista, não combinada com o governo, em
questões-chaves como a renegociação da dívida dos estados e o projeto de
autonomia financeira do Banco Central.
Por falar em BC, a ideia de correção de rota
do governo na economia se completa com a decisão de Lula de antecipar para
agosto a indicação do sucessor de Campos Neto e de tomar a frente na discussão
sobre mais autonomia para a autoridade monetária. São todos sinais positivos
depois de um primeiro semestre em que as conquistas de 2023 na economia deram
lugar a uma sucessão de erros que cobrou um preço em termos da confiança
conquistada pelo governo a duras penas.
Lula e " sua sanha verborrágica ".
ResponderExcluirGostei disso.
😏😏😏
Antes de mais nada é bom lembrar que nós estamos sendo governado por ex presidiário que foi condenado a mais de 20 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e numa canetada do Supremo Tribunal Federal foi descondenado, e não inocentado, e que hoje é presidente da república, e toda sua gangue que perpetraram o maior assalto aos cofres públicos da história, revelada na lava jato está na sua equipe de governo e ele pode falar o que ele quiser e ele sabe que não dá nada, o Judiciário finge de morto e a imprensa passa pano
ResponderExcluirVera estava sumida do blog,devia estar de férias.
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